A taça da Liga, coitada dela, tem muito pouco prestígio e
credibilidade então é melhor nem falar.
Popularmente conhecida como “taça da carica”, taça “Lucílio Baptista”
e outras alcunhas, algumas delas impublicáveis, entrou no anedotário nacional
face à forma “sui generis” como foram decididas algumas das suas finais que em
nada contribuiram para que a prova se credibilizasse.
Sendo certo que mais que esses episódios o que realmente contribui
para que a prova seja uma competição menor e descredibilizada é o absurdo regulamento ao abrigo da qual é
disputada e que é, para não sermos antipáticos, uma autêntica aberração.
Partindo do princípio que uma Liga é constituida por clubes profissionais, que agrupados em duas divisões disputam os respectivos campeonatos, entende-se que essa Liga deve defender os interesses dos seus filiados por igual, com isenção e competência, porque o negócio futebol não se deve compadecer com favoritismos, diferença de tratamentos, políticas de filhos e enteados.
Partindo do princípio que uma Liga é constituida por clubes profissionais, que agrupados em duas divisões disputam os respectivos campeonatos, entende-se que essa Liga deve defender os interesses dos seus filiados por igual, com isenção e competência, porque o negócio futebol não se deve compadecer com favoritismos, diferença de tratamentos, políticas de filhos e enteados.
Creio que será assim por toda a Europa onde há Ligas a organizarem
provas mas não é assim em Portugal onde desde sempre a Liga nunca teve pejo nem
vergonha em favorecer três e tratar como parceiros menores todos os outros.
E isso está expresso de forma clara no regulamento da famigerada taça.
Todo ele feito para a competição seja sempre ganha por Benfica, Porto,
ou Sporting com a divisão em quatro séries
cujos cabeças são os quatro primeiros classificados do campeonato, onde
esses três clubes só muito excepcionalmente não se classificam, o que os coloca
desde logo numa posição de privilégio com vista ao triunfo na competição
porque, entre outras razões, isso evita que se encontrem antes das meias finais
contrariamente a todos os outros que tem de fazer percursos mais árduos para lá
chegarem.
É certo que esse regulamento manhoso já foi contornado por Moreirense,
Braga e Vitória FC que conseguiram vencer a competição mas mais não são do que
as honrosas excepções que apenas confirmam a vergonhosa regra.
Mas, há que dizê-lo, esse regulamento absurdo de uma competição sem credibilidade
apenas existe porque ao longo dos anos em sucessivas assembleias gerais da liga
os clubes o aprovaram pese embora ser lesivo dos interesses da sua esmagadora
maioria.
De facto é incompreensível que trinta e um clubes aceitem um
regulamento em que são tratados como parceiros de segunda , em que são
obrigados a competir em situação de desigualdade, em que os seus emblemas não
são respeitados, sem que tenham a dignidade de chumbar liminarmente essa
aberração regulamentar.
Diz muito sobre a qualidade do dirigismo que temos e sobre o “amor” de
alguns dirigentes aos seus clubes. Para não dizer pior!
Mas se a situação era má...agora piorou!
Com base em problemas de calendário, que são reais mas não são
inultrapassáveis, a Liga decidiu uma aberração ainda maior para a disputa da
próxima edição da sua taça.
Que é a de disputar uma edição da taça da Liga para apenas alguns
clubes da Liga enquanto todos os outros ficarão de fora uma vez mais relegados
para o papel de parceiros menores de uma instituição que a todos devia tratar
por igual.
E nem o tosco regulamento inventado para este efeito, dispondo que a
competição a oito (de 34...) será disputada pelos seis primeiros classificados
da liga NOS e pelos dois primeiros da Liga PRO em Novembro, tentando atirar
poeira para os olhos de quem quiser ser enganado com a falsa ideia de que estarão
todos em plano de igualdade para a disputa dessas posições ( na PRO podem estar mas na NOS
não estão de certeza absoluta) disfarça a realidade de ser mais um arranjinho
para o desprestigiado “caneco” ser ganho por Benfica, Porto ou Sporting.
Com a inexplicável conivência de todos os outros.
Porque com as honrosas excepções de Marítimo e Sporting que votaram
contra (eu sei que houve sete abstenções mas nunca caso destes abster
corresponde a consentir ) todos os outros votaram favoravelmente um regulamento
que os vai excluir na sua esmagador maioria da disputa da competição.
Absolutamente incompreensível a
posição dos dirigentes de todos esses clubes.
Naquilo que foi mais um passo para desprestigiar uma taça da Liga que,
coitada repetimos, já não tem prestígio nenhum.
Mais valia terem evocado o pretexto da falta de datas e não disputarem
este ano a competição.
Tinham prestado bem melhor serviço ao futebol português.
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