quarta-feira, abril 03, 2013
Baldé e Soudani
O futebol ao longo de mais de 100 anos de História já passou por muitas fases, sistemas tácticos, modelos de jogo e por aí fora.
Mas os sistemas tácticos ganharam especial importância a partir do famoso WM de Herbert Chapman e da fabulosa equipa que ele construir no Arsenal de Londres.
O primeiro de que me lembro é o 4-4-2- popularizado mo mundial de 1966, em Inglaterra, e que consistia basicamente em quatro defesas, dois médios e quatro avançado utilizando dois extremos e dois pontas de lança.
Um mais "fixo" e outro com maior mobilidade.
No caso português, a titulo de exemplo, eram Simões e José Augusto nas linhas, Torres mais fixo na área e como jogador solto um rapaz que tinha o golo como profissão chamado Eusébio.
Quatro anos depois, no México, já se podia falar de uma evolução para o 4-3-3 com a fabulosa equipa do Brasil que jogava com três médios (Clodoaldo mais recuado, Gerson a pensar o jogo e Rivelino como transportador e grande rematador de meia distância) e três avançados sendo que Jairzinho jogava nas alas, Tostão era o ponta de lança clássico e como avançado mais livre outro trabalhador dos golos chamado Pélé!
Sendo que nesta excepcional equipa se começou a assistir ao fenómeno da subida dos laterais, como autênticos extremos, quer do "capitão" Carlos Alberto quer de Everaldo.
Depois em 1974 o futebol total da Holanda baralhou esta história dos sistemas tácticos que viriam a a retomar o seu percurso no mundial de 1978 na Argentina.
Todo este intróito para introduzir a questão de jogar com um ou dois pontas de lança.
Claro que depende das equipas, dos sistemas tácticos dos treinadores, dos jogadores disponíveis.
No Vitória, que é o que mais me interessa, já vi usar as duas opções com êxito ao longo de mais de quarenta anos a ver futebol e essencialmente o clube.
Não vi a dupla Edmur e Ernesto Paraíso de saudosa memória para os vitorianos.
Mas vi, e é a primeira de que me lembro, a constituída por Mendes e Djalma que era uma máquina de fazer golos.
Depois vi outras de sucesso: Mendes com Manuel, Tito com Jeremias, Tito com Rui Lopes e Gilmar com Edinho a ultima de sucesso comprovado até ao momento.
Mas também vi o inverso, ou seja, pontas de lança que sozinhos na frente faziam "miséria" nas defensivas adversárias e marcavam muitos golos.
Bastará citar Paulinho Cascavel, Ziad e Saganowski para entenderem o que quero dizer.
Hoje, e num tempo em que os "pontas de lança" são cada vez mais raros o Vitória tem o mérito de possuir dois excelentes jogadores para essa posição na equipa A mais um ou dois na "linha de montagem" que é a equipa B.
Refiro-me, como é evidente, a Baldé e Soudani.
Dois jogadores muito diferentes na compleição fisíca e na forma de jogar mas que se complementam muito bem pese embora a relativa pouca experiência a jogarem juntos.
Mesmo assim os resultados começam a aparecer em termos de golos.
E daí que seja uma pena, mas parece-me inevitável face ás dificuldades financeiras do clube, eles não poderem jogar juntos mais um ou dois anos porque estou certo que estariam á altura daquelas duplas que ao longo dos anos tantas alegrias deram aos vitorianos.
Depois Falamos
P.S. A sair um, se tiver de ser, preferiria que fosse Soudani pese embora gostar imenso do jogador e da pessoa. Mas Baldé é português (ou seja europeu...),internacional, mais jovem e com umas caracteristicas difíceis de encontrar na actualidade em termos de morfologia. Com 21 anos, apenas, não é difícil hoje prever-lhe um futuro radioso.
Tal como os 3 Mosqueteiros que eram quatro, acho que ele, Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues e Ricardo podem bem ser a espinha dorsal desportiva ( e depois financeira...) do Vitória do futuro se o Vitória do presente os conseguir manter nos seus quadros.
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3 comentários:
E depois houve aqueles que passaram ao lado de tudo.
Pior ainda quando ainda fizeram questão de cuspir no prato que lhes tinha dado de comer, bandeando-se para os nossos rivais do Lado-de-lá-da-Morreira", à moda "Custódio-like".
Estou obviamente a referir-me a um tal de Douglas que, em 2009/10, conseguiu o enorme feito de não marcar um golo que fosse, nos 21 que fez nesse campeonato.
É verdade, em 21 jogos... 0 golos.
Fraco e ingrato, não escapou aos caprichos do destino que tanto se esforçou por traçar...
"...eles não poderem jogar juntos mais um ou dois anos..."
Tem sido esse o grande mal do Vitória ao longo dos anos. Quando se destacam... lá vão eles. É essa uma razão porque temos ganho muito pouco.
Caro Miguel:
desses não reza a nossa História.
E todos aqueles que queiram fazer o que esse mau profissional fez merecem a mesma sorte.
Caro Anónimo:
Se a nossa situação financeira permitisse não vender ninguém(e fazer algumas contratações cirurgicas) nos próximos três anos poderíamos construir uma das nossas melhores equipas de sempre. Capaz de lutar por tudo em termos nacionais e aspirar a boas carreiras internacionais. Porque na A e na B temos um excelente lote de jogadores que com mais alguma experiência serão jogadores de topo.
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