quinta-feira, março 24, 2011
Rumo ao Jamor
Publiquei hoje este artigo no jornal "Povo de Guimarães".
É uma frase que de há algum tempo a esta parte vem marcando a actualidade vitoriana e povoando os sonhos dos seus adeptos.
Nela se consubstancia a realidade de com 89 anos de História o nosso Vitória nunca ter conseguido, no futebol bem entendido, triunfos com mais significado do que títulos nacionais nos escalões de formação e uma supertaça no futebol sénior e o desejo de este ser o ano da primeira conquista.
Estive nas Antas em 1976 e no Jamor em 1988.
Nas duas ultimas finais em que o Vitória esteve presente.
Mal perdida a de 76, justamente a de 88.
Sou daqueles que pensa, talvez com mais fé do que racionalidade, que á terceira tem vez.
E poderei finalmente, em conjunto com milhares de vitorianos, festejar um troféu que teima em nos fugir mesmo quando parece estar ao nosso alcance.
Como em 1990 quando fomos eliminados na meia final pelo Estrela da Amadora, em casa e com um golo do Basaula que tínhamos emprestado ao nosso adversário, perdendo a oportunidade de jogar a final com o farense ao tempo na 2º divisão!
Pessoalmente atribuo ao Jamor mais um valor simbólico do que alguma utilidade prática.
É um estádio bonito, sem qualquer dúvida, mas ultrapassado em termos de condições de segurança e de conforto sem condições para jogos desta natureza.
E a prova disso é que estando permanentemente disponível a selecção nacional nunca lá joga!
Prefiro inquestionavelmente o modelo espanhol em que o palco da final é escolhido apenas depois de se saber quem são os finalistas e levando em consideração as distâncias geográficas.
Este ano, a título de exemplo, a final entre Barcelona e Real Madrid será jogada em Valência
que fica relativamente equidistante das cidades dos finalistas.
E assim é que deve ser.
Imagine-se que a final, numa das próximas edições, é entre Marítimo e Nacional
Faz algum sentido ser no Jamor ?
Ou que este ano ,perfeitamente possível, é entre Vitória e Porto.
Porque deverão deslocar-se centenas de quilómetros, milhares de adeptos dos dois clubes, quando podiam ver a final num estádio muito mais próximo.
Creio que depois do Euro 2004, com dez estádios novos ou renovados, já não faz sentido nenhum usar o arcaico Jamor para um jogo destes.
A verdade é que será lá.
E que para lá estarmos ainda falta resolver um problema chamado Académica.
Vamos para Coimbra no domingo com uma vantagem pequena, apenas um golo, mas que pode ser suficiente se se cumprirem alguns pressupostos.
O Vitória é melhor que a Académica, sabe-se, mas tem que fazer prova disso dentro do relvado.
O facto de estar em vantagem não pode significar ir para Coimbra defender o resultado á espera que” S. Nilson” vá resolvendo os problemas.
Exige-se uma equipa com atitude, com garra, com ambição de ganhar.
Dispensam-se é invenções, substituições incompreensíveis, uma convocatória que não contemple os melhores 18 disponíveis.
E ingenuidades como as vistas em Portimão.
Esta época jogamos três vezes com a Académica.
Perdemos (!) os dois jogos do campeonato e ganhamos a primeira mão da meia-final da Taça.
Já ninguém, de ambos os lados, desconhece o adversário.
Todos sabemos, e é o lado vitoriano que nos interessa, como joga a Académica e quais os seus pontos fortes.
E também os fracos.
É aí que a inteligência do treinador e a melhor valia do plantel/equipa do Vitória tem de se afirmar.
Os 6 ou 7 mil adeptos vitorianos que vão estar nas bancadas do estádio cidade de Coimbra não vão, uma vez mais, falhar com o seu apoio.
Saiba a equipa, no seu todo, estar á altura dos adeptos.
Já o merecemos.
Rumo ao Jamor
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2 comentários:
parabéns por mais um excelente artigo em que se percebe bem o seu vitorianismo.
Espero que amanha tenhamos uma alegria.
Caso contrário é preciso mudar o paradigma de imediato.
Se ganharmos então muda-se depois do Jamor. É impensável que esta direcção continue á frente do clube.
São fracos demais com uma ou outra excepção.
P.S. Espero que este artigo no PG signifique o seu regresso á imprensa vimaranense onde durante tantos anos foi presença activa.
Caro Antonio LOpes:
Obrigado pelas suas palavras.
O Vitória é uma nobre causa.
Quanto á direcção...Depois Falamos.
Em relação ao meu "regresso" á imprensa vimaranense eu tenho andado por aí.
Menos do que fiz durante anos mas de vez em quando é bom dar folga aos leitores ou ouvintes.
Mas sempre que me pedem colaboração tento corresponder.
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