Não posso dizer que tenha conhecido muito bem Gil Mesquita Viera de Andrade.
Conhecia-o antes de o conhecer (pessoalmente) nos tempos em que dirigiu o departamento de futebol sob a presidência de Fernando Roriz nomeadamente naquela inesquecível época em que ficamos a três pontos de sermos campeões nacionais.
Depois lembro-me dos quatro anos em que ocupou a presidência do clube (1976-1980) ,e que antecederam o longo consulado de António Pimenta Machado, nos quais o Vitória começou a dar os primeiros passos para o seu crescimento patrimonial com a aquisição dos terrenos da Unidade que estariam na origem do magnifico complexo desportivo que aí seria erigido.
Em termos desportivos não foram anos de particulares alegrias com o Vitória a classificar-se por três vezes em sexto lugar e uma em nono mas foi tempo de o seu presidente ganhar o respeito dos seus congéneres e afirmar uma imagem de cavalheirismo que foi desde sempre a sua imagem de marca.
Posteriormente estaria cerca de uma década a dirigir a Associação de Futebol de Braga na qual teve papel relevante em vários momentos de que me permito citar dois em que o Vitória esteve directamente envolvido.
Um na "conquista" para Guimarães de uma das sedes do Mundial de sub-20 de 1991 que valeram ao clube investimentos importantes para a remodelação do estádio e o outro no famigerado " Caso NDinga" em que a sua acção foi determinante para o assunto ter terminado sem graves problemas para o Vitória.
Viria posteriormente a sair da AFB profundamente magoado com o então presidente do Vitória, que considerava não ter apoiado a sua continuidade, e nunca mais voltou ao dirigismo desportivo fruto dessa mágoa que o terá acompanhado ao longo de todos estes anos.
Tive oportunidade de o conhecer melhor, para lá dos cumprimentos de ocasião, quando em 1997 presidi à comissão que organizou as comemorações dos 75 anos do Vitória.
Tive então oportunidade de convidar pessoalmente todos os ex presidentes para participarem nos actos comemorativos e recordo-me de duas longas conversas que com ele mantive no seu escritório para esse fim.
Confirmei que era um cavalheiro, um enorme vitoriano, mas também que essa mágoa o mantinha afastado do clube enquanto ele fosse presidido por Pimenta Machado.
Mesmo assim compareceu num ou dois eventos o que me aprouve registar com muito agrado.
Foi um homem bom que serviu o Vitória e o futebol de forma competente e desinteressada e que por isso merece a gratidão de todos quantos gostam do clube e da modalidade.
Depois Falamos.
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