Foi o último jogo da temporada e ainda bem porque a maioria dos jogadores portugueses está mesmo a precisar de férias depois de uma época em que muitos deles fizeram mais de sessenta jogos ao sabor de calendários cada vez mais exigentes e mais insensatos.
Face a uma Islândia que está longe de ser uma grande equipa mas também já não é aquela equipinha modesta do passado sentiu-se bem esse cansaço da época e também o facto de a equipa ter jogado apenas três dias antes o que pesou nas pernas de forma compreensível.
Ainda assim Portugal dominou claramente o jogo (66% de posse de bola) , teve algumas oportunidades de golo mas faltou discernimento, melhor ligação das jogadas e últimos passe mais eficazes que permitissem outro tipo de finalização.
Mas quando o empate já parecia inevitável, até porque a Islândia em inferioridade numérica já só defendia, apareceu o suspeito do costume e resolveu com um golo solitário assinalando da melhor forma a sua duocentésima internacionalização.
Em suma quatro jogos e quatro vitórias, doze pontos, catorze golos marcados e nenhum sofrido e o apuramento para o Europeu cada vez mais perto.
Mas em coerência com o que escrevi nos três jogos anteriores não posso deixar de fazer duas ou três considerações.
A primeira para reiterar que continuo a achar que face à valia dos adversários Portugal joga com um central a mais quando podia perfeitamente jogar,isso sim, com mais alguém lá na frente a formar dupla com Ronaldo.
Fosse Diogo Jota, fosse Ricardo Horta, fosse Bruno Fernandes mais adiantado dando entrada inicial a Otávio, Vitinha ou Renato Sanches por exemplo.
Depois concordando com as novidades no "onze" que permitiram refrescar a equipa ( Dalot, Pepe, Ruben Neves e Rafael Leão), face ao desgaste atrás referido, creio que mais uma vez o seleccionador demorou demasiado a mexer na equipa e quando o fez foi de uma forma algo difícil de perceber trocando um lateral por outro e metendo um central para o lugar de um trinco o que fez com que Danilo tivesse de se adiantar no terreno.
Depois, já com a Islândia reduzida a dez, trocou Danilo por Vitinha e Bruno Fernandes por Otávio ou seja dois médios por outros dois e continuou sem reforçar o ataque com um dos avançados que tinha no banco para ter mais gente na área capaz de criar situações de finalização.
E o que está em causa não são os jogadores que entraram porque estiveram bem com Raphael Guerreiro e Gonçalo Inácio a estarem no golo de Ronaldo ,com o primeiro a fazer o cruzamento e o segundo a assistência, e Vitinha a dar dinâmica e posse de bola (Otávio foi menos visto) mas sim o facto de ter faltado mais ousadia e uma aposta mais acentuada no ataque porque a entrada de Diogo Jota já foi apenas para gastar mais uns segundos depois do golo.
Correu bem, ganhamos que é o que mais importa, Roberto Martinez beneficiou do "São Ronaldo" que tantas vezes valeu a Fernando Santos mas como dizia Rúben Dias na zona de entrevistas rápidas há muito a melhorar para a selecção garantir o mais rapidamente possível a presença na fase final do Europeu.
Depois Falamos.
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