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sexta-feira, dezembro 12, 2025
Ranking

Este ranking dos salários pagos pelos clubes da primeira liga suscita algumas curtaas reflexões.
A primeira é inevitavelmente duvidar se mesmo com receitas televisivas os clubes podem gastar o que gastam em salarios que, como é sabido, são apenas uma parte da despesa com um plantel.
A segunda é constatar que , sem surpresa, o Benfica é o que mais gasta entre os candidatos ao título com uma despesa superior ao Sporting em nove milhões de euros e de doze milhões em relação ao Porto embora isso não se reflicta nem de perto nem de longe nos resultados desportivos.
A terceira é verificar que o quarto classificado em despesa gasta metade do segundo e do terceiro e quase um terço do primeiro o que tendo correspondência directa com o valor do plantel inviabiliza qualquer pretensão a lutar pelo titulo.
A quarta é a surpresa pelo valor salarial do Rio Ave que sendo o quinto que mais gasta luta apenas por um lugar tranquilo a meio da tabela tal como o Estoril (sexto em gastos) enquanto o Famalicão pode aspirar a mais qualquer coisa embora com folha salarial ligeiramente inferior aos dois anteriores.
A quinta é o o facto de no "top ten" estarem três clubes que lutam para não descerem de divisão como são os casos de Casa Pia, Arouca e Nacional sendo certo que os arouquenses se o campeonato terminasse agora desciam mesmo.
Outras reflexões poderiam ser feitas sobre este ranking de massas salariais mas estas parecem-me suficientes .
Fica apenas a curiosidade de lá para Maio podermos comparar este ranking com a tabela classificativa no final do campoenato.
Depois Falamos.
Nojo


O futebol português é um nojo. Que piora de dia para dia e muito em especial desde que Pedro Proença chegou a presidente da FPF arrastando com ele o corporativismo maléfico do sector da arbitragem. Vejam- se estes dois casos que são exemplares na forma como os filhos são cada vez mais filhos e os enteados cada vez mais enteados.
No final do Vitória vs Benfica em que a arbitragem de João Pinheiro foi factor decisivo no triunfo de quem por si só não conseguiria triunfar o presidente do Vitória foi á sala de imprensa do estádio D. Afonso Henriques . Pronunciou-se sobre o desgraçado trabalho do árbitro de forma educada, correcta, sem ameaçar nem ofender ninguém apenas manifestando a indignação face ao que se tinha visto no relvado. Resultado? Um castigo de 75 dias e 9000 euros de multa!
No final do Benfica vs Casa Pia o director geral do Benfica entrou no relvado de forma intenpestiva insultando e ameaçando o árbitro Gustavo Correia. Que perseguiu até aos balneários repetindo ameaças e insultos. Resultado? Uma suspensão preventiva de 20 dias, uma multa de 500 euros e um processo disciplinar cujo resultado se conhecerá um dia. Se é que se vem a conhecer.
Esta disparidade de tratamentos só é possível num futebol gravemente doente em que a verdade desportiva, a transparência de processos e a isenção dos orgãos dirigentes são palavra vã perante os factos. E os factos dizem claramente que os dirigentes dos clubes que ousem criticar os árbitros, e muito em especial os árbitros de jogos com o Benfica em que o "colinho" é factor de decisão , estão sujeitos a duras penas. De facto entre este castigo ao presidente do Vitória e as ameaças do director geral do Benfica ao árbitro não há grande diferença. Está em ambos os casos a tentativa de intimidar , de coagir e de condicionar para o futuro. O dirigente para que se cale e o árbitro para que não volte a apitar com isenção jogos em que a sua ajuda pode ser necessária.
Um nojo tudo isto!
Depois Falamos.
Obrigado

Foi por estes dias anunciado que Rui Patrício, aos 37 anos, resolvera dar por terminada a sua carreira.
Nunca jogou no meu clube nem em nenhum clube pelo qual tenha particular simpatia (também nunca jogou nalgum pelo qual tenha antipatia desportiva) mas fez mais de cem jogos pela seleção nacional e isso para mim é mais que suficiente para enquanto português lhe estar grato.
Não só pelo elevado número de jogos que fez pela "equipa de todos nós" mas também pela qualidade que sempre evidenciou e que lhe permite enfileirar no lotes dos grandes guarda redes de Portugal.
Como aliás bem o demonstra um video em boa hora publicado pela UEFA TV, assinalando o seu fim de carreira, em que mostram algumas das grandes defesas por ele feitas na baliza da nossa seleção.
E há que recordar sempre a monumental exibição na final do Euro 2016 garantindo a vitória portuguesa frente à França com um punhado de extraordinárias defesas que ficarão para sempre na excelente memória desse jogo.
Sem elas o golo de Éder de pouco teria valido.
Portugal sempre teve excelentes guarda redes ( como defesas, médios e avançados) mas foi com Rui Patrício na baliza que começamos a vencer competições europeias.
Um Europeu e uma Liga das Nações.
E isso justifica plenamente um enorme obrigado a Rui Patrício.
Depois Falamos.
quarta-feira, dezembro 10, 2025
Partidos & Candidatos

É tão comum dizer-se que as eleições presidenciais não são partidárias como o saber-se que não é exactamente assim porque até hoje, e desde 1976, nunca um presidente foi eleito sem o apoio de um ou mais partidos.
Ramalho Eanes em 1976 com um apoio que ia do CDS ao MRPP passando por PS e PSD, o mesmo Eanes em 1980 com o apoio do PS e da esquerda, Mário Soares nas duas eleições com o apoio do PS e da esquerda (em 1986 , na segunda volta, com uma verdadeira geringonça ao seu lado), Jorge Sampaio eleito duas vezes por geringonças de esquerda a reboque do PS e depois Cavaco Silva duas vezes eleito com o apoio total do PSD e de de outros sectores do centro direita ao centro esquerda tal como Marcelo Rebelo de Sousa.
As presidenciais de 2026, não fugindo á regra excepto se elegerem Gouveia e Melo, trazem contudo algumas curiosidades.
Ao contrário do que aconteceu várias vezes no passado não haverá concentração de votos à esquerda (e muito menos desistência de candidatos) na primeira volta porque a esquerda é tão minoritária que em bom rigor essa concentração também não serviria para nada.
E assim Catarina Martins, António Filipe e Jorge Pinto irão a votos e de encontro ao inevitável e rotundo fracasso eleitoral.
O que para o país é excelente, diga-se de passagem, porque dali nada de bom podia vir.
Mas está aí a primeira das curiosidades.
Candidatos minoritários, condenados a votação quase residuais, tem ainda assim um apoio claro e abrangente dos seus partidos o que também diz bem do estado de fraqueza desses partidos que não conseguem sair de votações muito reduzidas.
Apoios que se repetem com André Ventura e João Cotrim de Figueiredo, mas num cenário completamente diferente em relação aos anteriomente referidos, porque contam com o claro apoio de Chega e Iniciativa Liberal em ambos os casos com essas potenciais votações a abrirem-lhes claras expectativas, neste momento talvez mais a Ventura que a Cotrim, de estarem na segunda volta.
Deixando de lado Gouveia e Melo que não conta com apoio de partidos restam Marques Mendes e António J.Seguro.
Ou sejam restam PSD e PS.
E aí o panorama muda de figura em relação aos restantes candidatos com apoios partidários.
Muda muito em relação a Seguro porque até ao momento não só o PS esteve ausente da sua campanha como há figuras (António Costa, Santos Silva, Ferro Rodrigues, Vieira da Silva, Mariana Vieira da Silva e toda a ala afecta a Pedro Nuno Santos) e figurinhas (Marta Temido, Ana Gomes, Isabel Moreira, Francisco César, etc) que recusam apoia-lo e participarem na campanha.
Claro que conta com o apoio do chamado aparelho mas mesmo aí o entusiasmo não abunda.
E por isso as "águas" do eleitorado socialistas são aquelas onde todos os outros candidatos pretendem "pescar" o mais possível.
No PSD em relação a Luis Marques Mendes a situação é diferente, para melhor no interesse do candidato, mas está longe de reunir os consensos das candidaturas de Aníbal Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa.
Tem o apoio do aparelho, da direção nacional, das estruturas distritais, mas há um número significativo de importantes figuras do partido, incluindo vários ex líderes, que se mantém em silêncio e não se sabe sequer se participarão na campanha , se se limitarão aos "serviços mínimos" como uma institucional declaração de apoio ou se ficarão em silêncio.
E tudo isso já tem um significado cujo alcance neste momento não é possível perceber.
Cenários a acompanhar com interesse sabendo-se que a segunda volta poderá alterar rmuitos posicionamentos.
Da direita radical à extrema esquerda mas essencialmente naquele centro político onde tudo se decide.
Depois Falamos.
Fraco

O debate de ontem entre António José Seguro e Henrique Gouveia e Melo foi simplesmente fraco. Embora desse para rir um bocado com algumas confusões dos candidatos e isso foi o que teve de melhor.
Seguro, apesar de tudo melhor preparado do que o oponente, transmitiu a habitual imagem de seriedade embora a serenidade de outros debates tenha desaparecido (as sondagens não ajudam) mas lembra cada vez mais a assassina frase de Mário Soares sobre Vitor Constâncio (quando este liderava o PS) em que o antigo PR definia o lider socialista dizendo "´é como as galinhas, tem asas mas não voa".
Seguro também não levanta voo e a passagem à segunda volta está cada vez mais difícil.
Quanto a Gouveia e Melo, já o disse em comentário anterior, não está talhado para estas "guerras".
E quanto mais fala mais submerge.
É claramente um homem bom mas a política não é a sua praia e também ele verá a passagem á segunda volta como um objectivo cada vez mais difícil de atingir.
Depois Falamos.
Pensamento do dia
O voto popular atribui legitimidade mas não proporciona divindade.
E é bom que todos os eleitos não esqueçam isso a cada momento da sua actividade.
Seja ela qual for e seja ela onde for.
Depois Falamos.
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