Celebrações

Confesso que ainda me consigo surpreender (embora muito pouco) com coisas que vou lendo no Facebook. 

Ontem o Vitória ganhou com enorme mérito um jogo difícil por natureza e que as habituais causas extra futebol tornaram mais difícil ainda. 

Ganhou no mérito, na garra, no empenho, na classe , na união. 

Ganhou contra tudo e contra todos incluindo alguns comentadores televisivos. 

Devia ser (e foi na sua esmagadora maioria) um momento de celebração da família vitoriana. 

Mas há sempre quem queira destoar por razões que a cada um pertencem mas que são difíceis de dissociar do momento presente. 

E não é, então que aparecem no Facebook alguns vitorianos (num conceito bastante largo do conceito ) a criticarem as celebrações do triunfo. 

Que foram excessivas, que não ganhamos nenhum troféu, que a volta ao estádio no final foi completamente despropositada e outras considerações do género. 

Na impossibilidade de criticarem os jogadores pela forma como jogaram e ganharam então resolveram criticar a forma como celebraram o triunfo! 

Simplesmente revoltante. 

Para não dizer abjecto. 

Admito, sem dificuldade, que estivessem com o discurso orientado para criticarem mais uma derrota, uma eventual má exibição, a saída deste ou daquele jogador e qualquer outro pretexto que lhes viesse à cabeça para poderem criticar a equipa mas surpreendidos porque o jogo foi tudo o contrário do que supunham ( e alguns desejavam não tenho nenhuma dúvida quanto a isso) deitaram mão ao primeiro pretexto que encontraram e que no caso foi a forma como se festejou o triunfo sobre o Braga! 

Sobre o assunto devo deixar aqui a minha opinião até porque não sou daqueles que só tem opinião sobre a opinião dos outros, e de forma permanentemente destrutiva, como alguns que vagueiam pelas redes sociais sempre em busca de apontarem o dedo crítico. 

E em minha opinião os festejos até poderiam ser exagerados, aqui ou ali, se se tratasse de festejar um vulgar triunfo ainda que num dérbi. 

Mas ontem não foi apenas um triunfo. 

Foi uma vitória concludente sobre a adversidade e a perversidade. 

A adversidade que nalguns jogos nos tirou pontos, nuns casos por culpa própria e noutros por culpas alheias, quando já os tínhamos como certos e que prejudicaram ( e continuam a prejudicar) a nossa posição na tabela classificativa. 

A perversidade, de que ainda ontem o apitador foi um exemplo claro, dos factores extra futebol que estão continuamente contra nós sejam eles árbitros, VAR ou conselho de disciplina todos eles sempre prontos a inclinarem o campo a favor dos nossos adversários. 

E por isso ontem, depois de um jogo em que tivemos de vencer a arrogância do adversário e uma arbitragem desgraçada que tudo fez para nos prejudicar , quando a equipa chegou ao triunfo de uma forma fantástica já em tempo de descontos é natural que tenha festejado com uma intensidade que noutras circunstâncias não aconteceria. 

E como prova de agradecimento ao apoio incessante dos adeptos a equipa deu uma volta ao campo não como volta olímpica ou como se tivesse ganho um troféu mas apenas para agradecer o apoio que recebeu de todas as bancadas sem dicriminar nenhuma. 

Nascente, Poente, Topo Sul e Topo Norte em todas estavam vitorianos que foram incansáveis e por isso a equipa a todos agradeceu. 

E foi um momento muito bonito de identificação e comunhão entre a equipa e os seus adeptos. 

É por isso que lamento profundamente essas criticas a um momento que devia ter sido de alegria para todos mas pelos vistos para alguns, bem poucos espero, não foi. 

Todos sabemos que há timings, estratégias e narrativas em curso mas o Vitória é e será sempre muito mais importante que tudo isso. 

E acredito que independentemente do posicionamento de cada um face às opções a tomar no próximo mês essa é a opinião da esmagadora maioria dos vitorianos.

Depois Falamos.