Conheço o Carlos Gonçalves e o José Cesário há muito anos.
Da vida política no PSD, do parlamento onde fomos colegas na meia dúzia de anos que por lá andei, de uma amizade que se manteve mesmo quando seguimos caminhos políticos diferentes daqueles em que nos tínhamos conhecido.
E porque conheço bem um e outro posso atestar, sem qualquer interesse no assunto que não seja o da amizade, que quer como deputados dos círculos da emigração (o Carlos na Europa e o Zé Fora da Europa) quer como secretários de estado das comunidades, cargos que ocuparam em diferentes governos do PSD, sempre desempenharam um papel importantíssmo na ligação às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo que viam neles efectivos elos de ligação a Portugal.
Aliás bastará acompanhar a sua presença nas redes sociais para perceber o quanto trabalhavam, como deputados dos círculos da emigração, junto das comunidades percorrendo-as de forma incessante e fazendo-as sentir que no parlamento nacional havia quem se preocupasse com o seus problemas e ajudasse a resolvê-los.
Hoje, dia de aprovação das listas de candidatos a deputados do PSD, constato com enorme surpresa que nenhum deles voltará a integrar as listas pelo que o partido perde de uma assentada as suas maiores ligações às comunidades portuguesas.
Outros serão candidatos mas quem tem a noção das coisas sabe que nada terão a ver com o que fizeram, e deveriam continuar a fazer, o Carlos e o Zé porque neles dois assentam muitos anos de trabalho, de proximidade aos emigrantes e de experiência política em círculos eleitorais complexos.
Não sei se as recentes eleições no PSD terão alguma coisa a ver com o afastamento dos dois.
Sei que o José Cesário apoiou claramente Paulo Rangel e não me apercebi do apoio de Carlos Gonçalves a qualquer um deles, o que não significa que não tenha existido, mas mal estaria o partido se isso fosse razão para afastar dois competentes deputados.
É verdade, sim, que ambos já estão há muitos anos no parlamento, creio que o Zé mais que o Carlos, e que não havendo lugares cativos é necessário fazer renovação de legislatura para legislatura.
Mas para um partido que quer ganhar eleições, e eleições num cenário tão especial como este, conviria que se entretivesse a renovar aqueles cuja presença nas listas é absolutamente indiferente aos eleitores e não dois dos poucos deputados que valem votos por si próprios e pelo seu trabalho.
É o que se chama dar dois tiros nos pés.
Perfeitamente escusados!
Depois Falamos.
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