Olho com alguma incredulidade para o que se está a passar na campanha para as eleições regionais de Outubro na Madeira.Em que a um PSD no governo aparece como principal partido da oposição um CDS que está coligado com esse mesmo PSD no governo de Portugal.
É certo que se trata de uma eleição numa região autónoma onde não há nem nunca houve coligação entre ambos os partidos.
Mas isso não dispensava o CDS de ter um mínimo de bom senso e deixar a campanha a cargo dos seus dirigentes regionais poupando os dirigentes nacionais(membros do governo ainda por cima)a atitudes que são,no minimo,dúbias.
Mas não.
Há duas semanas o líder do CDS,Paulo Portas(também ministro dos negócios estrangeiros),foi à Madeira desferir um duro ataque a Alberto João Jardim e ao governo regional.
Agora,aumentando a escalada de provocação (não há outro nome a dar),realizaram as jornadas parlamentares na Madeira e com novos ataques violentos e virulentos de Portas a AJJ e ao PSD regional.
Decididamente o CDS está a esticar a corda.
Por razões que não conheço, que é difícil perceber, mas que revelam uma tremenda falta de bom senso e uma perigosa ignorância do que é o interesse nacional.
Que passa inapelavelmente pela estabilidade politica e pela coesão do governo da República.
Ou julgarão Portas e o CDS que um mau resultado do PSD/Madeira não terá significativas consequências no continente ?
A não ser que a direcção nacional do CDS prefira ver no governo da Madeira o PS em vez do PSD e se esteja nas "tintas" para os efeitos colaterais desta sua forma de fazer politica.
Que a sua ambição passe por uma derrota do parceiro de coligação.
Mas isso já não é politica.
É esquiziofrenia.
Perigosa.
Depois Falamos
14 comentários:
Caro Luís Cirilo, não me diga que a sua militância no PSD lhe tapa a visão para a personagem medonha que é AJJ?!!!
Até sou um visitante e leitor assíduo do Depois Falamos e tenho observado que o sr. é uma pessoa sensata, de modo que fiquei surpreso ao denotar que neste assunto coloca a bandeira do PSD à frente dos interesses da nação Portuguesa.
Esse sujeito sem educação endividou a República das Bananas e agora o Zé Povinho é que paga!
Acho muito bem que o CDS tenha tomado uma posição clara relativamente a esse assunto, demonstrando assim, de forma evidente, que em 1º lugar está precisamente o Interesse Nacional!
é o princípio do fim do Alberto João Jardim, sem tirar nem pôr. e o Paulo Portas vai encarregar-se de acabar com ele. diga-se de passagem, já é bem tempo desse aprendiz de ditador deixar o lugar e abrir caminho para a democracia.
O Paulinho esticou a corda -é verdade- porque o 'tio' Alberto lhe deu uma bem grande.
Gostava de saber pormenores sobre a dívida, porque uns dizem que é o total, outros que é o desvio, outros que é a conta do temporal.
Para tirar tudo a limpo, quero pormenores. Interessante que ninguém diz que o tio Alberto -e família- tem milhões em off shores. E se as secretas farejassem tal, já todos sabíamos...
é curioso que anteriormente consegue
reflectir sobre os negócios mal explicados de berardo e as suas ligações ao governo de sócrates, e sobre alberto joao jardim a.k.a kadhafi madeirense, só aconselha paulo portas a estar calado.
a madeira é governada por um tirano que controla a coisa pública como se fosse dele e dos seus.
não viu nos noticiários manifestações anti-regime vergonhosamente silenciadas pela policia?
não soube de um dirigente da jsd que numa noite urinou em cima de um carro da polícia, que ao tentar dete-lo foi avisada que bastaria um telefonema ao jardim para ficarem com um processo disciplinar em cima?
e as contas da madeira? quem é que pagou os estádios e as vias rápidas? porque é que as equipas desportivas da madeira conseguem ser tão mais competitivas que as do continente?
já agora uma palavrinha sobre isto não ficava nada mal, porque até sou de direita mas tenho olhos na cara e vergonha do que lá se passa.
Caro Mr Karvalhovsky:
Estive na Madeira pela primeira vez em 1987. Depois só em 2003 voltei ao arquipélago.E constatei uma brutal diferença para melhor.Essa obra tem rosto. Alberto João Jardim. Comete erros? sem duvida. Toma atitudes que era preferivel serem evitadas? Claro que sim. Mas as inumeras vitórias eleitorais devem-se ao reconhecimento da obra feita e a nada mais. Como continental posso por muita coisa em causa.Se fosse madeirense votaria AJJ sem qualquer duvida.
Caro Anónimo:
AJJ e o PSD/Madeira vão ganhar,como de costume,as eleições.Para acabar com ele é preciso muito mais que um paulo portas.
Cara il:
Nunca a seriedade de AJJ foi posta em causa.Porque não tem "rabos de palha".
Caro Anónimo:
Não misture o que não é misturável.A Madeira é governada por um partido democrático que ganha as eleições todas porque tem desenvolvido a região.
Tudo o mais é mau perder de quem nunca soube ser alternativa credível a AJJ e ao PSD/Madeira.
Quanto aos estádios da Madeira e ás vias rápidas até me dá vontade de rir. Porque o unico estádio novo que a Madeira tem é o do Nacional. Que á beira dos "elefantes brancos"do Euro 2004 não passa de uma obrinha.
Quanto ás vias rápidas foram elas que permitiram que agora se demore dez minutos num percurso que dantes demorava 45 minutos e mais.Refiro-me à ligação entre aeroporto e Funchal a titulo de exemplo.
Caro Cirilo, responde-me que "AJJ e o PSD/Madeira vão ganhar,como de costume,as eleições." - o problema é exactamente esse, toda a gente já sabe que a personagem vai ganhar. Acredito até que um dia que não se candidate ganha na mesma, tal é o reino de temor que por lá se vive.
Já me espanto vê-lo dizer que se estivesse na Madeira votaria no AJJ.
Caro Anónimo:
Digo e repito: se fosse madeirense votava em AJJ e no PSD/Madeira sem qualquer duvida.
Quanto ao reino de temor não sei do que fala. As eleições na Madeira são por voto secreto como no continente. As pessoas votam livremente em quem querem.
para bem da verdade não é só o estádio do nacional que é novo. o do marítimo também está a ser remodelado...de certeza que também deve achar piada a isto.
A carreira política de AJJ levanta vários problemas de análise. Porque quem tem algum contacto com a Madeira pode sempre ter uma opinião dúplice sobre a figura. Ou de que foi o grande rosto do desenvolvimento da região. Ou de que é um pequeno tirano insuportável (também há madeirenses apartidários que assim o classificam). Os continentais nunca conseguem deixar de olhar para AJJ com muita reserva, porque os relatos que nos chegam, se corresponderem à verdade, são assustadores sobre o tipo de oligarquia instalada e liderada por Jaime Ramos, o eterno homem de terreno de AJJ que também é empresário muito abastado e com ligações pessoais e familiares a muitos ramos económicos na Região.
Os continentais também já há muitos anos que têm tido formas de saber que a Madeira gasta e faz obra, e o OGE da república paga e não bufa. No que se inclui a subsidiação directa aos dois clubes da RAM como principal fonte de financiamento dos mesmos. Ao que acresce o novo Estádio dos Barreiros, para ficar às moscas, como o da Choupana. Bastava-lhes dois estádios como o de Barcelos ou da Póvoa, por exemplo. Em simultâneo, já é também há muitos anos que os continentais se apercebem do estilo circense e insultuoso como AJJ se refere a nós, que lhe temos sustentado o desenvolvimento regional. Com taxas de IVA sempre superiores às da sua região. E o que os continentais também procuram perceber é como é possível que na RAM ainda subsista tanta miséria e pobreza apesar das centenas de milhar de milhões gastos ao longo de décadas. E porque motivo ainda os madeirenses, depois de terem oportunidade de se instalar aqui no continente, raramente regressarem. Eu confesso que não entendo a RAM, e como efectivamente AJJ ganha sucessivamente. Que as eleições têm sido e são livres, não restam dúvidas. Como se consegue votar em AJJ sucessivamente já não entendo. Ou talvez entenda: quem vive dele e com ele, pretende assim manter-se. Quem ainda não vive dele nem com ele, e também não tem grandes meios de se emancipar economicamente, continua na esperança de que possa chegar a sua vez. E se assim for, quem poderá estar a falhar serão as instituições da república, que nada encontram para apontar a AJJ quanto à "murmurantemente" propalada oligarquia corrupta.
Cumps.
José Machado
Caro Anónimo:
Não acho piada,acho justo.
O estádio dos Barreiros de há muito que precisava de ser remodelado.
Até porque o Maritimo,seu principal utilizador,é um clube que dispuata regularmente competições europeias e precisa d eoutras condições.
Por outro lado a renovação do estádio permitirá que a selecção nacional jogue lá de vez em quando e isso tem o seu significado.
Caro José Machado:
é evidente que podemos olhar a Madeira e o seu governo de várias formas.
Não me considero detentor da verdade absoluta e concordo consigo que existem questões a merecerem explicação mais vasta do que aquela que temos tido.
Por outro lado existem personagens a gravitarem em volta de AJJ que não trazem nada de novo a um conceito civilizado de politica.
Também concordo que o próprio AJJ é por vezes excessivo e tem atitudes e expressões que lhe ficam mal e de que não precisava.
A verdade é que em eleições livres e democráticas arrecada maiorias esmagadoras o que tem uma interpretação unica: Os madeirenses estão satisfeitos com o seu governo.
E ninguém conte comigo para passar atestados de menoridade a eleitores que sabem muito bem em quem votam e porque votam.
Luis Cirilo, lamento muito profundamente que reafirme o seu apoio ao Alberto João Jardim, como quem diz, se fosse madeirense votava nele. Prefiro pensar que tal se deve a questões partidárias.
José Machado, os madeirenses votam no personagem por pura intimidação
Caro Anónimo:
É fácil atirar atoardas para o ar.
Já viu alguém,numa cabine de voto na Madeira,a apontar uma pistola a um elitor obrigando-o a votar PSD?
Claro que não viu.
E por isso é fácil,embora inconsequente e falso,vir falar de climas de intimidação.
A azia perante tantas vitória não justifica tudo!
Caro anónimo
Eu não consigo entender em que se baseia a tese da intimidação, porque as eleições simplesmente são livres. Agora, que me custa a entender, custa.
JOse Machado
Caro José Machado:
O povo é soberano.
Embora ás vezes a sua vontade seja dificil d eperceber.
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