sexta-feira, janeiro 25, 2013

A Dúvida


As próximas eleições autárquicas , em Guimarães, prometem ser as mais interessantes desde 1985 quando António Xavier derrotou António Magalhães (é verdade, António Magalhães também perdeu eleições...) por uma curta margem de votos.
E por várias razões.
A primeira é por ser indiscutivel que com a saída de cena do homem que preside ao município desde 1989(ainda havia Muro de Berlim)termina um ciclo politico com um protagonista que valeu sempre mais votos do que o próprio partido.
A segunda é porque embora seja prevísivel que grande parte dos protagonistas que o acompanharam ao longo destes anos vão integrar a candidatura socialista não é menos verdade que também eles são rostos de um ciclo que acabou.
Não há "magalhanismo" sem Magalhães!
A terceira tem a ver com o campeonato da notoriedade. O candidato socialista é Domingos Bragança e pese embora os muitíssimos anos de vereador não tem, muito por força de um perfil discreto e de apagamento ao lado de Magalhães, uma notoriedade que faça a diferença em relação a André Coelho Lima o candidato da coligação "Juntos por Guimarães".
A quarta razão é a própria coligação.
PSD e CDS decidiram, e muito bem, apresentarem-se coligados não só á Câmara (como já tinha acontecido num passado remoto)mas também a todas as juntas de freguesia o que é uma estratégia absolutamente inovadora. E que vai dar frutos em termos eleitorais por força da agregação de votos.
O que significará ganhar mais freguesias e arrastar votos para e eleição do executivo municipal que podem valer mais vereadores.
A quinta razão é que a coligação esta a fazer o trabalho de casa bem feito.
Os dois partidos definiram com muito tempo uma estratégia de coligação, o PSD escolheu o candidato com a antecedência necessária a uma boa campanha, as acções de rua estão a desenvolver-se há meses.
Tudo ao contrário do que foi norma (errada) de há muitos anos a esta parte.
E por isso as perspectivas podem ser diferentes desta vez.
Desde que o PS ganhou a Câmara em 1989 nunca mais o PSD conseguiu uma candidatura que sequer ameaçasse a hegemonia socialista pese embora a indiscutível boa vontade e empenhamento das muitas pessoas que nessas candidaturas se envolveram.
Não tenho duvidas que se as eleições fossem hoje o PS as venceria embora longe da hegemonia do passado.
Mas são em Outubro.
E aí...veremos.
E é essa duvida legitima, que existe em muita gente e é a primeira "vitória" da coligação, que torna os próximos meses muito interessantes na politica vimaranense.
Depois Falamos

7 comentários:

Marco Ribeiro disse...

Se este é o "melhor" candidato do PSD diria que estamos conversados quanto às próximas autárquicas.

luis cirilo disse...

Caro Marco:
Não sou tão optimista como você. A seu tempo se verá

il disse...

Bem parece que por Vimaranes, as coisas podem aquecer, em interesse. Por aqui, na Mouraria, a vitória do Costa já foi há muito cozinhada -e mais não digo. Qualquer dia ainda vou votar nos comunas. Se estão todos doidos, também tenho direito -é a democracia!*

*da porcaria, por isso é que estamos no buraco.

Marco Ribeiro disse...

Não estou a defender um outro candidato estou simplesmente a emitir a minha opinião sobre o candidato do PSD. É uma pena não terem melhor.

Anónimo disse...

O que um bom post. Eu realmente gosto de ler esses tipos ou artigos. Eu não posso esperar para ver o que os outros têm a dizer.

Anónimo disse...

uma análise muito interessante. Embora não concorde com ela na totalidade, nomeadamente nas comparações de notoriedade, penso que é uma leitura muito correcta do que vão ser as autárquicas em Guimarães. Na ausência de uma imprensa local virada para as questões politicas vai valendo a blogosfera para podermos ter algum debate e análise politica. Ao menos isso

luis cirilo disse...

cara il:
Vamos ter esperança que na Mouraria o ultimo a rir seja o que ri melhor.
Caro Marco:
É uma opinião perfeitamente legítima.
Caro Anónimo:
Muito coisa será ainda dita até Outubro.
Caro Anónimo:
eu também gostaria de ver um debate mais amplo na comunicação social. Mas as prioridades parecem ser outras.