Na época de 2003/2004, ultima de Pimenta Machado como presidente, o Vitória já muito fragilizado por tudo que se passava em redor do clube (nomeadamente as investigações do "saco azul") jogava para fugir dos últimos lugares numa busca frenética de pontos.
Nesse tempo exercia o mandato de deputado na Assembleia da República e não tinha nenhum cargo no clube mas naturalmente que vivia com muita intensidade(como sempre) tudo o que lhe dizia respeito e essa época foi terrível em termos de ansiedade.
Termináramos a primeira volta, já com Jorge Jesus no lugar de Augusto Inácio, com uma derrota em Braga(jogo muito mal arbitrado por Pedro Henriques com claro prejuízo vitoriano)e uma sofrida vitória caseira sobre o Estrela da Amadora e por isso o ultimo jogo dessa primeira volta, em Alvalade com o Sporting, já se revestia de algum sufoco porque os pontos não abundavam.
A convite do meu amigo Ribeiro Cristóvão fui a Alvalade assistir a uma autêntica "paródia" arbitrada por...Bruno Paixão que expulsou dois jogadores do Vitória e inclinou o campo tanto quanto pode favor dos da casa.
Ainda estivemos a ganhar 1-0(golo de Romeu) mas depois o SCP empatou por João Pinto e marcaria o 2-1 final por Pedro Barbosa enquanto a equipa vitoriana "enervada" pelo apitador se descontrolava tendo como corolário disso a expulsão de Rafael depois de dar um valente murro em João Pereira.
Quis o destino que nessa mesma semana uma das comissões parlamentares de que fazia parte (no caso a de Juventude e Desporto) tivesse agendada uma audição solicitada pela...APAF.
Nem de propósito.
O jogo num domingo à noite e a APAF na terça feira á tarde.
Não podia correr bem.
Lembro-me que a delegação era composta por três ou quatro dirigentes entre os quais o então árbitro Paulo Paraty.
Ainda antes do período de debate houve uma exposição inicial do presidente da associação a que se seguiu outra de Paraty que a determinada altura se sai com a seguinte frase :
"Os árbitros são pessoas tão sérias como as outras".
Hoje não o faria, seguramente, mas na altura não resisti a dar uma sonora gargalhada.
Claro que Paraty e colegas ficaram escandalizados e seguiu-se um debate "vivinho" em que falei mais com o coração vitoriano do que com a razão do cargo que exercia e manifestei a revolta pelas arbitragens que tanto nos estavam a prejudicar nessa época.
As coisas lá se compuseram(mais ou menos...) e no final houve uma troca de cumprimentos...cordial.
Na semana seguinte, primeira da segunda volta, o Vitória jogou numa segunda feira à noite em Leiria e eu antecipei a viagem para Lisboa (normalmente ia à terça de manhã) para de caminho ir ver o jogo que se antevia complicado.
Cheguei ao estádio com bastante antecedência, fui ter com a comitiva vitoriana à entrada dos balneários, e por lá fiquei à conversa com Pimenta Machado, o seu irmão Rui, o meu filho João que me tinha acompanhado e creio que com o José Luís Machado.
Confesso que nem sabia quem era o árbitro desse jogo.
Estávamos à conversa há uns minutos quando chega o trio de arbitragem.
Chefiado por...Paulo Paraty!
Confesso que vi a "vida" do Vitória a andar para trás especialmente depois do ar de indisfarçável gozo com que ele nos cumprimentou à entrada.
Lá contei aos que me rodeavam do episódio parlamentar ocorrido dias antes e ficamos todos algo temerosos de que também em Leiria o relvado se inclinasse.
Errado.
Paraty fez uma excelente arbitragem, sem qualquer mácula, e o 0-0 final apenas traduziu a incapacidade das equipas em marcarem golos nesse jogo.
Mas a lição que retirei disso, embora admita evidentemente que se pense de outra forma, é que vale a pena levantar a voz para defender os interesses do Vitória.
Depois Falamos
4 comentários:
http://youtu.be/ruiDXeVuEFc
"a expulsão de Rafael depois de dar um valente murro em João Pereira...."
Não fosse à época desse episódio o João Pereira do Benfica...
Caro Anónimo:
Tem razão.
Foi em Rui Jorge.
Mas passados onze anos é normal que não me lembre de todos os pormenores. Nem o episódio do murro é relevante parao resto
caro Luis cirilo a moral que eu retiro da história é a seguinte quando perdemos a culpa é do árbitro, mas nunca do gr que deu um frango do defesa que se esqueceu de marcar o avançado adversário do médio que perdeu a bola infantilmente e deixa a equipa descompensada do avançado que falha um golo escandaloso do treinador que lê mal o jogo e faz mas as substituições da direcção que contratou mal.
caro cards:
Se ler com mais atenção constatará que não é nada disso que lá está escrito
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