domingo, janeiro 10, 2021

Sensatez

Ao sabor dos debates para estas eleições presidenciais tenho visto pelas redes sociais com alguma surpresa, mas sem espanto que na política já não me espanto com nada, textos de pessoas do PSD e do CDS,algumas das quais conheço pessoalmente e sei bem da inteligência e capacidade política de que são possuidoras, de grande violência crítica contra André Ventura e o partido Chega.
Com uma violência que não vejo empregarem contra o PS, o PCP, o BE mas que iguala, quando não ultrapassa, a violência que os dirigentes e apoiantes desses partidos utilizam quando se referem a Ventura e ao Chega.
E fico pensativo sobre onde querem chegar com esse tipo de posicionamento.
Querem atestados de bom comportamento democrático de uma esquerda que se acha dona disto tudo?
Deviam reflectir no facto de que a esquerda só passa esses atestados aos idiotas úteis que lhe fazem o jogo.
Querem travar o crescimento do Chega?
Usando os métodos da esquerda? Ainda não perceberam que o Chega quanto mais se lhe bate mais cresce? Que espécie de cegueira os afecta?
Ou não estarão a incorrer no enorme erro de aquilo que dizem agora virem a ter de engolir em seco mais tarde quando perceberem finalmente que não há alternativa de centro direita que não passe pelo Chega?
E mais ainda me admira quando são responsáveis de topo de alguns partidos que incorrem nesse erro hostilizando hoje quem vão precisar amanhã como é o caso de Rui Rio dizendo que é mau para o país se André Ventura tiver uma grande votação nas presidenciais ou Tiago Mayan dizendo que a Iniciativa Liberal nunca estará num governo com o Chega.
Não sei se alguém, nomeadamente no PSD, ainda tem o sonho louco de um dia repetir 1987 e 1991 mas se tem desiluda-se porque foram outros tempos, Cavaco Silva só houve um e o PSD sozinho nunca mais terá uma maioria absoluta.
E todos sabemos, desde 2015, que ganhar umas legislativas (o que também não me parece poder estar num horizonte próximo do PSD) de nada vale se não for assegurada a eleição de metade dos deputados mais um.
Olhando para a sondagem que encima este texto, de 30 de Novembro de 2020, o que ela nos diz ( e todas as que tem sido feitas nos últimos meses  apontam neste sentido) é que todo o centro direita junto não tem os votos necessários a ganhar as eleições. Nem com maioria relativa quanto mais absoluta.
PSD, Chega, CDS e Iniciativa Liberal, os partidos parlamentares, mais os pequenos partidos como a Aliança, o PPM, o MPT e o Nós Cidadãos mesmo que conseguissem uma enorme coligação não teriam, ainda assim, garantidos os votos necessários a construir uma alternativa ganhadora ao governo da geringonça que pode estar hoje dividida. mas se necessário rapidamente se juntará de novo.
É evidente que uma grande coligação, bem construida e com um ideário programático atractivo, liderada por quem a dinamize e lhe traga valor acrescentado  valerá mais que a simples soma dos partidos e até poderá conseguir uma vitória eleitoral por maioria absoluta aproveitando também o desgaste do PS (que as sondagens ainda não reflectem) e do seu aliado PCP.
Mas desiludam-se os meus amigos que acham que pode ser de outra forma porque nessa grande coligação o Chega é perfeitamente indispensável ao ponto de se poder afirmar que sem esse partido não haverá uma alternativa ganhadora ao actual estado de coisas.
Os números falam por si!
Sou militante e eleitor da Aliança, partido que dois anos atrás já defendia a necessidade dessa coligação (e o tempo tem-lhe dado toda a razão) e continua a defender um entendimento alargado no centro direita que construa pontes entre os partidos e deite abaixo os muros que a esquerda gosta de habilmente construir entre eles para que Portugal possa ter uma alternativa verdadeira, competente e capaz de alterar este rumo ao abismo para que o PS mais uma vez nos leva com a cumplicidade de CDU e BE.
E tal como tendo algumas dúvidas em relação às vacinas para o covid ainda assim prefiro-as largamente ao próprio covid também tendo algumas dúvidas em relação a essa grande coligação acho-a largamente preferivel à manutenção de governos da geringonça liderados por António Costa e compostos por Cabritas, Temidos, Van Dunens, Pedros Nunos Santos, Temidos, Galambas e a legião de amigos e consultores do Primeiro ministro.
É uma questão de pura sensatez!
Depois Falamos.

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