Nesta fase de grupos o que mais importa são os pontos e nesse aspecto nada há a dizer porque Portugal fez três jogos e conquistou nove pontos, marcou treze golos e não sofreu nenhum, estando no bom caminho para vencer o grupo e conseguir o apuramento para a fase final do Europeu 2024.
Ainda assim há algumas coisas a dizer.
A primeira é que hoje o resultado foi melhor que a exibição e sendo justo na expressão, face às oportunidades de ambas as equipas, acabou por só atingir os números tranquilos já muito perto do fim quando a Bósnia passou a jogar com quatro defesas e permitiu espaços que até então tinham sido raros.
Depois há algumas coisas difíceis de perceber.
Uma é o nível exibicional que uma vez mais foi idêntico aos tempos de Fernando Santos nos dias menos felizes deste enquanto seleccionador porque nos dias bons a equipa jogava mais do que hoje se viu.
Outro é a insistência nos três centrais que mesmo com dois excelente laterais que atacam muito se revela uma preocupação excessiva face aos valor dos três adversários defrontados e que resulta que em todos os jogos falte na intermediária e na frente o que sobra atrás.
Depois é a aposta num João Félix que mais uma vez foi a unidade de menor rendimento de toda a equipa, e cujo futebol carece de "explosão", em detrimento de jogadores que estavam no banco e que à partida garantiam mais soluções ofensivas e uma melhor complementaridade em relação a Ronaldo.
Depois as substituições.
A ganharmos por 1-0, a precisarmos de segundo golo, a primeira substituição é tirar um avançado, mesmo com rendimento discreto, para meter um segundo trinco?
Para defender o quê na Luz com a Bósnia?
Depois uma troca de laterais sem que se visse em Raphael Guerreiro qualquer problema físico ou de cansaço passando Cancelo para a esquerda, ele que tão bem estava a jogar na direita, para entrar o regressado Nélson Semedo. Para dar minutos a este? E Dalot?
E duas substituições aos 87 minutos entrando Otávio e Diogo Jota e saindo Palhinha e Bernardo.
A três minutos do fim nem se moraliza quem entra nem se dá descanso a quem sai e ainda por cima sabendo-se que todos os jogadores estão a ansiar por férias mas alguns com muito mais tempo de jogo que outros.
E a cada vez maior perplexidade por jogadores talentosos e explosivos como Rafael Leão e Digo Dalot nem um minuto terem tido num jogo em que qualquer um deles poderia dar um contributo decisivo face aos espaços dados pela Bósnia nos últimos minutos.
No caso de Rafael Leão, então, começa a tornar-se incompreensivel que em três jogos tenha jogado pouco mais de trinta minutos no total quando, por exemplo, no jogo anterior entrando a quinze minutos do fim ainda fez um golo e uma assistência.
É um claro desperdício de um dos grandes talentos desta selecção.
Vencemos.
Três jogos, três vitórias, nove pontos e portanto no bom caminho para vencer o grupo.
Mas as certezas não aumentam e as dúvidas começam a ganhar terreno.
Terça feira, na Islândia, os três pontos são obrigatórios mesmo sabendo-se que os islandeses darão tudo para um resultado positivo face ao seu mau início da fase de apuramento.
Mas para lá dos pontos será bom que a selecção transmita sensações positivas em termos de qualidade de jogo e da correcta utilização dos muitos e bons recursos disponíveis.
A ver vamos.
Depois Falamos.
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