Atlético de Bilbau e Barcelona são os dois clubes que mais admiro no futebol espanhol como já aqui tenho referido algumas vezes.
Pela sua forte identidade associativa, pela profunda ligação ás regiões em que estão inseridos(País Basco e Catalunha respectivamente) e por serem detentores das duas melhores escolas de formação futebolistica do país vizinho.
Delas tem saído ao longo dos anos jogadores notáveis que muito tem contribuído para os dois clubes ganharem títulos, conquistarem adeptos, construírem as suas místicas.
Mas o terem as melhores escolas não significa terem escolas iguais ou sequer idênticas.
Porque a filosofia dos dois clubes é diferente.
Enquanto o Atlético apenas admite nos seus quadros jogadores da região basca (incluindo o país basco francês) o que limitando o seu campo de recrutamento reforça a sua identidade cultural e associativa já o Barcelona tem um campo de recrutamento muito mais vasto ao ponto de se estender a outros continentes de que a contratação ainda muito jovem(12 ou 13 anos) de Leo Messi é o melhor dos exemplos.
Daí que quando a actual direcção do Vitória decidiu candidatar-se ás eleições de Março/2012 o projecto desportivo então elaborado para o futebol do clube fosse bastante baseado nestes dois exemplos atrás citados.
Por três razões essenciais:
A primeira era o facto de o próprio clube ter uma escola de formação de muito boa qualidade mas muito mal aproveitada ao longo dos anos.
A segunda era a convicção de que o futuro do clube passava por formar os seus jogadores, utilizá-los e posteriormente transferi-los para a obtenção das necessárias mais valias.
Aqui radica a questão filosófica.
Em terceiro lugar sabia-se que dado o lamentável estado financeiro do clube não havia outra opção que não fosse apostar na "prata" da casa de uma forma nunca anteriormente tentada.
E aqui radica a questão da necessidade.
Contudo, e á nossa escala, sabíamos que o modelo a implementar não podia ser rigidamente um ou outro.
Num caso porque o nosso mercado de recrutamento regional é muito inferior ao do País Basco.
No outro porque não temos os recursos financeiros que nos permitam uma prospecção global como fazem os catalães.
Daí que se tornasse necessário fazer uma combinação entre os dois modelos.
E assim em vez de se apostar exclusivamente no futebolista da região apostou-se no futebolista português transformando Portugal no nosso País Basco através de uma prospecção cuidada dos escalões inferiores onde existem muito mais talentos do que ás vezes se supõe a par do aproveitamento dos jovens formados no clube e a rodarem noutras paragens.
E simultâneamente, com base nalguma prospecção própria mas também através de indicações de pessoas de confiança, apostando nalguns jovens talentos de outras nacionalidades oriundos de outros mercados.
Com a certeza porém de que em termos de resultado final estaríamos sempre muito mais perto do modelo basco do que do catalão.
Pela simples razão de que sendo o Barcelona um clube rico pode dar-se ao "luxo" de formar grandes talentos e mantê-los sempre no clube ao longo de toda a carreira ,como é o caso de Messi, Xavi,Iniesta e por aí fora ,pagando-lhes salários de topo.
E sendo o Atlético de Bilbau um clube de média dimensão adopta desde há muito o conceito de formar/mostrar/vender que é o único que lhe garante não só a sustentabilidade financeira como o sucesso do modelo.
Creio que dessa fusão de modelos, apostando no futebolista português e nalguns (poucos)estrangeiros, e tratando da rentabilização do "produto" "made in Vitória" que o nosso clube poderá garantir a sua viabilidade financeira a par do sucesso desportivo.
Era pelo menos esse o cerne do projecto desportivo para o futebol apresentado aos associados no programa eleitoral e implementado a partir da tomada de posse dos actuais órgãos sociais.
Depois Falamos
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2 comentários:
"nunca gostei dos catalaes"......
Caro Anónimo:
Gostos não se discutem
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