domingo, setembro 26, 2021

Lógica

Devo dizer que olhava este Vitória-Benfica com alguma apreensão.
Desde logo porque já são muitos anos a ver factores estranhos ao jogo a terem influência nos resultados dos nossos encontros com o clube de Lisboa mas essencialmente porque olhando para as duas equipas e respectivos planteis era evidente a superioridade benfiquista em termos individuais e colectivos.
O que não significava necessariamente que isso por si só fosse suficiente porque o Vitória em dia de acerto pode ganhar a qualquer clube do nosso campeonato.
Infelizmente ontem não era um desses dias.
E isso foi patente desde o início, pese embora o primeiro lance de relativo perigo tenha resultado de um remate de Estupinan a cruzamento de Quaresma, porque a estratégia de Jorge Jesus de apostar numa pressão alta criou enormes problemas às saídas do Vitória para o ataque porque muitas vezes essa pressão fazia-se logo à saida da grande área vitoriana com algumas atrapalhações dos nossos centrais à mistura (de uma delas resultou o segundo golo) e quando essa primeira barreira era ultrapassada o meio campo vitoriano nunca conseguiu acelerar o jogo para tentar aproveitar esses adiantamento do adversário.
Exceptuavam-se as arrancadas de Edwards mas a equipa raramente lhe deu o apoio necessário para que elas resultassem em algo mais.
E por isso o Benfica apoderou-se do controle do jogo, foi ameaçando o golo, e ninguém terá ficado verdadeiramente surpreso quando  fez o primeiro á passagem da meia hora e mais um já passava dos 40 minutos e em ambos os casos com responsabilidades dos centrais e trinco do Vitória.
Era evidente que ao intervalo qualquer coisa tinha de ser mudada até porque havia jogadores em rendimento muito discreto.
Mas nada foi alterado e o Vitória regressou para o segundo tempo com o mesmo onze e por isso o jogo manteve-se na mesma toada da primeira parte sempre com os forasteiros mais perto do terceiro golo que o Vitória do primeiro.
Pepa demorou longos vinte e cinco minutos, a perder por dois golos de diferença, a decidir-se por mexer na equipa mas quando o fez há que reconhecer que tomou boas decisões porque Rochinha e André Almeida trouxeram de imediato outro dinamismo e outra velocidade à equipa e o Vitória cresceu exivbicionalmente só que aí a sorte do jogo foi-lhe madrasta porque num contra ataque rápido o Benfica fez com alguma felicidade o terceiro golo e sentenciou o desfecho.
Depois entraram Rúben Lameiras e Bruno Duarte com o primeiro a integrar-se bem no espírito introduzido por Rochinha e André Almeida criando bons lances pelo flanco direito enquanto o segundo não teve oportunidades de visar a baliza mas marcou a grande penalidade de forma tão eficaz quanto...deliciosa.
Entraria ainda Janvier que também ele, de quem se esperaria que tivesse mais minutos depois da exibição na Covilhã, ajudou ao domínio final do Vitória mas já era tarde para sequer discutir o resultado ficando a clara sensação que se as substituições tem ocorrido mais cedo a história podia ter sido bem diferente.
Em suma uma derrota sem factores externos a influenciarem-na ( a primeira em vários anos com este adversário) e uma equipa vitoriana que vale mais do que aquilo que demonstrou neste jogo em que pareceu estranhamente acanhado perante um adversário que embora mais forte também não é tão mais forte assim.
De qualquer forma pode dizer-se que a lógica prevaleceu face ao valor de ambas as equipas.
O árbitro Luís Godinho fez um trabalho sem influência no resultado, tecnicamente acertado mas disciplinarmente foi amigo e bem amigo de alguns jogadores do Benfica.
Nada que não seja habitual.
Depois Falamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luís Cirilo,

Esta foi das vitórias do Benfica mais fáceis em Guimarães desde que me lembro.
Na primeira parte o Benfica poderia facilmente ter marcado mais 2 golos, na segunda o Vitória entrou bem, mas o 3ª golo do Benfica matou o Vitória.
Bom jogo, boa arbitragem e quando assim é sabe melhor.

Ass: cards

luis cirilo disse...

Caro cards:
De facto não foi um triunfo difícil. O vitória deu demasiado espaço e demorou muito a reagir. Quanto á arbitragem foi a melhor em jogos com o Benfica em vários anos. O que é uma novidade que se saúda. Esperemos que seja para continuar e não apenas por o Benfica neste jogo não ter precisado de ajudas do apitador.