Centralizar direitos televisivos, promover a mediocridade- Artigo de Pedro Marques Lopes
Não valerá a pena perder muito tempo com tão distorcida visão da realidade do futebol português a não ser para dizer o seguinte: O que os PML da vida querem, na verdade, é que o campeonato seja eternamente disputado a três servindo os restantes para uns jogos treino semanais que permitam rodar jogadores e preparar os "importantes" confrontos entre os três donos disto tudo.
E por isso quanto mais fracos os outros forem, quanto menos dinheiro tiveram para contratar jogadores, quanto menos valiosas as suas equipas forem tanto melhor porque servem para os objectivos de treinar (tipo sparring partners do boxe) mas não cansam demasiadamente as estrelas que assim chegarão frescas que nem alfaces aos tais jogos que contam.
É uma visão distorcida, facciosa, clubística na raia do fanatismo mas alegremente acompanhada pelos jornais Bola, Record e Jogo e por todos os canais de televisão diga-se em abono da verdade.
Felizmente o autor tem também alguma queda para o humor e aí devemos agradecer-lhe a piada, que se faz por si própria, de falar das vitórias internacionais dos clubes portugueses.
E se é verdade que neste século o Porto já ganhou duas ligas Europa e uma Liga dos Campeões, com o ultimo sucesso frente ao Braga já há 11 anos, falar de vitorias internacionais dos outros dois é pura anedota.
O último sucesso do Benfica foi há 60 anos e do Sporting há 58 !!!
É para isso que o PML quer manter o status quo vergonhoso da actual forma de distribuição dos dinheiros das televisões?
A RTP Memória resolve-lhe o problema de forma muito mais económica.
Finalmente devo dizer que enquanto adepto do Vitória Sport Clube não me importaria nada de ver o meu clube jogar um campeonato sem Benfica, Porto e Sporting mas com Braga, Marítimo, Portimonense , Boavista, Tondela, Gil Vicente e muitos outros que andam no futebol de forma bem diferente dos três citados.
Num campeonato sem "padres", "toupeiras", "missas", "vouchers", "fruta", mas com verdade desportiva e igual tratamento a todos os participantes.
Nota final: Desconfio que PML escreveu o que escreveu sem ter a mínima preocupação de saber o que é a negociação centralizada dos direitos televisivos.
Porque ela não pressupõe igual distribuição de verbas para todos mas sim baseada em critérios de dimensão e resultados desportivos.
Claramente mais justa do que o actual modelo em que três levam milhões e os restantes tostões.
Depois Falamos.
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