Quando a 20 de Fevereiro de 2005 o PSD perde as legislativas e Santana Lopes decide afastar-se desde logo ,na velha tradição do partido, o baronato resolve escolher o novo lider.
E inclinam-se quase unânimemente para Luis Marques Mendes.
Por relações de amizade,pela dedicação inegável ao partido,pelo receio que Menezes estilhaçasse o status quo,ou por qualquer outra razão,a verdade é que os chamados notáveis e grande parte das estruturas decidem apoiar Mendes.
Que logo na noite da derrota,aliás num hábito muito seu e que mais tarde viria a repetir sem sucesso,desatou a fazer contactos e a fidelizar apoiantes.
Na altura ninguém acreditava que mais alguém avançasse,contra quase todo o aparelho,pese embora o habitual "bate e foge" do inefável Borges.
Não sei,e penso que só o próprio o saberá dado tratar-se de uma decisão profundamente pessoal,quando Luis Filipe Menezes decidiu candidatar-se.
Ou,pelo menos,quando tomou a decisão definitiva.
Vinha de uma campanha esgotante no circulo eleitoral de Braga,na qual percorrera incansávelmente os catorze concelhos,e onde contribuira largamente para evitar a derrocada eleitoral que se adivinhava.
Braga foi percentualmente o distrito em que o partido menos desceu embora tenha perdido 2 deputados em relação a 2002.
E no distrito se fizeram grandes jornadas de mobilização como o comicio de Guimarães (porventura o maior de toda a campanha nacional),o jantar de Cabeceiras de Basto ou o encontro de mulheres em Famalicão.
Todos eles com a participação do lider Santana Lopes.
E no decorrer dessa campanha,que acompanhei de muito perto,fora perceptivel pelo intenso contacto com as bases que Menezes podia almejar para lá daquilo que já era.
Porque criava forte empatia com as pessoas que confessavam que ele ao vivo era muito melhor que na televisão e que tinham mudado,para bem melhor,a opinião que sobre ele tinham.
Quantas vezes ouvi isto pelo distrito.
Talvez a ideia da candidatura tenha ganhado alento nesse contacto com as bases,nos incentivos recebidos,na percepção de que o partido queria mudar se as legislativas corressem mal.
Sei é que na semana de 21 a 25 de Fevereiro Luis Filipe Menezes estabeleceu contactos,ouviu opiniões,reflectiu profundamente.
E convocou,para a noite de domingo 27 de Fevereiro,os seus mais próximos apoiantes para uma reunião na sede do PSD de Gaia.
Lá esteve gente de todo o país.
Do Minho ao Algarve.
E ai L.F.Menezes anunciou a decisão de se candidatar á liderança do partido.
Sabendo que contava com o apoio de muitos militantes,algumas secções e três distritais.
Beja,Faro e Porto.
Era o que havia na altura.
Rápidamente se organiza uma direcção de campanha,se estrutura uma primeira agenda,se calendarizam iniciativas.
Decidem-se as equipas que acompanham o candidato e os que ficam em Gaia a assegurar o apoio logistico.
A 3 de Março,no salão árabe do palácio da bolsa no Porto,Menezes anuncia ao país que é candidato á liderança do PSD.
No dia seguinte uma pequena comitiva (Luis Filipe Menezes,Abilio Costa,José Meireles,Mário Bandeira,Vera Sampaio,Pedro Fonseca ,eu próprio,e os motoristas Rogério Camões e Israel Ricardo) partia para a primeira sessão de campanha.
Na fiel distrital de Beja.
O "Menezismo" fazia-se á estrada...
Depois Falamos
(continua)
2 comentários:
como previ em comentário noutro post eis que começam as surpresas.entao beja,faro e porto eram as unicas distritais que apoiavam menezes ?
e braga ? o virgilio costa não era menezista desde pequenino ?
aguardemos próximos capitulos
Há para aí umas aves que são 'menezistas antes do Menezes nascer' e outros 'de 29 de Setembro'...Pelo menos é assim que são conhecidos entre os que apoiaram e/ou votaram Menezes apenas porque era bom para o partido!
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