Quando se publicam opiniões em cima de uma derrota o mais difícil é, muitas das vezes, saber gerir a desilusão porque o opinar publicamente exige responsabilidade, bom senso e o fugir tanto quanto possível da queda entre o oito e o oitenta.
E por isso depois desta derrota em Portimão, onde o Vitória encontrou uma das equipas mais modestas da Liga mas que chegou para ele, há que dizer algumas coisas dentro do equilíbrio posssível e necessário nas circunstâncias.
A primeira coisa é que o Vitória jogou em casa com mais de dois mil adeptos nas bancadas mas a equipa não soube tirar partido disso. Mais um esforço inutil de tantos e tantos vitorianos muitos dos quais se deslocaram propositadamente a Portimão.
A segunda é que com o boletim clínico a denunciar as impossibilidades já conhecidas de Handel e Jorge Fernandes , as de última hora de André Silva e Mumin mais a de André André por ainda não estar em forma ficou bem patente que o plantel é preocupantemente curto. Então em opções ofensivas restavam no banco Nélson da Luz e Cortés. Muito, mas muito, pouco mesmo.
A terceira é para reiterar o que já escrevi depois do jogo com o Estoril.
Este plantel "admite" entradas mas não "suporta" mais saídas. Equivale isto a dizer que mesmo com a chegada de Catamo não podem existir mais saídas sob pena de graves desiquilíbrios no plantel e na equipa titular. Falo claramente de André Almeida e Mumin.
Dito isto há que dizer algumas coisas sobre o jogo propriamente dito.
Boa primeira parte do Vitória que merecia ter ido para o intervalo a vencer porque foi a única equipa que criou oportunidades de golo.
Dois bons remates de André Almeida ( e excelentes defesas de Samuel Portugal) , uma bola na barra de Tiago Silva e um remate de Anderson salvo in extremis por um defesa algarvio foram as mais flagrantes numa primeira metade de jogo em que o Vitória teve 62% de posse de bola.
No regresso dos balneários esperava-se que o Vitória mantivesse a toada, pressionasse o adversário e materializasse o domínio em golos que lhe permitissem conquistar o triunfo.
E esse atitude manteve-se durante cerca de minuto e meio que foi o tempo que o Vitória demorou a marcar.
Depois, inexplicavelmente, a equipa recuou e com meia parte para jogar deu a clara sensação de que se preparava para passar 45 minutos a gerir o resultado sem sequer reparar nas alterações tácticas do adversário com as entradas de Luquinha e Ewerton no reatamento.
E por isso abdicando de pressionar o último, e fraco, reduto do Portimonense o Vitória foi dando espaço à organização do adversário, permitiu-lhe "crescer" e começar a criar lances de perigo para a baliza de Bruno Varela e começou a adivinhar-se ( não era difícil...) que os algarvios podiam ter uma palavra a dizer no resultado.
E tiveram.
Depois de Varela conseguir adiar em dois lances o golo este acabou por aparecer, e com justiça, face à forma como a segunda parte vinha decorrendo.
Com o jogo empatado, e o empate já era mau resultado, o Vitória pouco fez para voltar a tentar ganhar o jogo. Um remate de Lameiras, outro de André Amaro de cabeça e o Portimonense a acreditar que podia ganhar.
E o Vitória ajudou.
Aos 73 minutos, com o resultado em aberto, retirou Jota Silva, o mais dinâmico avançado neste jogo e Anderson que era o único ponta de lança disponível e deu entrada a Nélson da Luz e a Antonin Cortés que ainda ninguém percebeu qual é a sua posição de raiz.
Foi um convite, que o adversário não recusou, para adiantar linhas e tentar vencer o jogo o que viria a acontecer com um golo aos 88 minutos que sentenciou o resultado perante a impotência de um Vitória que se viu castigado pela sua estratégia e pelas opções pós golo de Jota Silva.
A entrada de Janvier já em tempo de descontos, talvez para tentar a meia distância, e um remate de cabeça de André Amaro, para grande defesa de Samuel Portugal, foram o último canto de um cisne que acabou o jogo como patinho feio!
E mais não digo.
Não porque não me apeteça mas porque acho que não devo.
Depois Falamos.
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