Vivemos tempos difíceis.
Para as pessoas, para as famílias, para as empresas.
O vírus que ameaça a vida e a saúde das pessoas, que obriga as famílias a estarem separadas e nalguns casos a verem partir prematuramente alguns dos seus entes queridos sem deles se poderem despedir, que mantém empresas fechadas ou num funcionamento muito abaixo do normal face às limitações de todos conhecidas.
Tempos difíceis para quem tem despesas para pagar, para quem tem de assegurar salários aos trabalhadores face a uma ausência total de receitas ou receitas muito abaixo do normal, para quem se defronta com uma situação totalmente inesperada e cujo fim é uma incógnita.
E por isso não admira que as empresas, nomeadamente aquelas que tem meios para tal, recorram ao engenho do marketing e das técnicas de publicidade para manterem os negócios e diversificarem a forma de chegarem aos seus clientes.
Mas há (ou devia haver) limites para tudo.
O spot publicitário que o "Pingo Doce" vem passando nas televisões é , do meu modesto ponto de vista, um exemplo de limites ultrapassados.
Porque a senhora que nele aparece, pelos vistos com alto cargo na empresa, depois de um discurso lamechas sobre os tempos que vivemos e um apelo interesseiro ao consumo de produtos portugueses acaba o spot a fazer publicidade à venda da carne de borrego a um preço absolutamente extraordinário e só possível porque os produtores se encontram em enorme aflição face à brutal quebra de vendas originada pelo estado de emergência.
Circunstância que o "Pingo Doce" aproveitou para fazer o seu negociozinho que não sendo ilegal é, no mínimo, imoral.
Com uma agravante: Publicidade em tempos pascais de carne de borrego a um preço tão baixo, impossível de encontrar em tempos normais, é um enorme apelo ao seu consumo mesmo por aqueles que normalmente não o fazem.
Consequência?
Um afluxo de compradores aos supermercados "Pingo Doce"!
A ideia de um estado de emergência não vai nesse sentido pois não?
Depois Falamos.
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