Já se sabia que destas presidenciais não se podia esperar grande coisa em termos de campanha.
Porque ao contrário do que aconteceu no passado com campanhas épicas e protagonistas de grande relevo estas reduzem-se a uma "primeira figura" (Marcelo) e a uma série de figurantes cuja principal competição parece ser para ver quem critica mais ...Marcelo.
Que por norma não lhe tem ligado nenhuma-e bem- mas quando sai desse registo de olímpica indiferença nem sempre se tem dado muito bem.
Com os lideres de PSD, PS e CDS fora da campanha, com os discursos "mais do mesmo" dos restantes lideres partidários, com uma falta de interesse popular pelas acções de campanha notória a principal dúvida nestas eleições é se Marcelo ganha à primeira ou à segunda volta porque é quase ridículo pensar que qualquer um dos outros possa sequer almejar esse objectivo.
Desde logo porque não tem notoriedade para isso.
Mas essencialmente porque creio que a maioria dos portugueses não lhes reconhecerá o gabarito, a experiência, a capacidade para serem presidentes da República.
E como o PS, sem candidato do agrado de Costa, se decidiu por um salomónico "tanto faz" entre Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa que apenas favorece Marcelo (lá no fundo o candidato que menos desagrada a Costa) é evidente que qualquer um deles está destinado a um resultado bem abaixo dos 20% que é, em boa verdade, o que ambos merecem pela pobreza de ideias que tem evidenciado ao longo destas semanas.
O que,à partida, invalidará e uma segunda volta.
Marisa Matias é uma candidata simpática, com algumas ideias e uma boa imagem,mas a volatilidade do eleitorado do Bloco não lhe permitirá sequer aspirar a uma votação idêntica à das Legislativas pelo que o seu objectivo maior será ficar à frente do candidato do PCP.
O que não será difícil dado o discurso redondo e ultrapassado, a lembrar uma cassete riscada, do candidato Edgar Silva um dos mais fracos que o PCP apresentou até hoje.
Não tem a simpatia de Jerónimo, a ortodoxia(rentável no eleitorado PC) de Francisco Lopes, o discurso "arejado" de Carlos Carvalhas.
É um candidato a preto e branco no tempo da televisão a cores!
Paulo Morais é para mim uma incógnita em termos de resultado.
Não sei se o seu "nicho de mercado"-a denúncia da corrupção- vai ser eleitoralmente rentável ou se o estilo "eu é que sou o mais sério de todos" o vai remeter para a prateleira dos candidatos que os eleitores não levam a sério como Jorge Sequeira, Cândido Ferreira ou Vitorino Silva.
Embora este, num país onde alguns tem um conceito tão particular de voto de protesto, ainda possa ter um resultado surpreendente.
Resta Henrique Neto.
Um homem corajoso, sem papas na língua, que tem posto o "nome aos bois" em diversas situações ao longo dos anos.
Mas manifestamente este já não é o seu tempo.
Pelo que me parece que a vitória de Marcelo à primeira volta é uma inevitabilidade.
Espero que assim seja.
Porque apoio Marcelo, é verdade, mas também porque faço parte daqueles que estão tão "fartinhos" destas eleições que ter de aturar uma segunda volta seria um sacrifício para lá do tolerável.
Depois Falamos.
4 comentários:
Boa análise!
Concordo consigo. Espero igualmente que Marcelo seja eleito à primeira
Cumprimentos
Caro Nuno:
Obrigado pelas suas palavras.
Esperemos que o "Marcelo à primeira" seja uma realidade
Faltam 3 na foto, para completar o "circo"!
Caro Saganowski:
Pois faltam.
E mesmo assim já estão a mais...
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