sexta-feira, outubro 03, 2014

Tranquilamente

Foto: A Bola
O Vitória estava a precisar de um jogo assim para recuperar do trauma do Funchal.
Um adversário voluntarioso,mas fraquinho, com a carga adicional de ser um jogo que no passado despertava uma intensa rivalidade entre os dois emblemas e em que triunfar dá sempre um alento muito especial.
Desde o inicio se percebeu que ia ser jogo de sentido único tal a diferença de qualidade entre as duas equipas e a forma como o Vitória entrou em jogo a pressionar um adversário que trazia um "autocarro" para por em frente à baliza e muita fé em Deus.
Rui Vitória procedeu a algumas alterações na equipa em termos de jogadores (Alvez, Bruno Gaspar e Bouba renderam Hernâni, Cafu e Plange) e até na estratégia de  jogo abdicando de jogar com dois extremos e optando por jogar com Tomané descaído sobre os flancos mas fazendo diagonais para o centro enquanto Álvez jogava mais como ponta de lança tradicional.
E correu bem essa inevitável mudança de estratégia com os dois avançados a entenderem-se bem e a protagonizarem várias boas jogadas.
O Vitória fez três golos, podia ter feito outros tantos se fosse mais objectivo na hora do remate, e a equipa terá recuperado o ânimo e a moral abalados pela goleada sofrida na jornada anterior de forma surpreendente.
Até porque a equipa para além dos golos praticou alguns períodos de bom futebol que também ajudam a moralizar.
O Boavista?
Fraquinho como se sabia, "caceteiro" como se previa, com uma exibição pobre em que mal apoquentou os dois guarda redes do Vitória.
E se Douglas na primeira parte ainda teve de se aplicar uma ou outra vez já Assis teve uma segunda parte tranquila em que pouco mais teve para fazer do que recolher bolas sem qualquer perigo.
Três golos, três pontos, uma exibição com alguma qualidade e isso é o que mais importa.
Mas sempre sem esquecer que era o tipo de adversário que dava jeito de tão modesto que é.
Agora a paragem de três semanas e depois a ida a Setúbal para o confronto entre os dois Vitórias.
Depois Falamos.

P.S: Soares Dias teria feito uma exibição sem mácula não fora o não ter marcado um penalti sobre Bernard. Não teve influência no resultado mas não deixa de ser um erro grave.
É o chamado "azar dos Távoras".
Porque no resto até esteve muito bem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não devemos atacar os árbitros permanentemente, Sr. Luís Cirilo, porque precisamos deles! Aliás, os principais aliados do Vitória deveriam de ser os árbitros, acima de todas as coisas, e é importante que os jogadores e adeptos tratem-nos bem, com respeito, dentro e fora do campo, por muito que isso custe, para não haver ressentimentos à Paulo Bento.
Em alguns países quando o árbitro marca falta a nosso favor batem palmas como se ele fosse os 12º jogador. E durante os 90 minutos, porque muito que o árbitro seja imperturbável ou imparcial, se sentir que tem a audiência consigo, sente-se bem e retribui com respeito com que foi brindado.
Bom... O Sr. Luís Cirilo já disse praticamente tudo sobre esta experiência de equipa chamado Boavista.
Quando ao Vitória, estão todos de parabéns e ainda mais porque não se deixaram afogar em lamúrias e nota-se que trabalharam a semana toda. Fez-lhes bem perder na madeira para os golos aparecerem!
Os 3-0 sobre o Boavista, era o que eu previa, com mais ou menos golo marcado.
Gostaria de perceber melhor a substituição dos guarda-redes. Geralmente, faz-se isso quando o adversário é considerado incapaz. Mas pronto. Deu traquejo e currículo ao Alex, que bem merece ter oportunidade.
O Boavista é um adversário que não podia dar mais porque não tem "motor" para isso e ainda por cima esqueceu-se de meter óleo e água.
Veio cá jogar de óculos à intelectual, mas saiu de chancas à Petit. Enfim, cada um é para o que nasce. E foi só deixar o talento natural de Rui Vitória vir ao de cima que estas equipas são de imediato desmascaradas. Até um Vitória B ganharia sem problemas!
Por isso é que disse que este Boavista era o adversário certo para a taça de Portugal. Os 3-0 já lhe dão a resposta.
Desta vez Rui Vitória soube bem identificar e intervir nos pontos fracos que tínhamos no Vitória. O rigor dos 4x4x2 estava bem definido e foi só ter paciência contra um 4x3x3 com uma frente desconexada, deixar fluir até um hábil Alvez fazer aquilo que lhe compete, que é marcar golos.
Sr. Luís Cirilo, precisávamos de outro «Alvez» assim porque este pode não ter pilhas para durar a época toda. Na 2ª Liga há 2 ou 3 jeitosos, mas não sei se estarão disponíveis para a nossa II volta, onde se jogará a prova do nove.
Finalmente, abrindo perspectivas para o jogo com o VFC, eu acho que é um jogo que se ganha da mesma maneira que o Vitória ganhou ao Boavista com as necessárias adaptações e sem medos. Rui Vitória só tem que ser Vitória.

Quim Rolhas

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
Não ataco permanentemente os árbitros. E até elogiei o trabalho de Soares Dias que é um árbitro que definitivamente não tem sorte nos nossos jogos. Concordo que devemos fazer deles nossos "aliados"na defesa da isenção e no dia em que jogarmos a tal partida de golfe até lhe contarei o que fiz em concreto nesse sentido quando estive de passagem pela direcção do clube.
O Douglas saíu por lesão nada mais mas acabou por ser uma boa oportunidade para o Assis jogar 45 minutos tranquilos. Pessoalmente acredito nele embora haja quem tenha duvidas sobre a sua real capacidade.
Quanto ao Álvez partilho da sua opinião (aliás já o escrevi por mais que uma vez) de que o ideal seria termos outro ponta de lança para além dele e do Tomané. É certo que na B temos o Areias (um verdadeiro homem de área) mas ainda lhe falta alguma tarimba para se ruma solução em continuidade na A. Foi pena o Baldé não ter vindo porque com ele acho que podíamos claramente pensar noutros voos.