Publiquei este artigo na edição de hoje do "Povo de Guimarães".
Tradicionalmente aproveita-se esta altura de mudança de ano para fazer o balanço dos últimos doze meses e formular votos para os doze meses seguintes sempre na expectativa de que aquilo que está para vir seja melhor do que aquilo que já foi.
Nessa perspectiva, e deixando para trás o que para trás já está, gostaria neste primeiro artigo de 2013 de deixar aqui uma mão cheia de desejos desportivos para este ano que agora começa e que todos já sabemos o quão difícil irá ser.
O primeiro desejo vai para a Federação Portuguesa de Futebol.
E prende-se com duas questões fundamentais como o são a selecção nacional e a arbitragem das competições profissionais.
No primeiro caso para desejar sinceramente que seja retomado o caminho dos tempos de Scolari com a “equipa de todos nós” imune a pressões de empresários e patrocinadores, liberta de jogos particulares completamente ridículos, e capaz de fazer da melhor forma a fase de apuramento para o mundial de 2014 no Brasil.
Onde Portugal “tem” de estar presente.
Quanto á arbitragem, o eterno “calcanhar de Aquiles “da credibilidade do futebol português, desejaria que houvesse a coragem de entregar a nomeação dos árbitros e respectivas avaliações a uma entidade independente dos mesmos, que gerisse profissionalmente o sector premiando os bons e punindo os fracos sem os jogos de bastidores da actualidade, e protegesse os homens do apito da inaceitável pressão de dirigentes e órgãos da comunicação social.
Não é por acaso, certamente, que no estrangeiro os árbitros portugueses arbitram bem e são nomeados para jogos de grande importância.
O segundo desejo vai para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
E também ele dividido em duas questões:
A primeira para desejar que de uma vez por todas a planificação das épocas tenha coerência (a pausa de Natal, por exemplo, é ridícula) e os sorteios das provas tenham isenção e credibilidade sem favorecimentos á pequena minoria dos três clubes do costume.
A segunda para desejar o maior sucesso à “mãe de todas as batalhas” que é a luta pela negociação centralizada dos direitos televisivos.
Só assim o futebol poderá receber das televisões as verbas a que tem direito e só assim a distribuição de dinheiros terá a justiça que nunca teve até á data sempre com três favorecidos e os outros todos a contentarem-se com as migalhas que caem da mesa do poder.
O terceiro desejo vai para o Vitória.
E, para não fugir á regra, também ele dividido em duas partes:
Na área financeira, hoje por hoje a mais decisiva do clube, os votos só podem ir no sentido de que todo o esforço que vem sendo feito para a recuperação tenha sucesso e o Vitória possa ao longo de 2013 começar a reencontrar alguma tranquilidade e algum folêgo depois destes longuíssimos meses de aflições e sobressaltos.
Para isso, e independentemente da venda casuística deste ou daquele jogador, é fundamental que a constituição da SAD seja um sucesso e que o imprescindível aumento de capital previsto para os finais de 2013 seja um sucesso e traga ao clube/SAD os investidores com liquidez capaz de nos abrirem outros horizontes.
Na óptica desportiva, fortemente condicionada pela financeira, desejo que o conceito de um grupo/duas equipas continue a ser integralmente desenvolvido até chegar próximo da perfeição (que será no dia em que todos, a começar pelos jogadores, sintam que não há jogadores da A e jogadores da B mas apenas jogadores do Vitória), que o “projecto ADN” dê passos decisivos na sua implementação desde os “Afonsinhos”, que a Formação continue a ser a grande “fornecedora” das equipas profissionais.
Ás modalidades, garantes do ecletismo que é uma das nossas imagens de marca, desejo que continuem a fazer um trabalho que prestigie o clube e nos permita aumentar o nosso palmarés para o qual elas tem sido as grande fornecedoras de títulos e troféus.
O quarto desejo vai para o Moreirense.
E passa, naturalmente, pela sua manutenção na primeira liga e por continuar a prestigiar o concelho de Guimarães através da forma digna e exemplar como tem sabido disputar as competições profissionais.
É factor de orgulho para Guimarães o ser o único concelho, para além de Lisboa e Funchal, a ter duas equipas no escalão máximo do nosso futebol ainda por cima num ano em que vai ser cidade europeia do desporto.
Pois que assim continue por muitos anos.
É bom para Guimarães, para o Vitória e para o Moreirense.
O quinto desejo vai para o Xico Andebol.
O segundo clube da cidade.
De gloriosas tradições no andebol, e não só, que continuamente mergulhado em tremendas dificuldades financeiras tem sabido resistir, persistir e teimar e continua a representar Guimarães no primeiro escalão do andebol e a trazer títulos nos escalões de formação e até uma taça de Portugal ao nível da primeira equipa.
2013 vai ser, certa e infelizmente, mais um ano difícil para o Xico.
Mas que seja também, e já não é cedo, um ano em que Guimarães saiba olhar com olhos de ver para este grande clube da nossa cidade e se encontrem as soluções que lhe permitam continuar a competir e a formar jovens como faz galhardamente de há tantos anos a esta parte.
Para todos, sem excepções, um excelente 2013.
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