quinta-feira, outubro 16, 2014

Reflexões Vitorianas

Calmamente vem aí o tempo de eleições no Vitória.
As primeiras depois da constituição da SAD e portanto também as primeiras em que o futebol não estará na primeira linha da apreciação dos associados dado este ter "migrado" para a Sociedade Anónima Desportiva.
Poderá ser,pois, tempo de olhar para o clube com outra tranquilidade e focarmos as nossas atenções na melhoria da qualidade associativa no que a direitos e deveres concerne, mas também na forma como nos fazemos representar nos orgãos sociais.
Quero com isto dizer que estas eleições podem também ser uma oportunidade de discutir serenamente os nossos estatutos e por à consideração dos associados a sua melhoria naquilo que for possível e desejável.
É um debate que vale a pena.
Até porque quem queira candidatar-se vai ter de apresentar ideias para o Vitória, e não para o futebol da SAD, e não acredito que as duas taças de Portugal e os dois títulos nacionais em juvenis ainda sejam assunto para o futuro.
Pessoalmente há dois temas que são caros.
Alterar a composição e forma de eleição do Conselho Vitoriano e delimitar  o acesso aos orgãos sociais dentro de determinadas balizas.
Comecemos pelo Conselho.
Do meu ponto de vista para além de um determinado número de membros proposto pela direcção e 
aprovados em assembleia geral deviam ser eleitos outros membros directamente pelos sócios através do método de Hondt.
Ou seja; Aquando das eleições os sócios que entendessem apresentar apenas lista para o conselho vitoriano deviam poder fazê-lo e isso garantiria uma enorme abrangência de opiniões dentro do orgão.
Num e noutro caso devia ser restrito o acesso a associados com pelo menos vinte anos de filiação continua no clube a partir da maioridade.
E isso seguramente que contribuirá significativamente para a qualidade vitoriana do Conselho.
A outra ideia que acho defensável neste âmbito é colocar algumas limitações à elegibilidade para os orgãos sociais do clube.
Entendo que só deve poder ser director ou membro de qualquer orgão quem tiver pelo menos cinco anos de filiação associativa a partir da maioridade, Vice Presidente quem tiver 10 anos consecutivos, e para ser presidente do clube, da mesa de assembleia geral, do conselho fiscal ou do conselho de jurisdição devem ser obrigatórios 15 anos de associado desde a maioridade.
Claro que estas propostas não são retroactivas e por isso não colidem com os actuais mandatos.
Acho também, mas aqui com algumas duvidas, que não deviam poder integrar os orgãos sociais do Vitória Sport Clube os associados que tivessem sido dirigentes de outros clubes que com o nosso competissem independentemente da modalidade ou escalão.
São contributos que deixo para uma discussão que acho importante ser feita.
Depois Falamos.

8 comentários:

Francisco Guimarães disse...

Sem menosprezar a validade das propostas e a pertinência da mudança de alguns aspectos dos estatutos do Vitória Sport Clube, quero dizer que a questão/premissa que coloca de estas eleições nada terem a ver com o futebol profissional/SAD não é completamente verdadeira, pois o clube tem uma categoria de acções da SAD que lhe permite o direito de veto de decisões e, mais ainda, é ao clube que compete indicar o Presidente da SAD.
Por isso, apesar de muita gente pensar que com a SAD tudo mudou, é um facto que não, não mudou tudo, aliás o Presidente do Clube Julio Mendes muitas vezes fala de um e de outro (clube e SAD) como se fossem um só, apenas separados por meras questões de gestão. Ou seja, aquilo que ele veicula é que as linhas de orientação, paradigmas e ideias para o Futebol Profissional emanam do clube na pessoa de Julio Mendes que também é Presidente da SAD.
Ou seja, o futuro Presidente do Clube vai continuar a ter sob sua alçada as questões do Futebol Profissional.

Nota: não sou conhecedor profundo dos Estatutos do Clube nem dos da SAD, mas esta é a ideia com que fiquei aquando da formação da SAD e que tem sido validada pela actuação do seu Presidente. Corrija-me por favor, se eu estiver errado, com a argumentação sempre verdadeira e bem fundamentada com que já nos habituou.

Francisco Costa disse...

Concordo plenamente consigo Sr Francisco, e outra coisa que gostaria de deixar aqui exposta, é que eu com 18 anos feitos recentemente, assim que acabar os estudos no máximo daqui a meia dúzia de anos, e se a minha vida assim o permitir, não vejo motivo para não poder desempenhar funções nos cargos de administração do Vitoria.
O facto de você Sr Luis Cirilo, querer fazer que os associados tenham mais de 15 anos de afiliação após a maioridade, leva-me a querer que você tenha o objetivo de eliminar futuros concorrentes jovens que venham com ideias inovadoras!
tem de haver um limite mínimo de filiação sem dúvida! Mas 15 anos é exagerado na minha opinião. Daqui a 15 anos terei 33, e poderei já ter nesse momento uma família que necessite de toda a minha atenção!

luis cirilo disse...

Caro Francisco Guimarães:
Naturalmente que o VSC tem uma palavra importante a dizer porque é ele quem indica o presidente da SAD além de ser detentor de uma parte do seu capital. Mas ao contrário do passado o essencial do futebol não é decidido no clube mas sim conforme as orientações da administração da SAD. Até hoje,que se saiba, nunca houve problemas mas nada impede que os accionistas tenham uma visão diferente do clube. E aí o presidente do VSC tem direito de veto nalgumas matérias mas noutras terá de se submeter aos accionistas. Por isso as eleições para o clube não deverão ser dominadas por questões ligadas a uma modalidade que o clube não pratica.
Há outros assuntos importantes para discutir. E essenciais para a sobrevivência do Vitória.
Caro Francisco Costa:
Confesso que não percebi a sua argumentação. O que eu defendo (leia bem o que escrevi) é que só se possa ser director com pelo menos cinco anos de filiação associativa e contados a partir da maioridade. Ou seja pode ser-se director aos 23 anos. Que me parece uma idade muito razoável para entrar no dirigismo. De igual forma só se poderá ser vice presidente aos 28 anos e presidente aos 33 anos. Acho idades perfeitamente sensatas para se ocuparem determinados cargos. Talvez até um pouco prematuras.
Quanto ao "eliminar" concorrentes jovens além de essa ideia ser anulada pelas propostas é completamente disparatado pensar-se um coisa dessas. Eliminar ? Porquê e para quê?
De resto caro Francisco deixe-me que lhe diga que ser dirigente do Vitória não é nenhum estágio para a futura constituição de família nem nenhum passatempo antes de assumir responsabilidades desse género.

Anónimo disse...

Não concordo nem discordo, da questão das idades para ocupar cargos directivos do nosso clube.Mas só quero recordar,que o presidente que muitos dizem ter sido o melhor de todos,foi eleito aos 29 anos.Por isso, para os que dizem que foi o melhor,estaríamos agora atrasados quatro anos.Já que só aos 33 anos é que poderia torna-se presidente

Francisco Costa disse...

A culpa é do seu blogue :3, esse fundo preto confunde muito :( e de facto essas idades são bastantes razoáveis, e peço desculpa pela minha intervenção importuna e desnecessário,
Infelizmente a personalidade leva-me a ser sempre do contra e a tentar ter opinião diferente e que muitas vezes ultrapassa a linha do disparate
Que Vitoriano encararia o Vitória para estágio do que quer que fosse?
O Vitória tem de ser levado de forma muito séria, sabendo que todo o mau resultado influencia catastroficamente a vida de milhares de Vitorianos?

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
É verdade o que diz. Mas todas as regras tem a sua excepção e essa foi uma delas. Porque antes e depois dele nunca ninguém chegou à presidência tão jovem.
Caro Francisco Costa:
Assim sendo estamos de acordo. E felicito-o pela coragem de assumir que se tinha enganado. Há muitos, e bem mais velhos que você, que são incapazes de o fazer.
Quanto ao ser do contra é da idade e não se arrependa. Há um tempo para tudo. Disse uma coisa que é extremamente importante e com a qual concordo por inteiro:O Vitória influencia a vida de milhares de pessoas. É verdade. E daí a minha preocupação em contribuir para que seja cada vez melhor dirigido e assim dê cada vez mais alegrias a todos nós.

Alberto Pires disse...

Em teoria concordo com as propostas. Acho que é muito fácil fazer parte dos orgãos sociais do clube. Então o conselho vitoriano tem sido uma vergonha eleição após eleição. Esta ultima então nem falar. Conselheiros que entraram para sócios dias antes de serem eleitos, politização do orgão com convites a membros de parrtidos que nunca quiseram saber do clube para nada, toda uma deturpação do que deve ser o conselho. O que me admira é que você ainda estava lá nessa altura e não fez nada para impedir isso- Gostava que explicasse porque pensando o que pensa ,e eu concordo, permitiu que este conselho vitoriano seja a nódoa que é.

luis cirilo disse...

Caro Alberto Pires:
O actual conselho vitoriano não é aquilo que no meu entendimento devia ser. Nisso estamos de acordo. Mas daí a ser uma nódoa, como você lhe chama,vai uma grande distância.
Quanto à minha participação na sua escolha ela foi nula. Nunca fui ouvido ou achado sobre os nomes que o integram. Naturalmente fui solidário com quem escolheu e não fujo dessa responsabilidade. Mas não parrticipei no processo.