quinta-feira, junho 21, 2012

Formar ou Comprar?

                 
Publiquei este texto no site Top Futebol

Hoje uma das questões fundamentais que se coloca aos clubes que se dedicam à prática do futebol é saberem se vale a pena apostar na formação de jogadores ou se será preferível uma opção clara por contratar a outros clubes, nacionais ou estrangeiros, os jogadores já formados ou fase final de formação.
Argumentos existem, e com alguma fartura, em defesa de ambas as teses.
Formar jogadores, com tudo o que isso implica em termos de investimento, permite acompanhar o desenvolvimento do homem em simultâneo com a formação do atleta e com isso cortar pela raiz eventuais pequenos defeitos que se não atalhados a tempo podem redundar em grandes problemas.
Permite adaptá-los ao clube, á exigência dos adeptos, a um modelo de jogo idêntico para todos os escalões de molde a que terminada a formação o jogador esteja apto a integrar a equipa principal sem problemas de maior.
Custa dinheiro.
Em treinadores, equipamentos, recintos de jogo, transportes, assistência médica, alojamentos, inscrições e tudo o restante implicado num projecto formativo.
Mas se bem desenvolvida a opção de formar jogadores é reprodutiva em termos de investimento porque permite projectar jogadores em termos de equipa principal e após um período razoável na “montra” origina transferências com os correspondentes encaixes financeiros.
O “segredo, se assim se lhe pode chamar, da aposta na formação passa muito pela escolha dos técnicos (não apenas futebolísticos) adequados e pela capacidade de proceder a uma triagem qualitativa continua que permita aproveitar os melhores, dar segundas oportunidades aqueles sobre os quais se tem duvidas e dispensar os que não tem a valia qualitativa entendida como necessária.
Há, porém, quem defenda a via inversa.
Essencialmente, como está bom de ver, aqueles clubes que entendem que o segredo da construção de equipas competitivas não está em “perderem” tempo a apostarem na formação mas sim em irem ao mercado contratar os melhores que outros clubes formam.
É uma estratégia que assenta essencialmente numa “carteira” robusta e numa acção de permanente “scouting” que permita detectar os talentos emergentes nos quatro cantos do planeta e contratá-los logo que possível.
Alguns desses clubes, em prol dessa estratégia, até mantém escalões de formação não propriamente para formarem jogadores que alimentem a equipa principal mas para ganharem campeonatos desses escalões e enriquecerem os respectivos palmarés.
São muitos os exemplos de uns e outros.
O Vitória tem o seu caminho definido.
Formar, utilizar, vender.
Formação de qualidade, enquadramento organizativo eficiente e profissional, acompanhamento permanente do rendimento escolar dos jovens e da sua inserção na sociedade.
Modelo de jogo definido de cima (equipa A) para baixo (Escalões de formação) de molde a que os jogadores consoante vão subindo de escalão sintam a sua adaptação facilitada.
Objectivo essencial formar jogadores para a equipa B e depois para a A.
Composição do plantel B quase exclusivamente por atletas formados no clube.
Aperfeiçoamento dos ensinamentos recebidos na formação, nomeadamente em termos de modelo de jogo, adaptação às dificuldades próprias do futebol profissional e de um campeonato extremamente competitivo.
Objectivo essencial ser o “viveiro” da equipa A e permitir que todos os anos dois ou três jogadores possam ascender em definitivo à equipa principal. 
Na qual o objectivo passa por num prazo de dez anos ter uma clara maioria de jogadores formado no Vitória que através de transferências regulares para outros clubes (preferencialmente estrangeiros) assegurem a sustentabilidade financeira de um projecto desportivo ambicioso e ganhador.

7 comentários:

Ricardo disse...

Não poderia estar mais de acordo com este texto. Acho que este é, seguramente, o rumo certo para o Vitória.
Um abraço

Ricardo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Sem duvida que sim. E embora se possa pensar que optamos por este caminho por falta de meios para seguir qualquer outro a verdade e que o fizemos por conviccao

Ricardo disse...

Não tenho quaisquer dúvidas, aliás por conversas que trocamos sempre vi que era essa a sua "filosofia".

Anónimo disse...

Caro Luís cirilo

Pode garantir a participação da equipa principal na próxima época na liga portuguesa?

Nós sócios precisamos de respostas face a todas as notícias diárias que saem sobre o nosso clube.

Anónimo disse...

http://ultraummododevida.blogspot.pt/2012/06/dia-1-de-portugal-24-de-junho-1128.html

luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Mas é mesmo.
E a forma como estamos a compor a equipa B traduz mesmo isso.
Caro Anónimo:
AS equipas A e B do Vitória participarão nas ligas profissionais não tenho duvidas.
Salvo um "cataclismo".