quinta-feira, março 12, 2009

Poderio Inglês

Os oitavos de final da Liga dos Campeões,acabados de disputar,deram uma exuberante prova do
poderio do futebol inglês.
Nos oito apurados para os quartos de final, a par de uma equipa portuguesa outra alemã e duas espanholas,estão quatro clubes ingleses.
Ou seja todos os que entraram na presente edição da prova.
Nesta fase da competição quis o sorteio que houvesses um triplo confronto entre ingleses e italianos.
Manchester United-Inter, Arsenal- Roma e Chelsea- Juventus.
3-0 para os ingleses.
Isto enquanto o Liverpool se entretinha a cilindrar o colosso Real Madrid.
Independentemente do que venha a acontecer, e o sorteio algo dirá,parece-me que os ingleses vão a caminho de nova vitória na "Champions" face á superioridade que vem demonstrando.
Mas parece-me também que isto obriga a alguma reflexão .
A que se deve esta superioridade ?
Ao valor das equipas ?
Aos orçamentos ?
Itália também tem grandes equipas e já desapareceu da presente edição.
Espanha tem clubes com orçamentos equiparáveis (por exemplo o citado Real Madrid) e já só tem metade das equipas em prova.
Penso que a principal razão está na forma como o futebol é encarado em Inglaterra.
Com tremendo profissionalismo, uma organização modelar e calendários altamente competitivos.
Inglaterra é o país europeu com mais clubes na primeira liga e daí o seu campeonato ser o que mais jornadas tem.
Disputam a sério, e em simultâneo, a Taça de Inglaterra e a taça da liga inglesa.
Para além das competições europeias.
Ou seja como todas as semanas tem,pelo menos, dois jogos disputados com grande intensidade competitiva os seus jogadores estão habituados a jogar permanentemente em alta rotação.
Treinam jogando !
Ontem isso foi bem patente no prolongamento do Roma-Arsenal com os italianos completamente rotos enquanto os ingleses continuavam a correr com toda a normalidade.
Por isso me rio do ar cansado dos jogadores dos clubes portugueses a quem fazer mais de um jogo por semana provoca mais confusão que ao Miguel Veloso a hora de escolher novo penteado !
Porque,curiosamente,os mesmissimos jogadores que por cá se cansam muito se tiverem de jogar duas vezes na mesma semana quando se transferem para outros campeonatos fazem-no com o maior dos á vontades.
No fundo o que está em causa é o profissionalismo dos jogadores e a organização dos campeonatos.
Continuem a reduzir equipas ás competiçoes profissionais (já existe quem defenda a redução para 12 !!!) e depois admirem-se de fenómenos como o de Munique .
Porque ,doa a quem doer ,em Portugal só o Porto joga a ritmo europeu.
Quer na intensidade quer na atitude.
Os outros...
Depois Falamos

4 comentários:

Nuno Leal disse...

Concordo quase por inteiro com essa análise. Só colocava mais uma questão engraçada: porque é que esse poderio dos clubes ingleses não se reflecte na selecção? E aí, bem pelo contrário, o poderio tem sido demonstrado pelos restantes países presentes nos quartos de final e pelo humilhado futebol italiano.
Julgo que ao nível dos clubes a questão está exactamente no que dizes: tem a ver com a organização dos clubes e da liga de clubes. Organização que o FC Porto segue como modelo (o MU é o modelo de inspiração do FCP) e que por isso tem tido os resultados que são visiveis. Mas os clubes ingleses estão recheados de estrangeiros e quase não têm ingleses. Daí as notórias dificuldades da selecção, que por vezes não passa das qualificações das grandes competições e ainda recentemente falhou uma grande competição.

José Alves disse...

O dirigismo em Portugal está completamente caduco e absoleto.
É uma realidade incontornável.
É preciso gente nova.
Com atitude,carácter e irreverência.
Gente,por exemplo,como o nosso caro Luis Cirilo,que faz parte de uma geração de gente com capacidades individuais para começar a acabar com este despotismo que é caducidade em quase tudo o que é estado ou cargos publicos.
É claro que precisavamos de um presidente da FPF com visão e prespicácia para levar o futebol,a começar pelos clubes e a acabar na selecção,o mais longe possivel.
Precisámos de gente nova ao comando.
Enervem-se.
Aproveitem o facto de estarem vivos.

Portugal e a sua história agradecem.

Anónimo disse...

De acordo em tudo.
Principalmente com essa ideia absurda da redução de clubes na 1ª liga.

A questão é que a redução não tem nada a ver com o calendário. Tem a ver sim com a repartição do bolo publicitário e televisivo.

Quantos menos beneficiários tiver, mais toca a cada um.

Até um dia..

luis cirilo disse...

Caro Nuno:
Estamos de acordo.
O problema da selecção inglesa é precisamente os clubes estarem cheios de grandes jogadores de outras nacionalidades.
Por exemplo o Liverpool tem mais espanhois a titulares do que ingleses.
O Chelsea em condições normais tem tantos portugueses coo ingleses.
E por aí fora.
Claro que o FCP em Portugal é de longe o mais bem organizado. E por isso ganha muito mais que os outros.
Embora pudesse ser ainda melhor.
Bastaria a Pinto da Costa rodear-se de melhores colaboradores.
Caro Jose Alves:
Tem toda a razão.
E se pensarmos que um dos maiores responsáveis pelo "caso Saltillo" passados 23 anos ainda é vice presidente federativo com o pelouro da selecção A só nos apetece deitar as mãos á cabeça.
O futebol português precisa,de facto,de uma vassourada.
Caro Carlos:
claro que tem razão.
E ao que diz acrescentaria as datas livres para digressoes ao estrangeiro a que os outros clubes tem um acesso mais dificil.
Em bom rigor os chamados grandes querem la saber do futebol portugues.
só pensam neles