Já por várias vezes referi quatro amigos, infelizmente já todos desaparecidos, com quem aprendi muito sobre o Vitória (e também sobre futebol) porque eram daqueles que tinham uma vida dedicada ao clube e um capital de experiência absolutamente extraordinário.
Hélder Rocha, Jorge Folhadela, Custódio Garcia e Lourenço Alves Pinto são os seus nomes e a eles devo muito do que sei sobre o Vitória.
Como também a Antero Henriques da Silva Júnior, Fernando Roriz e Francisco Martinho com quem tenho muitas horas de conversa sobre o clube.
Alguns foram presidentes do Vitória, outros directores, outros ainda funcionários.
E com todos aprendi uma regra de ouro na gestão de um plantel de futebol profissional: A gestão do grupo, a escolha dos jogadores para cada jogo, a estratégia a seguir face a cada adversário pertencem exclusivamente ao treinador.
Porque é ele e a sua equipa técnica que trabalham o grupo à semana, avaliam o estado de forma dos jogadores, sabem os seus indices físicos e motivacionais, estão habilitados a escolherem os melhores para cada jogo.
Quando tive a responsabilidade de ser vice presidente para o futebol durante uns meses em 2012 segui á risca essa regra de ouro.
E os dois treinadores com quem trabalhei, Rui Vitória na equipa A e Luis Felipe na equipa B, são as melhores testemunhas disso porque nunca questionei nenhum deles sobre a equipa que iam apresentar em cada jogo, porque jogava este e não aquele, porque ia ser assim e não assado.
Quando muito nas viagens de autocarro perguntava se a equipa ia ser dentro do normal ou se havia algo de excepcional e eles respondiam aquilo que muito bem entendiam sabendo que nunca lhes perguntaria mais do que isso.
Quis sempre que ambos percebessem que da parte da direcção não haveria nenhuma interferência nas suas opções porque todos sabíamos que eles mais que ninguém queriam ganhar os jogos e faziam as suas opções em função disso.
Mas acima da regra de ouro, e para que esta funcione perfeitamente, há uma regra de platina.
Presidente, vice presidente para o futebol, administradores da SAD, director desportivo nenhum pode ter qualquer interesse pessoal em que jogue este e não aquele por esta ou aquela razão.
Mesmo que seja mais agradável para o responsável por uma contratação ver o jogador ser regulamente utilizado (ainda que apenas por uma questão de satisfação do ego do contratador) isso deve ficar exclusivamente ao critério do treinador.
Quem contrata, e é inaceitável que o faça sem o aval do treinador, deve preocupar-se apenas e só em contratar bons jogadores e homens bem formados que encarem a sua profissão com grande sentido de responsabilidade e assumam o profissionalismo no relvado, no balneário e em casa.
A partir daí é trabalho do treinador. Que todos devem respeitar.
Depois Falamos
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