Sou há mais de vinte anos um utilizador quase diário das autoestradas deste país.
Por razões profissionais, essencialmente, mas também em viagens de lazer, férias ou acompanhando o Vitória pelos estádios deste país.
Assisti ao ao lançamento de autoestradas, á ampliação de algumas, á construção de outras e a um aumento exponencial de tráfego durante muitos anos.
Mas também testemunhei a construção de algumas sem qualquer utilidade prática e que representaram um custo desnecessário para as nossas depauperadas finanças públicas.
Nos últimos dois ou três anos, ao sabor da crise, tenho presenciado um decréscimo acentuado do movimento nessas vias de comunicação e o regresso dos automobilistas ás estradas nacionais que em bom rigor já não estavam preparadas para esse súbito acréscimo de tráfego.
As razões para esse abandono das autoestradas são fáceis de descortinar.
Aumento brutal do preço das portagens que transformam a viagem em autoestrada num autêntico luxo sem aspas.
Introdução dos malfadados pórticos em Scut's onde não estava previsto o pagamento de portagem mas passou a pagar-se.
Preço cartelizado dos combustíveis nas áreas de serviço que num mesmo percurso(por exemplo Porto-Lisboa) são exactamente os mesmos.
Preços elevadíssimos da restauração nas áreas de serviço com valores que são um autêntico assalto á carteira do viajante.
Um destes dias, em viagem para Lisboa pela A-8 (que prefiro por várias razões á A-1) parei para almoçar numa área de serviço perto da saída para a Figueira da Foz.
Entre almoço, conversa e desentorpecer as pernas estivemos, eu e os meus companheiros de viagem, cerca de uma hora parados naquela área.
Durante esse período não parou um único veiculo para abastecimento de combustível.
Nem um para amostra.
É a crise do país dirão.
Sem duvida.
Mas é também a prova de que ou há uma racionalização no aproveitamento da "galinha dos ovos de ouro" ou as nossas autoestradas caminham para uma desertificação cada vez maior com todos os custos daí inerentes.
Depois Falamos
quinta-feira, abril 18, 2013
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2 comentários:
Costumo andar sozinho pela A24 quando vou em trabalho! Régua a V.Real é raro ver alguém, de V.Real a Chaves aquilo é muito pouco para o investimento ali feito...
Caro Anónimo:
Conheço bem a realidade desssas autoestradas ond epasso com alguma frequência. Mas aí percebo o caracter social das mesmas. Porque a Trás Os Montes tiraram as linhas de comboio e as carreiras de autocarros são o que são. Sem autoestradas era o isolamento total
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