Pedro Santana Lopes(PSL) e Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) nem sempre estão de acordo mas há questões em que ambos conseguem ter razão mesmo não estando de acordo.
O que não é fácil!
PSL tem razão quando afirma não ver qualquer problema em aparecerem vários candidatos presidenciais da mesma área politica, na primeira volta das presidenciais, para depois o mais bem posicionado disputar a segunda volta com o candidato da outra área politica que lá chegar.
MRS tem razão quando afirma que uma coisa é vários candidatos da mesma área e outra bem diferente dois candidatos do mesmo partido que vão disputar os mesmos votos e eventualmente facilitar um triunfo à primeira volta do candidato da área politica oponente.
PSL tem razão quando afirma que o candidato da área politica do PSD deve ser anunciado lá para o fim da Primavera para ter tempo de fazer uma campanha esclarecedora sem estar dependente de outras candidaturas e sem receio de uma exposição de meses à opinião pública.
MRS também não deixa de ter a sua razão quando afirma que uma exposição demasiado longa, sujeito ao "bombardeamento" da comunicação social e ás criticas da área politica oponente, sem ter no terreno o principal adversário pode desgastar sem proveito aparente o candidato que avance antes do Outono.
São posições igualmente defensáveis, igualmente bem sustentadas, mas das quais só uma sairá vencedora.
Devo dizer, numa análise muito pessoal, que para além da sustentabilidade politica de cada uma das teses elas traduzem a postura dos seus autores perante a questão presidencial.
PSL avesso a calculismos e tácticas, muito mais frontal e arrojado, não tem paciência para os jogos de bastidores e está perfeitamente convencido que terá tudo a ganhar com posições claras e desassombradas.
Acredito que se considerar ter condições avançará no seu próprio timing sem esperar por vagas de fundo, saber quem são os outros candidatos (nomeadamente o apoiado pelo PS) ou um mais que incerto apoio do PSD.
MRS é precisamente o oposto.
Calculista, construtor de cenários políticos, hesitará até ao ultimo momento e só avançará se não tiver outra hipótese ou se estiver convicto de que poderá ganhar.
E nunca o fará antes do Outono e de saber o resultado das legislativas.
"Disfarça" mal a angústia que lhe provoca não saber o que vai fazer António Guterres.
São duas estratégias diferentes.
Que Pedro Passos Coelho não desempatará.
Porque é minha profunda convicção que o líder do PSD não estará "virado" para apoiar qualquer um dos seus antecessores.
Bastará atentar na escolha (mal sucedida) de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República ou da actual ministra da Administração Interna para confirmar que o presidente do PSD "adora" tomar decisões surpreendentes quando se trata de escolher pessoas.
E voltará a fazê-lo na escolha do candidato que o partido apoiará nas presidenciais.
Assunto a que voltaremos certamente.
Depois Falamos.
P.S. Se Guterres não avançar desconfio que António Costa desafiará Jorge Sampaio para uma recandidatura.
E que presidenciais fabulosas seriam se disputadas por Sampaio e...Pedro Santana Lopes.
Acho que o interesse dos portugueses pela política aumentaria em flecha!
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