
Olha-se para este número de circo protagonizado por um individuo indigno do cargo parlamentar que ocupa e a primeira sensação é de nojo profundo pelo ponto a que a baixeza e a chicana política conseguem chegar ao serviço de estratégias radicais que não respeitam nada nem ninguém.
A política nacional tem ao longo dos anos vivido momentos dispensáveis, em que os limites são ultrapassados de forma condenável, de que as campanhas desenvolvidas pela esquerda e extrema esquerda contra Francisco Sá Carneiro em 1979 e 1980 a propósito da sua vida familiar e de uma suposta dívida so BES foram talvez os exemplos maiores.
Campanha em que participaram activamente dirigentes do PS como Mário Soares e Manuel Alegre entre outros.
Mas isto de ir para a porta da casa de um adversário político, numa altura em que conveniente e cobardemente ele não está lá, para fazer chicana política reles e insistir nas mentiras já desmascaradas abre um novo e indesejável capítulo no "vale tudo" em que o Chega pelos vistos quer mergulhar a política nacional de forma irresponsável e eticamente deplorável.
Porque quando não se respeita a vida privada de um cidadão, quando não se respeita o espaço familiar que é a sua casa, quando se acha que tudo é legítimo na defesa de tácticas políticas lastimáveis, cabe perguntar o que se respeita então?
Nada.
É a resposta óbvia.
Fui durante algum tempo crítico do célebre "não é não" porque entendia que havendo uma clara maioria de centro direita ela não devia ser desperdiçada e os partidos dela constantes deviam encontrar formas de se entenderem no essencial.
Percebo agora claramente , desde a questão da eleição do presidente do aprlamento até às alianças do Chega com o PS para derrubar os governos dos Açores, da Madeira e do país que nunca houve essa maioria de centro direita porque o Chega não é fiável para fazer maiorias estáveis com ninguém.
Ao sabor do sonho legítimo, mas por este caminho cada vez mais impossível, de um dia conquistar uma maioria própria para governar o Chega tem como objectivo estratégico fundamental destabilizar e fazer cair todos os governos esperando que isso lhe proporcione a oportunidade de ser maioria.
E para isso não hesitam em recorrer à mais baixa política de que este episódio miserável é um exemplo flagrante.
E por isso o "não é não" faz todo o sentido.
E com gente como este deputado ao "Não" tem de se acrescentar o "Nunca".
Por uma questão de pura decência e ética política.
Depois Falamos.
Nota: Chamar á casa de um cidadão que ocupa um cargo político o "templo da corrupção" quando nada prova isso, quando a Justiça nem arguido o constituiu, quando todas as explicações pedidas foram dadas é uma canalhice abjecta. Que caracteriza bem quem faz política dessa forma.
Sem comentários:
Enviar um comentário