Não sendo militante do PSD, onde estive 43 anos desde a JSD e de onde saí poucos meses depois da primeira eleição de Rui Rio mas não por causa de Rui Rio, não quero fazer grandes comentários ao que foi a sua passagem pela liderança do PSD.
Não teve sucesso, já sabemos, não criou especial empatia com as bases o que era previsível face à sua forma de ser, deixa o partido pior do que o encontrou também me parece consensual.
Teve alguns sucessos e bastantes mais insucessos o que explica que não se tenha recandidatado à liderança e deixe agora o Parlamento onde em boa verdade não estava a fazer nada.
Não duvido que dentro da sua forma de ser e da visão que tem da política e do partido tenha feito o que lhe parecia melhor mas em quase completa dessintonia com o mundo real.
Agora acho é curioso que com três ou quatro honrosas excepções (André Coelho Lima, Salvador Malheiro e mais uns poucos) Rui Rio me pareça um homem só neste final de percurso político.
Aqueles todos que o rodeavam, que o apoiaram nas directas de 2017, 2019 e 2021 e lhe permitiram ser três vezes eleito como presidente do partido parece que ou desapareceram ou se tornaram nos seus mais fortes critícos.
A esmagadora maioria já acantonada em torno de Luís Montenegro como se o passado nunca tivesse existido e não tivessem nenhuma responsabilidade nele.
Conhecendo minimamente Rui Rio admito que seja o último a estar admirado com isso.
Por alguma razão gostava tão pouco da vida partidária.
Por mim, que sempre me dei bem com ele mas não o apoiei nas directas de 2017 porque supunha que o que viria a acontecer não seria muito diferente do que aconteceu (Quem reler algumas entrevistas de Pedro Santana Lopes no tempo dessas directas verá que está lá uma previsão correctissima do que seria o PSD liderado por Rio) não posso deixar de dizer que lhe reconheço, entre outros, o mérito de ter sido coerente até ao fim naquilo que entendia dever ser a estratégia do partido.
Estava errado, já se sabe, mas tinha o direito de seguir o caminho que entendia ser o melhor e para o qual os militantes por três vezes lhe confiaram os destinos do PSD.
Depois Falamos.
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