Imagem:Jornal de Noticias
Tenho consciência que num espaço de liberdade como o é um blog o combate politico atinge por vezes.aqui e ali,alguns pequenos excessos que estão na natureza directa da intensidade com que se vivem as situações.
Tem acontecido aqui no "Depois Falamos",acontece noutros blogues e por isso não vem mal ao mundo.
Quero,contudo,por circunstâncias diversas ser o mais objectivo possivel na análise desta sondagem da Universidade Católica que é a maior efectuada desde que Manuela Ferreira Leite (MFL) substituiu Luis Filipe Menezes(LFM) na liderança do partido.
E a primeira conclusão é que o PSD não ganhou nada com a troca.
Está rigorosamente na mesma posição em que estava com o anterior lider.
A segunda conclusão prende-se com a inexistência,pelo menos para os inquiridos na sondagem,de um "estado de graça" da liderança que está a chegar.
E isso é bem patente nas conclusões numéricas da mesma.
O que nos leva a duas conclusões muito preocupantes:
Uma no sentido de que se instalou no eleitorado a convicção de que é inevitável nova vitória do PS e de Sócrates e daí a ligeira recuperação dos socialistas.
Existe sempre a humana tendência da maioria dos indecisos acabarem por votar em quem acham que vai ganhar.
A outra,que a confirmar-se é demolidora,aponta para um PSD acantonado nos 30% (o seu núcleo duro) dos quais não consegue sair.
Chame-se o lider LFM ou MFL (estas siglas sempre me fizeram impressão por serem as mesmas letras só que lidas de trás para diante...) o partido não consegue crescer para fora de si próprio.
E este é o maior dos problemas porque revela um partido cansado,sem ânimo,incapaz de se motivar a si próprio quanto mais ao eleitorado flutuante.
E este problema,se não for sensatamente resolvido,coloca em causa a continuidade do PSD como grande partido do poder.
Pergunto hoje,sabendo que os fundamentalistas estão entrincheirados no sim e no não,se valeu a pena toda a guerrilha feita durante a liderança de LFM ?
Pelas pseudo élites,pelos comentadores do regime com destaque para o inscrito da Marmeleira,pelos usufrutuários do novo poder.
O partido,á luz desta sondagem,nada ganhou com com isso.
Perdeu,isso sim,coesão interna,solidariedade e até credibilidade.
Agravou divisões,não cicatrizou feridas de disputas anteriores,não apareceu aos portugueses como portador de esperança para Portugal.
E é nisso que entendo que MFL deve reflectir profundamente.
Como unir sólidamente o PSD.
Porque ela saberá muito bem que alguns dos apoios que lhe chegaram pós directas são os apoios dos que apoiam todos os lideres sempre.
Os vulgarmente conhecidos como "sempre em pé".
E a unidade não é com esses que se faz.
Porque esses apoiam todos os lideres.
Com uma convicção inultrapassável que nem as "pequenas divergências" conseguem prejudicar.
A unidade faz-se com os outros.
Com os que não apoiaram MFL nem mudaram apressadamente de posição entre directas e congresso.
Com os quase 100.000 militantes que não foram votar.
Com todos os que querem ver o PSD ganhar o ciclo eleitoral de 2009.
O partido aguarda sinais no caminho dessa unidade.
Que são fáceis de dar...exista a vontade.
E,sem querer misturar as coisas,não é voltando a mexer em regulamentos que se dão esses sinais.
Pelo contrário,agravam-se fracturas.
Concluindo:esta sondagem revela dados preocupantes.
Para quem lidera o PSD,Manuel Ferreira Leite,mas essencialmente para todos os que gostam do PSD independentemente de quem é o lider.
Que são a esmagadora maioria dos militantes.
Que não voltam as costas nem viram as setas para baixo quando as soluções de liderança não lhe agradam.
É com esses,com essa esmagadora maioria silenciosa,que MFL deve contar para os combates dificeis.
Porque com as élites( e os comentadores) só pode contar para a distribuição de lugares.
Foi sempre assim.
Depois Falamos