Entendia-se que na hora da morte todos merecem o respeito de todos.
E por isso toda a gente, adeptos de um e outro clube, guardava o minuto de silêncio em pé num sinal de respeito.
Depois as coisas foram mudando.
Ao sabor de conceitos de educação e civismo que nalguns casos não evoluíram antes pelo contrário.
E foi-se assistindo ao quebrar desses minutos de silêncio através de vaias, cânticos e outros ruídos que para mais não serviam do que para tentativas malcriadas de desrespeito a quem tinha falecido.
Só porque ou era conotado com um dos clubes no relvado ou até com qualquer outro clube de que os espectadores não gostavam.
Muito feio.
Talvez por isso se foi evoluindo, nalguns casos, para enquanto intervenientes do jogo guardavam o minuto de silêncio nas bancadas aplaudia-se como tributo a quem tinha desaparecido.
Aplausos são mil vezes melhores que ruídos depreciativos mas o respeito autêntico é pelo silêncio que se mostra.
No Vitória-Paços de Ferreira prestou-se homenagem a Joaquim Jorge.
Um dos nossos melhores jogadores de sempre.
Que não substitui a homenagem que o clube deverá prestar-lhe mas foi ainda assim um momento bonito.
Pena que nas bancadas muitos vitorianos não se tivessem levantado, como era sua obrigação, durante o minuto de silêncio.
Joaquim Jorge merecia esse sinal de respeito.
Depois Falamos
5 comentários:
Eu também prefiro o silêncio absoluto como homenagem, que é bastante mais contundente. Mas com as constantes faltas de respeito, compreendo o aplauso. É o que se faz aos artistas, por isso é aceitável, e foi bem introduzido nos campos de futebol para calar engraçadinhos que aproveitam o momento para fazer gracinhas.
Caro Luís Cirilo,
Apenas para dizer que estou tendencialmente de acordo com o que refere relativamente a minutos de silêncio em geral. Já Luís Cirilo, há pouquíssimo tempo, parecia não estar de acordo connosco. Num post intitulado "Antas...1976", quando surgiu um comentário anónimo com o seguinte conteúdo: "Se houver minuto de silêncio sugiro uma assobiadela, nunca fez mal a ninguém, e assim deste modo honramos os jogadores do vitória que nessa tarde foram tão prejudicados e mostramos a nossa indignação à CS e ao mundo do futebol.
Só é pena não ser contra a equipa que nos ficou com a taça...", a resposta foi: "Caro Anónimo:
Realmente hoje dava jeito que o jogo fosse com o Boavista. Era o chamado dois em um. E o nosso protesto seria, se calhar, ainda mais audível.".
É notório que, da sua parte, não há qualquer referência ao minuto de silêncio, mas a ideia fica no ar. Por isso, depois deste seu post, fiquei curioso e não resisti a perguntar-lhe: Seria favorável a uma assobiadela no caso de se ter verificado um minuto de silêncio por António Garrido? (Curiosamente, houve junto de mim algumas pessoas que pensaram que aquele minuto de silêncio ainda era por ele e rapidamente soltaram alguns insultos)
Cumprimentos
Caro Anónimo:
partilho do seu ponto de vista. Embora ache que os minutos de silêncio tendem a acabar nos estádios.
Caro Luís Ferreira:
Tem razão e assumo esse comentário. Mas tratava-se de uma situação tão excepcional que eu compreenderia as vaias dos vitorianos. Porque se tratava do individuo que deliberadamente mais prejudicou o Vitória em toda a nossa História. Muitos, como eu, andavam com ele "atravessado" na garganta desde esse fim de tarde de 1976. Porque nunca mais foi visto num jogo do Vitória nunca mais houve a oportunidade de lhe transmitir o nosso repúdio pelas suas vigarices. Quanto à sua pergunta respondo-lhe com toda a franqueza que compreenderia perfeitamente uma vaia dos vitorianos se se tivesse verificado o minuto de siêncio. Acabou por não ser feito e ,se calhar, foi preferível assim.
Eu considero que os minutos de silêncio são para respeitar e não para aplaudir.
Já assisti a minutos de silêncio impressionantes, que muito me emocionaram, mas seria dos que assobiariam caso fosse feito o minuto para AG
Caro luso:
Acho que estamos de acordo.
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