O "Outsider"

Sou do tempo em que o futebol era simples.

Um fiscal de linha não era um árbitro assistente.

Um roupeiro não era um técnico de equipamentos.

Um massagista não era um fisioterapeuta.

Um contra ataque não era uma transição ofensiva.
Um jogador era uma pessoa e não um activo.

E muitos mais exemplos poderia dar de como os "cientistas"  e "teóricos" do futebol foram complicando aquilo que era uma linguagem simples e por todos entendida.

É verdade que ainda me lembro remotamente(há mais de 40 anos) de o meu avô me falar em "backs" e "corners" mas isso eram "inglesismos" que vinham da Pátria do futebol e que tinham perdurado durante muito tempo na linguagem dos adeptos.

Agora é mais complicado.

Pela linguagem e pelo futebol, ou pelo que dele estão a fazer, que vamos tendo.

Gary Lineker, um grande jogador do século 20 e hoje um dos melhores comentadores ingleses, definiu um dia o futebol como o jogo em que jogam 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha.

Referindo-se a um período de grande esplendor do futebol alemão em que a nível de clubes e selecções marcaram uma hegemonia que agora parece estar de volta.

Lineker nunca jogou no nosso futebol nem sequer me parece que o acompanhe de perto.

Porque se o fizesse redefiniria o seu conceito e passaria a dizer que o no futebol português jogam 11 contra 11 e no fim ganha o Benfica com a ajuda dos fiscais de linha.

É um facto.

E por isso não deixo de me sentir algo enojado quando vi o treinador desse clube referir-se ao Vitória como um "outsider".

Não deixa de ter piada ver um sujeito que trata a língua portuguesa da mesma forma que o Maxi Pereira os adversários (à canelada e no caso do jogador com a mais absoluta impunidade), usar termos ingleses para dar vazão a uma arrogância que assenta apenas e só na falta de cultura  e de educação.

E uma azia sem fim em relação ao Vitória.

E por isso não posso deixar de lhe dizer o seguinte quanto ao "outsider":

Tivesse Rui Vitória o orçamento e alguns jogadores de que JJ dispõe e este campeonato não teria sequer história.

E nem precisávamos dos fiscais de linha, ao contrário de um treinador cujo custo anual é igual ao de todo o orçamento do Vitória para o seu futebol, para ganhar jogos que por incompetência própria nos mostramos incapazes de conseguir como é o caso do SLB de JJ.

Por isso quando falar do Vitória é bom que Jorge Jesus siga uma máxima que a UEFA procura implementar.

"Respect".

Eu sei que ele não entende o termo, e muito menos o conceito, mas pode ser que alguém lhe explique.

Depois Falamos.