No domingo "partiu" um dos nossos!
Por sinal um dos melhores que vestiram a nossa camisola ao longo de 92 anos de História.
Joaquim Jorge.
Nascido em Moçambique veio para o F. C.Porto onde jogou durante três anos antes de se transferir para o Vitória (envolvido na ida de Djalma para as Antas)onde esteve durante sete brilhantes temporadas em que ganhou para sempre o reconhecimento dos vitorianos.
Fez toda a carreira como defesa central.
Rápido, duro, implacável na marcação mas de uma lealdade e fair play que correspondiam por inteiro ao Homem que estava por trás do jogador.
Formou com Manuel Pinto talvez a melhor dupla de centrais do clube (pelo menos das que vi jogar foram de certeza) e conseguiram a proeza, nesses tempos quase impensável, de serem chamados à selecção nacional.
Fui, com o meu pai e outros vitorianos, ás Antas ver um Portugal-Grécia em maio de 1969 em que os dois centrais do Vitória foram os titulares da selecção perante o imenso orgulhos de todos os adeptos do nosso clube.
Desse jogo recordo, para além de ver os dois centrais que estava habituado a ver de branco a alinharem de camisola vermelha, que ganhamos e Eusébio marcou um grande golo.
Na inesquecível época de 1968/1969 (em que conquistamos pela primeira vez o terceiro lugar e ficamos a 3 pontos do titulo) Joaquim Jorge venceu o troféu individual para o melhor jogador do campeonato atribuído pelo jornal "A Bola" e patrocinado pela empresa vimaranense Somelos.
Foi o primeiro jogador do Vitória a alcançar essa distinção.
Concluída a sua passagem pelo Vitória ainda jogou mais algumas épocas na Oliveirense, Penafiel e Paredes.
Encerrada a carreira continuaria ligado ao futebol em funções técnicas nomeadamente no Penafiel cidade onde fixou residência.
Mas manteve uma sempre uma forte ligação a Guimarães e ao Vitória (nomeadamente às "Velhas Guardas") sendo presença assídua no estádio D.Afonso Henriques para assistir aos jogos daquele que também era o "seu" clube.
Dele recordo o homem afável, simpático e de uma extrema educação que das vezes em que conversamos sempre demonstrou um enorme amor ao Vitória.
"Partiu" no domingo.
Dia em que se o destino não o tivesse chamado estaria certamente no estádio a ver, feliz, a exibição de uma jovem equipa vitoriana que em tanto se parecia com o Joaquim Jorge enquanto jogador.
Talento, entrega , garra e imenso respeito pela camisola que vestiam.
Sim, os "miúdos" prestaram a Joaquim Jorge a mais bela das homenagens.
Seguiram o seu exemplo!
Depois Falamos
6 comentários:
Senhor Luís Cirilo sou um leitor assiduo do seu blogue mas deve ser o segundo comentário que ponho e o primeiro já foi há anos. Mas li com emoção o que escreveu sobre Joaquim Jorge. Que era grande amigo do meu pai e me lembro de conhecer desde pequeno. Fui com o meu pai várias vezes comer com ele a Penafiel. E por isso quis dar-lhe os parabéns pela forma como escreveu sobre um homem que deu muito ao Vitória e que deu tanto ao clube. Nada como um vitoriano para escrever sobre outro vitoriano.
Bem haja.
P.s Tenho vergonha da "notícia" posta na página do clube sobre o Joaquim Jorge.
Uma vergonha. Mas escrita e não dando ao falecido o destaque que ele merecia. Incompetência ou ignorância já não sei
Caro Alberto Pires: Fui sempre um admirador de Joaquim Jorge enquanto jogador. Dos melhores que vestiu a nossa camisola. Só o conheci pessoalmente muitos anos mais tarde e guardo dele uma excelente imagem. Espero que o Vitória lhe preste a merecida homenagem.
Quanto ao site prefiro não comentar.
eu rui gomes jorge filho de joaquim antono jorge e familia estamos agradecidos por esta homenagem
Caro Rui Gomes Jorge:
Não tem nada que agradecer.
Eu como vitoriano é que serei sempre grato por tudo que o seu Pai deu ao Vitória.
E tive imenso prazer em conhecê-lo e com ele ter conversado várias vezes.
Foi um dos "maiores" da nossa História vitoriana pode estar certo.
Grande Homem e um amigo muito querido que me vai deixar muitas saudades , ao mesmo tempo compensadas com a alegria de o ter conhecido e dos moments felizes passados juntos. Obrigada pelas belas palavras💖
Cara Helena Oliveira:
Creio que foram palavras justas para um homem que marcou positivamente todos os que o conheceram. Admirei-o como enquanto jogador e mais ainda enquanto Homem.
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