terça-feira, março 31, 2020

Impressão.

Embora no cinema ou num bom livro policial goste de uma teoria da conspiração, equantos tenho visto e lido de excelente qualidade, já na vida real olho-as sempre com muita precaução por uma questão de sensatez e também de prevenção contras muitas "fake news" que nos tempos correntes enxameiam a comunicação em geral e as redes sociais em particular.
No caso desta terrível pandemia que assola todo o mundo sem excepção, nos cinco continentes e atacando pessoas de todas as idades, estratos sociais, situação económica e grau de instrução são muitas as histórias que se contam desde uma guerra biológica desencadeada pela China (ou pelos Estados Unidos nalgumas versões) até um acidente que tenha libertado o vírus nos laboratórios de Wuhan.
Sendo certo que a tese do morcego que foi comido pela serpente que depois foi comida por humanos e assim se iniciou a transmissão do vírus me parece cada vez mais uma história da carochinha sem qualquer sustentação científica.
Há muita coisa por explicar nesse assunto mas deseja-se, ao menos, que se venha a saber a verdade.
Verdade que já se sabe é que ninguém estava preparado para enfrentar a pandemia, o que de certa forma se percebe bem, muito em especial os países onde ela chegou primeiro e que foram a linha da frente de combate à mesma.
Já outros, a que ela chegou semanas depois talvez pudessem ter feio mais e melhor, nomeadamente no continente americano, mas também não é ainda o tempo de fazer essa avaliação porque a primeira, segunda, terceira prioridades são mesmoo combater o problema.
Dessa falta de preparação, a vários níveis, resultou que alguns dos países mais severamente afectados como são os casos de Itália e Espanha mas também outros, como Portugal, se tenham visto obrigados a recorrer a ajudas e apoios de outros países para poderem fazer frente à pandemia.
E á assim que os noticiários nos vão mostrando, em vários aeroportos europeus (e não apenas desses paises do sul da Europa), a descarga de toneladas e toneladas de material sanitário para reforçar as estruturas de saúde de todos esses países a braços com gravissimos problemas de falta de meios e com hospitais a rebentarem pelas costuras.
E a mim faz-me muita impressão, confesso, ver que essas toneladas de material vem em grande parte da ...China.
Da China onde a pandemia começou, da China que diz já ter controlado o problema e estar a voltar à normalidade dos dias, da China que está a transformar uma grave doença num grande negócio.
Dir-me-ao que o material vem de onde existe.
Será.
Mas faz-me impressão, sem teorias da conspiração, que o país mais populoso do mundo mas onde o vírus proporcionalmente não teve grande expressão possa disponibilizar tanto (e tão depressa) material para acorrer a vários outros países.
Faz-me impressão, pronto!
Depois Falamos.

P.S. Como não quero enveredar por teorias da conspiração quero crer que todo esse material vindo da China estará em excelentes condições de desinfecção e sem qualquer vestígio do covid-19.

Entardecer


Raposa


Castelo de S.Jorge, Lisboa


Difícil

Há coisas difíceis de entender.
Estamos no século XXI, com um acesso à informação e à cultura como a humanidade nunca teve ao longo dos tempos o que lhe permite um volume de informação absolutamente extraordinário e que por vezes, nalgumas matérias, até se afigura excessivo.
Há televisões para todos os gostos, uma imensidão de rádios, jornais e revistas de todos os géneros e depois essa ferramente extraordinária chamada Internet que figura entre as grandes invenções do século XX e que permite através das redes sociais uma informação e um escrutínio como até ao seu advento não fora possível.
E se essa ferramenta chamada internet, mais as televisões rádios e jornais não tem em sistemas ditatoriais (como a China por exemplo) o poder e a força que tem em democracia já nos regimes democráticos elas são justamente entendidas como um quarto poder que em muitos casos até saõ o primeiro.
Mas mesmo com esse volume de informação os Estados Unidos da América tem um presidente chamado Donald Trump.
É verdade que foi eleito , graças a um anacrónico sistema eleitoral, tendo menos três milhões de votos do que a candidata do partido democrata Hillary Clinton mas são as regras do jogo desde sempre.
E quando a maior potência do planeta tem como presidente um individuo daquele jaez, arrogante, prepotente, mentiroso patológico,  inculto e destituido dos mais elementares valores interrogamo-nos para que serve tanta informação.
Quando mais a sul um país com a dimensão e o potencial do Brasil elege como presidente um troglodita vindo directamente da idade da pedra, através de um qualquer fenómeno de impossível compreensão, isso apenas agrava a incompreensão sobre para que serve a informação disponibilizada aos eleitores.
Mas quando é o Reino Unido, uma das mais velhas e consolidadas democracias do mundo, a eleger um demagogo mentiroso como Boris Johnson perante uma alternativa que ainda era pior, porque desfasada da realidade dos tempos, então a perplexidade atinge o seu apogeu não tanto pela eleição do Boris mas por uma democracia como a inglesa não conseguir gerar melhores candidatos do que ele ou Jeremy Corbyn.
De facto a informação não é tudo.
Depois Falamos.

P.S. Vem este texto a propósito das pesadas responsabilidades de cada um deles pela disseminação da pandemia do covid-19 nos respectivos países. Há gent eque morreu e gente que está doente graças à sua irresponsabilidade, incompetência e estupidez!

Concentração

Na compreensível desorientação que reina no mundo de futebol, com as competições interrompidas e sem data certa para serem retomadas, tem sido muitas as propostas que tem surgido de molde a permitir que os campeonatos cheguem ao fim com a normalidade possível.
De Inglaterra, pátria do futebol e sede do melhor campeonato que se joga em todo o mundo, veio agora a proposta , que me parece tão inacreditável quanto irrealizável, de juntar todas as equipas da primeira liga na zona de Londres devidamente isoladas do resto do mundo e fazer os jogos das nove jornadas que faltam tão depressa quanto possível e à porta fechada.
Não me parece possível por razões logísticas dada a complexidade de que se revestiria, por razões práticas como a garantia de o isolamento ser infalível e por razões humanas porque não estou a ver jogadores, treinadores, árbitros aceitarem estar longe das famílias durante dois meses.
Veremos no que vai dar.
Por cá, entretanto, noticia-se que a LPFP estará a pensar fazer o mesmo (!!!) concentrando as equipas da primeira e segunda liga numa zona de isolamento garantido para então fazer disputar as dez jornadas em falta com jogos à porta fechada.
Se em Inglaterra é difícil acreditar no sucesso de tal empreitada, e para um só campeonato, cá não há risco nenhum em dizer que é impossível para um quanto mais para dois.
Porque entre jogadores, árbitros, técnicos, pessoal médico, dirigentes e funcionários necessários a pôr tal iniciativa a funcionar estamos a falar de mais de duas mil pessoas que não estou a ver muito bem onde possam ser alojadas nessas necessárias condições d eisolamento.
E menos ainda em que zona do país se encontrariam o número de estádios suficientes para realizar dezoito jogos por jornada.
Londres, sim, tem os estádios suficientes (e ainda sobram alguns) para realizar dez jogos por jornada sem qualquer problema e para ainda garantir instalações de treino condignas às vinte equipas da Premier League.
Mas Portugal não é Inglaterra.
E por isso se querem copiar alguma coisa da liga inglesa tem outras opções de escolha, como por exemplo a verdade desportiva das competições, que não esta desgraçada ideia de concentrar equipas para disputarem "à pressão" as jorandas em falta.
Depois Falamos.

Ponte da Lua, Taiwan


Ursos


Forte da Graça, Elvas


segunda-feira, março 30, 2020

Rádio Caama


A Rádio Caama é um das duas rádios da cidade de Alice Spring que fica situada , conforme a imagem, exactamente no centro da Austrália e relativamente perto (460 klm) de uma das maiores atracçoes do país, o monolito de Ayers Rock (Uluru para os aborigenes), destino turístico de excelência para quem visita aquela região.
E se considero que Alice Springs fica relativamente perto de Ayers Rock é porque o conceito de distância na Austrália é muito diferente do de Portugal face à vastidão do país que leva a que as duas maiores cidades próximas de Alice Springs sejam Darwin a norte e Adelaide a sul cada uma delas a cerca de 1500 klm de distância enquanto Sidney, por exemplo, fica a mais de 2000 klm!
Alice Springs é uma cidade pequena fundada no final do século XIX na sequência da ligação por cabo telegráfico entre Darwin e Adelaide, com cerca de 30.000 habitantes, mas bem servida por auto estrada, caminho de ferro e aeroporto que lá "despejam" anualmente cerca de meio milhão de turistas atraidos essencialmente pela proximidade (lá está...) a Ayers Rock.
Perguntarão os leitores, chegado a este ponto, a que propósito vem este arrazoado sobre Alice Springs e a Rádio Caama.
Eu explico.
Dias atrás o meu amigo Vasco Rodrigues, sempre muito bem informado, enviou-me um link e uma App verdadeiramente fabulosos chamados "Rádio Garden".
Através dos quais se podem ouvir rádios de todo o mundo bastando para isso clicar sobre os inúmeros (cada um representa uma rádio) pontos verdes representados num globo terrestres com a divisão de países. E em cada país vai-se escolhendo a rádio que se quer ouvir entre as múltiplas possibilidades.
Nessa App já ouvi rádios de Nova Iorque, do Rio de Janeiro, do Havai, de Phnom Penh, de Luanda, de Havana e umas tantas mais que escolha é que não falta.
Por mero acaso, entre tantas opções, fui dar à rádio Caama de Alice Springs na Austrália.
E gostei logo da selecção musical que me prendeu a atenção por ser precisamente o tipo de música que gosto de ouvir em rádio, ou seja, música suave, tranquila, que é uma excelente companhia enquanto se lê, se navega na internet ou se fazem palavras cruzadas entre outros exemplos possiveis nestes temos de confinamento caseiro por força do que todos sabemos.
E daí que nestes últimos dias, e especialmente noites, a Rádio Caama seja uma companhia sempre presente.
Fruto das maravilhas da Internet que quando bem usada contribui, e muito, para aproximar pessoas e instituições geograficamente tão distantes como neste caso.
Depois Falamos.

P.S. Resta dizer que tenho gostado tanto da rádio que através do Messenger já lhe mandei uma mensagem felicitando-os pela qualidade da programaçao e reiterando o giro que é em Portugal ouvir uma estação do centro da Austrália. A que responderam prontamente agradecendo o feedback e manifestando a real satisfação de serem ouvidos tão longe. E terminando a resposta com um sintomático "Tenha cuidado. Proteja-se"! 

domingo, março 29, 2020

Pôr do Sol, Veneza


Peixes


Castelo de Portel


Boas Entrevistas.

Quis o acaso que tivesse a oportunidade de assistir na noite de hoje a duas boas entrevistas de dois líderes de partidos da oposição.
Na RTP Rui Rio, entrevistado por Carlos Daniel, teve um discurso assertivo, responsável e na linha da colaboração prometida ao governo mas sempre com a preocupação de onde entendeu necessário marcar as devidas distâncias. 
Terá sido a melhor entrevista que lhe vi em muito tempo especialmente na forma genuína, e humana, como respondeu às duas últimas perguntas.
Na SIC , e num registo necessáriamente diferente, vi Jerónimo de Sousa entrevistado por Ricardo Araújo Pereira exibir aquilo que o torna simpático a uma faixa de portugueses muitíssimo maior que o eleitorado do seu partido.
Genuíno, franco, terra a terra, bem humorado, com uma dimensão humana invulgar para líderes políticos defendeu as suas ideias de forma coerente , simpática e com um toque de humor final ao considerar que a extrema direita devia rezar uns "Pai Nossos" e umas "Avé Marias" por ser contra o SNS.
Foram dois bons momentos televisivos, protagonizados por Rui Rio e Jerónimo de Sousa, que cairam seguramente bem num país que progressivamente assustado com a evolução do covid-19 já está algo farto de optimismos irritantes e de gente que exibe quase diariamente a sua incompetência.
Fico agora a aguardar que nestes ciclos de entrevistas de Carlos Daniel na RTP e Ricardo Araújo Pereira na SIC apareçam outros líderes e outros políticos, mesmo de partidos sem representação parlamentar, porque o país está a precisar de quem lhe puxe o ânimo para cima e todos quantos puderam ajudar a essa causa merecem espaço televisivo.
Depois Falamos

Fiscalização

Conheciam-se os antecedentes.
No passado fim de semana , de norte a sul, em muitas praias deste país registou-se enorme afluência de pessoas completamente alheias aos apelos das autoridades de saúde e estupidamente despreocupadas quanto aos riscos de contágio do covid-19.
Foram especialmente focados os casos de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, curiosmante três municípios com contiguidade territorial mas o triste fenómeno teve amplitude nacional com especial incidência nas praias da linha de Cascais, na Costa da Caparica e no Algarve.
Sabia-se também, que para lá das pontuais desobediências às instruções para as pessoas ficarem em casa que já valeram muitas dezenas de detenções, no início deste fim de semana se registou um trânsito intenso nos acessos à ponte 25 de Abril com muita gente a tentar deslocar-se para as praias da margem sul e muito especialmente para o Algarve onde muitos lisboetas, e não só,  possuindo casa de férias decidiram ir para lá passar a quarentena.
Face a esses exemplos de irresponsabilidade colectiva decidiu o governo, e muito bem, mandar PSP e GNR avançarem em força para as zonas de praia, para as auto estradas e até para as estações de caminho de ferro (há muito "boa" gente a tentar ir para o Algarve de comboio face às dificuldades de o fazerem por estrada...) tentando dissuadir os maus cidadãos a ficarem em casa e deixaram a via pública para defesa da sua própia saúde.
Não se sabe até que ponto estas acções policiais terão tido sucesso, porque não há efectivos suficientes para vigiarem todas as praias, todas as estradas e todos os sítios onde a spessoas tendem a juntar-se, mas acredito que algum resultará deste esforço que está a ser feito e que nos próximos dias será intensificado tanto quanto se sabe.
Mas não deixo de reflectir sobre a tristeza que é haver pessoas que tem de ser obrigadas a preocuparem-se com a sua própria saúde já que a sua inconsciência não lhes permite serem elas próprias a fazê-lo.
E já nem falo na forma estúpida, egoista e criminosa como põe em risco a saúde dos outros porque obviamente que quem não cuida de si próprio não tem qualquer preocupação com o próximo.
Mostra bem a sociedade que temos e o muito que há a fazer para a educar para um futuro diferente.
Depois Falamos.

sábado, março 28, 2020

Bora Bora


Castelo de Bragança


Gato


Regresso a Loarre

Hoje que o turismo é uma actividade suspensa, dada a pandemia mundial que sofremos, e muito especialmente suspensa em Espanha que é um dos países mais afectados pela doença, recordo a propósito de um documentário que vi por estes dias no canal História a visita que fiz há mais de uma década ao castelo de Loarre.
À qual já me referi aqui num post quase com dez anos.
Nas minhas viagens turísticas, seja por Espanha seja por outros países ( incluindo à cabeça Portugal) onde já tive oportunidade de ir, procuro sempre visitar monumentos que de alguma forma nos ajudem a compreender a História desses países e muito em especal castelos e fortalezas que me interessam de forma muito especial.
Talvez por ter nascido em Guimarães à "sombra" de um castelo magnífico.
Espanha é uma terra de castelos e fortalezas que traduzem bem o que foi a História de um país que antes de o ser se dividia em nações várias, como é de todos sabido, e que fruto disso atravessou inúmeros conflitos de diferente dimensão.
Aos quais Portugal não escapou também.
E nas viagens por Espanha, de norte a sul, tive oportunidade de visitar muitas delas a que me fui referindo neste blog ao longo dos tempos.
Loarre, na região autónoma de Aragão (província de Huesca), foi uma das visitas mais especiais.
Porque é um castelo imponente, porque é considerado a fortaleza românica melhor conservada da Europa, porque fica longe de tudo.
Mas um dia, numa viagem para Barcelona, fui a Loarre significando isso sair da auto estrada entre Vitória e Barcelona e andar quase cem quilómetros por estradas nacionais rumo ao Pirinéu aragonês apenas e só para visitar o castelo.
Valeu bem a pena.
Pelo castelo, pelo enquadramento paisagístico na montanha, pela sensação extraordinária de no alto das suas torres se ter oportunidade de vislumbrar não só paisagens fabulosas como também as aves de rapina que em torno delas voavam.
Mas também pela grande lição de como Espanha se tornou numa potência turística.
Porque num castelo perdido na montanha, longe das grandes cidades e das principais vias de comunicação, numa zona sem especial atracção turística, não faltava nada ao turista que o visite.
Casas de banho, bar/restaurante, estacionamentos adequados, merchandising relacionado com o castelo com grande diversidade, guias habilitados a acompanharem grupos , audiovisiuais com a história do castelo e da região.
E não era seguramente por acaso que nesse castelo perdido no Pirinéu aragonês estavam nessa manhã de Julho uma dúzia de autocarros de turismo e dezenas de automóveis traduzindo a presença de centenas de turistas.
Recordar tempos normais é também uma forma de resistir a estes tempos tão anormais que vivemos.
Depois Falamos.

Irresponsáveis

Segundo os dados hoje avançados na habitual conferência de imprensa da Direcção Geral de Saúde o país tem já cem mortos e cinco mil cento e setenta infectados com o covid-19. O que significa mais 24 mortos e 902 infectados nas ultimas 24 horas.
E com este panorama o senhor Presidente da República ainda quer avaliar da necessidade de renovar o estado de emergência? 
E com esta desgraça galopante o senhor PR, o senhor presidente do Parlamento e os partidos de esquerda ainda querem FESTEJAR o 25 de Abril com iniciativas várias?
 Estará Portugal em tempo de festejos? 
Só sinais errados vindos de irresponsáveis que não estão à altura do que o país precisava neste drama que vivemos.
Depois Falamos

sexta-feira, março 27, 2020

Ponte Sahara, Iémen



Lago Balaton, Hungria


Esquilo


Autarcas & Autarcas

Já tive oportunidade, no decorrer desta enorme crise de saúde pública que flagela o país, de enaltecer o papel que muitos autarcas e governantes regionais tem desempenhado no combate ao vírus e na defesa das suas populações.
Citei na altura Ricardo Rio (Braga), Rui Moreira (Porto), Carlos Carreiras (Cascais) e Miguel Albuquerque (Madeira) mas podia ter dado outros exemplos porque eles felizmente não faltam de norte a sul, na Madeira e nos Açores.
Autarcas e governantes regionais que foram mais previdentes, mais activos , mais eficazes do que o próprio poder central e assim contribuiram, e continuam a contribuir, para que as consequências da pandemia não sejam piores do que já são.
Mas também há o reverso da medalha.
Infelizmente.
Aqueles que nada fizeram antes, que pouco ou nada estão a fazer agora, que não coordenam entidades de combate à crise, não reunem com instituições e associações particularmente vulneráveis ao problema (IPSS e lares de idosos por exempo) , não reduziram a actividade dos seus municípios.
Alguns, imagine-se, até aproveitam este tempo em que muita gente está em casa e o trânsito consideravelmente reduzido para acelerarem obras municipais, pavimentarem vias, transmitirem uma sensação de normalidade às populações que não só é falsa como em nada contribui para o combate ao vírus.
Já para nem falar dos que tem como acção mais visível a gravação de vídeos de pura propaganda que depois espalham pelas redes sociais a pretexto de um combate à pandemia para o qual, em boa verdade, não estão a contribuir.
Ou aqueles que tem acesso garantido às televisões e para elas protagonizam "números" que seriam risíveis, se os tempos não fossem trágicos, como o da bilha de gaz.
Porquê?
Porque para eles a prioridade fundamental é, apenas e só, prepararem as autárquicas de 2021!
Esperemos que uma das consequências desta crise seja o reforço do grau de exigência dos portugueses perante os seus eleitos seja no poder local, seja no parlamento/governo, seja na presidência da República.
Especialmente no Poder Local, porque é dele que este texto trata, é demasiado fácil ser presidente de câmara naqueles municipios em que as pessoas votam cegamente num partido, por tradição de longos anos, sem qualquer exigência perante as qualidades para a função de quem estão a eleger.
E depois, em momentos como este, colocam-se nas mãos da sorte, do destino ou de Deus consoante as convicções de cada um.
Depois Falamos.

quinta-feira, março 26, 2020

Memória

Em 2011, no corolário de uma grave crise económica que teve como principal responsável o governo do Partido Socialista liderado por José Sócrates, Portugal enfrentou uma grave crise económica que levou à necessidade de recorrer a apoio financeiro externo dado que o país estava a poucas semanas da bancarrota.
O governo caiu, mau era que não caísse, e das eleições legislativas antecipadas saiu um governo de coligação entre PSD e CDS liderado por Pedro Passos Coelho que teve de impôr ao país um duro programa de austeridade negociado ainda pelo seu antecessor (governo PS) e que obrigou pessoas e empresas a sacrifícios de que todos estarão ainda recordados.
Esse governo, que herdou uma crise da responsabilidade do anterior e teve de governar numa austeridade sem alternativa, foi desde o primeiro minuto violentamente atacado por toda a esquerda, incluindo um desavergonhado e despudorado PS, que completamente insensível à realidade do país apenas se preocupou com um combate político e ideológico sem tréguas e nos quais não houve um momento de solidariedade e conjugção de esforços com quem herdara a crise.
Foi no Parlamento, foi na comunicação social, foi nas sessões políticas dos vários partidos, foi nas redes sociais.
Facebook, Twitter, Instagram e por aí fora estavam repletos de "pontas de lança" especialistas no ataque ao governo misturande verdades, mentiras, meias verdades e meias mentira a seu bel prazer e sem hesitarem nas calúnias, nos boatos, nas suspeições, nos ataques pessoais.
Importava era arrasar o mais possível quer Pedro Passos Coelho quer o governo.
Foi o "vale tudo" no seu esplendor máximo.
Portugal vive hoje uma gravíssima crise de saúde pública a que se sucederá, inevitável e infelizmente, outra severa crise económica face ao impacto do covid-19 nas economias mundiais.
No poder está, de novo, o PS.
Que foi displicente na prevenção da crise, lento na reacção à sua chegada, descuidado nas primeiras acções  de combate, hesitante na adopção de medidas mais severas, titubeante na comunicação , teme-se que falso na verdade dos números.
E isso tem suscitado reacções das ordens profissionais, das forças de segurança, das associações sócio profissionais, das centrais sindicais, de alguns jornalistas e comentadores na comunicação social e, naturalmente, nas redes sociais.
E nestas últimas, pasme-se ou talvez não, rapidamente apareceram os moralistas de serviço ao governo verberando qualquer crítica, qualquer reparo, qualquer chamada de atenção para o que está mal na gestão do problema.
"Aqui-del- Rei" que o país está em crise, bramam eles, e é preciso solidariedade, entreajuda, comunhão de esforços e não pode haver lugar a críticas ao governo, à direcção geral de saúde, a quem quer que seja porque isso mina a confiança dos cidadãos nas instituições e abala a moral das pessoas num momento tão difícil.
Pasmoso!
Nalguns casos os mesmissímos que na crise anterior mais se empenhavam no arrasar do governo, perfeitamente nas tintas para a consequência da política de terra queimada que então praticavam tanto quanto podiam, e noutros casos alguns "cristãos novos" do socialismo e da "moral" que acordaram repentinamente para a vida.
Só lhes falta proclamarem que a democracia está suspensa sine dia, como o futebol, e a liberdade adiada para o próximo ano como os jogos olímpicos!
Mas não estão.
Pelo que nas redes sociais em que estou presente (Facebook, Twitter, Blogger) continuarei em democracia a manifestar as minhas opiniões com a liberdade responsável a que tenho direito.
E por isso com bom senso e sentido de responsabilidade, e o comedimento a que as circunstâncias obrigam sem necessidade de "moralistas para o lembrarem, o governo e as instituiçoes dele dependentes continuarão a ser criticados na exacta correspondência com o que merecerem.
É a vida como diria um conhecido socialista.
Depois Falamos

Taj Mahal


Vibora


Castelo de Longroiva


quarta-feira, março 25, 2020

Gratidão

Nestes tempos conturbados que vivemos tem sido corrente, e muitíssimo bem, o agradecimento público aqueles que tem na primeira linha tem combatido a pandemia do covid-19 muito especialmente os profissionais de saúde que tem sido verdadeiramente exemplares na dedicação e entrega à sua missão.
Como também os agentes de segurança tem tido um importante papel que nunca é demais realçar.
Mas há outros sectores que de forma mais discreta, mais longe dos holofotes, mas igualmente eficiente e merecedora de louvor pela sua entrega e pelos riscos a que se expõe tem, também, dado um contributo muito importante nesta resistência à doença que a todos cabe.
Refiro-me ao sector alimentar.
Dos grande hipermercados aos pequenos minimercados, passando pelos supermercados de média dimensão todos eles tem garantido um abastecimento eficiente e sem falhas de produtos essenciais mantendo as suas prateleiras guarnecidas e transmitindo assim uma sensação de confiança aos seus clientes que é extremamente importante.
Porque juntar aos receios provocados pelo vírus o receio de falta de produtos alimentares poderia ser uma mistura explosiva capaz de trazer graves transtornos até á ordem pública.
Há pois que estar grato às empresas desse sector, todas elas privadas convém lembrar( e lembrar em especial aos fanáticos do sector púbico), bem como aos seus empresários e especialmente aos trabalhadores que todos os dias garantem a sua operacionalidade sabendo que também eles se expõe a um enorme risco de contágio.
E o que atraás se diz quanto ao sector alimentar poder-se-á também aplicar às farmácias (quase todas privadas também) onde graças ao empenho , trabalho e dedicação de empresários e trabalhadores não tem faltado medicamentos e assim se tem garantido o seu normal abastecimento a quem deles necessita.
Em tempos de crise é bom que haja um tempo para agradecer a quem merece.
Depois Falamos

Público e Privado

Uma certa esquerda e uns certos "esquerdófilos" que por aí andam nem numa altura em que o país está fustigado pela pior crise em muitos anos conseguem que o pragmatismo se sobreponha às suas ideologias e continuam a querer, neste cenário tão lamentável, travar batalhas ideológicas sem qualquer sentido.
Já tínhamos aquele exemplar de idiota, pertencente ao Bloco de Esquerda (como não?) , que teve a lata de considerar que o encerramento das fronteiras era fazer a vontade a uma extrema direita isolacionista e não uma medida essencial ao combate à pandemia.
E como esse outros e outras o que tratando-se do BE não é despiciendo recordar as outras.
Pois a chefe das outras, e dos outros, com o seu tradicional ódio a tudo que seja iniciativa privada meteu-se-lhe naquela cabeça, onde a inteligência é na proporção da dimensão física, exigir que o governo proceda a uma requisição civil das instituições privadas de saúde  naquilo que na sua visão ideológica corresponderia a um principio da nacionalização das mesmas.
Não deixa de ser curioso que essa pequena guru de uma certa esquerda em momentos de aflição se vire para a iniciativa privada, num implicito reconhecimento de que o seu querido SNS não tem a capacidade de resposta que ela tanto apregou nos "gloriosos" tempos em que às claras era bengalinha do governo (ainda é mas todos fazem de conta que não), como se ela fosse a última Coca Cola antes do deserto.
E de facto com o SNS como está, descapitalizado e carente de profissionais de saúde, valerão ao país as instituiçoes privadas de saúde cujas ofertas de colaboração tem sido, até à data, ostensivamente ignoradas pelo governo.
E ao fazê-lo está a desaproveitar um terço das camas existentes no país e mais de cem unidades hospitalares
Vá-se lá saber porquê mas teme-se que por "pequenas" razões.
Depois Falamos

Orlando


Babirusa


Castelo de Arraiolos


terça-feira, março 24, 2020

Duas Notas

Portugal está em estado de emergência por causa do covid-19.
E isso leva-me a duas curtas notas.
A primeira para dizer que sabendo perfeitamente que o estado de emergência leva a algumas restrições, nomeadamente de circulação e associação de pessoas, não cancela a Liberdade nem suspende a Democracia.
Muito menos em alguma alinea do decreto lei que o formalizou está escrito que é permitido aos responsáveis políticos mentirem aos cidadãos como o fez ontem na TVI o primeiro ministro e o anda a fazer a DGS da inenarrável Graça Freitas divulgando números de infectados que não são verdadeiros e que são diariamente contraditados pelas autarquias locais.
E por isso enquanto cidadão considero-me na posse dos meus plenos direitos políticos e no direito de quando discordar de decisões do poder político ou de atitudes e posturas dos seus responsáveis o manifestar publicamente.
Por muito que isso desagrade aqueles que confundem estado de emergência com uma união nacional a tresandar ao bafio do antigamente.
A segunda nota tem a ver com a fotografia que encima este texto e que se prende com a reunião efectuada nas instalações do Infarmed
Nem vou perder tempo a comentar aquele "pormenor" do distanciamento social que não existe ou das confrangedoras  declarações do presidente da República, no final da reunião, ora arvorado em porta voz do governo ora armado em técnico de saúde.
São figuras insólitas  que infelizmente já todos estamos habituados a vê-lo fazer,
Mas vou comentar, isso sim, a irreponsabilidade de as três figuras cimeiras do Estado (mais vários responsáveis políticos mas a questão não está nesses) se juntarem num mesmo espaço sujeitando-se a serem todos contaminados ( o diabo tece-as) pelo vírus.
Então o governo, e bem, tem um secretário de estado de cada ministério em casa para no caso do ministro adoecer poder substituí-lo , fez-se por video conferência a reunião do Conselho de Estado e agora o presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro juntam-se num mesmo local?
Que péssimo exemplo deram ao país.
Depois Falamos.

Adiados

Foi hoje conhecida a inevitável decisão de adiar os Jogos Olímpicos, que se deveriam realizar em Tóquio este Verão, para uma data posterior que em princípio deverá ser anterior a Julho de 2021 mas nada garante que assim possa ser.
Há uma primeira nota que tem de ser dada e que se prende com o inexplicável atraso na tomada de uma decisão inevitável a partir do momento em que o covid-19 se tornou numa pandemia e consequentemente passou a ter âmbito mundial.
Perante o desespero dos atletas que não sabiam se tinham ou não Jogos,  a perplexidade dos comités olimpicos nacionais sem saberem que fazer quanto a tudo que envolve a organização das respectivas comitivas  e perante a intransigência dos responsáveis japoneses que não queriam nem por nada adiar o certame foi necessário dois importante comités (Canadá e Austrália) anunciarem o boicote aos Jogos para finalmente aparecer a decisão que se sabia ter de aparecer.
E isto porque perceberam que aos dois países se juntariam muitos outros o que inviabilizaria por completo os Jogos.
A segunda nota tem a ver com a sua realização no próximo ano de 2021.
Dependerá, como é bom de ver, de a pandemia ser vencida e o mundo poder voltar a uma normalidade que nunca será, é bom reiterá-lo, a normalidade do pré pandemia porque muita coisa vai mudar e a crise económica que se adivinha será tremenda.
Nunca como agora foi tão oportuno dizer que o futuro a Deus pertence.
De alguma forma a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio também.
Depois Falamos.

Rodes, Grécia


Monte Rushmore, EUA


Castelo de Valongo, Évora


segunda-feira, março 23, 2020

Mentira

Num momento tão difícil como aquele que o mundo vive é opinião praticamente generalizada que os tempos são muito mais de solidariedade e entreajuda do que do combate político normal em democracias.
Tem sido também essa a perspectiva dos partidos políticos em Portugal que tem deixado para segundo plano o contraditório, embora razões não faltem, em prol de um clima de unidade que ajude a ultrapassar a crise.
Tem sido também essa minha posição, quer aqui no blogue quer no Facebook, embora essa atitude me valha alguns engolir em seco face a coisas que vou vendo e ouvindo a responsáveis políticos que infelizmente não estão à altura da gravidade dos acontecimentos.
Mas tudo tem um limite.
E quando vejo num telejornal da TVI o primeiro ministro a mentir descaradamente, negando uma realidade que infelizmente é conhecida de todos, percebo que há gente com quem não se pode ter contemplações nem mesmo em alturas de crise.
Até agora não faltou nada diz o senhor António Costa com aquela desfaçatez que o torna caso único no actual panorama político.
Nem mácaras? Nem ventiladores? Nem material de protecção para os profissionais de saúde? Nem camas de hospital? Nem médicos e enfermeiros? Nem uma prevenção atempada e uma fiscalização de fronteiras eficaz? Nada?
Faltou tudo isso e falta muito mais.
Falta vergonha na cara ao primeiro ministro, por exemplo, que no auge da mais grave crise de saúde pública de que há memória não tem pejo em mentir descaradamente mais preocupado com a sua imagem e com a imagem do governo do que com dizer a Verdade ao país.
Falta uma ministra da saúde com outro gabarito, um ministro da administração interna com outra competência, uma directora geral da saúde que seja mais do que o principal motivo do anedotário nacional dos últimos dias.
Sim, também falta um verdadeiro primeiro ministro.
Que ponha Portugal á frente do seu partido, que não pense nos cidadãos apenas como eleitores, que respeite o sofrimento de tantos que não estão a ter os cuidades de saúde que deviam.
António Costa protagonizou hoje um momento lamentável de baixa política que Portugal não merecia.
Quer quer ser respeitado dá-se ao respeito.
Depois Falamos.

Consequências

O meu artigo desta semana no zerozero.

E a longa “noite” do futebol prossegue.
Do futebol e do desporto em geral (já se sabe que também dos países mas estes textos são sobre matéria desportiva) sabendo-se já que o Europeu fica para o ano enquanto as competições nacionais e europeias de clubes estão suspensas por tempo indefenido mas dificlmente serão reatadas ainda no decorrer da presente época.
Em simultâneo, e perante a inexplicável teimosia do Japão em realizar os Jogos Olimpicos a qualquer preço, foi hoje conhecida a posição de Canadá e Austrália que anunciaram que não estarão presentes aguardando-se que a manter-se a teimosia nipónica outros países o venham a fazer dados os condicionalismos provocados pela pandemia.
Em Portugal, pese embora algumas vozes avisadas que chamam a atenção para o que será o futuro (Pedro Proença, Jorge Castelo, Luís  Campos) , vejo muito mais energias concentradas na por agora inútil discussão de quem será o campeão do que na preparação do pós covid-19 que será dífícil e até traumático para muito clubes e para muitas modalidades.
Na sequência da pandemia, cujo fim ainda não está no horizonte, prevê-se uma crise económica imensa que será transversal a todos os sectores da sociedade e terá uma dimensão mundial cujas consequências não é possível neste momento prever.
Isso significa, que ninguém tenha dúvidas, uma retracção significativa nos investimentos publicitários das empresas que terão de orientar as suas tesourarias para áreas bem mais importantes do que aqueles que se prendem com a publicidade aos seus produtos.
Ou seja, terão muito menos disponibilidade para investir no desporto em geral e no futebol em particular.
O resultado disso, quer da diminuição dos investimentos directos no patrocíno de competições quer na publicidade televisiva, serão verbas muito menores a distribuir pelos clubes e selecções que participam nessas provas prevendo-se essencialmente a nível de Liga dos Campeões, mas também de Liga Europa, o fim da autêntica”árvore das patacas” que elas tem sido com os clubes a receberem muito menos dinheiro.
Por outro lado, mas igualmente muito importante, com a quebra das receitas publicitárias também as televisões terão menos dinheiro para o futebol o que significará, com boa dose de probabilidade, a impossibilidade de cumprirem os actuais contratos em vigor ou sequer de os renovarem por verbas semelhantes às actuais o que afectará todos os clubes e não apenas aqueles que participam em competições da UEFA.
E como uma má notícia nunca vem só é igualmente evidente que as verbas para patrocínio de camisolas e para publicidade estática nos estádios serão também reduzidas o que terá igualmente forte repercussão no orçamento dos clubes já severamente afectados pelos cortes anteriormente referidos.
Em suma no pós pandemia os clubes terão muito menos receitas ( e já nem falo na quebra de rendimentos das famílias que provocará, outra má notícia, uma baixa nas receitas associativas oriundas de quotas , venda de lugares anuais e merchandising, etc) o que os obrigará a enfrentar uma realidade de grande dureza e de necessária adaptação aos novos tempos.
Que terá de passar inevitavelmente pela redução de orçamentos, pela diminuição da folha salarial para valores muito inferiores aos da actualidade, por gestões de grande rigor, pelo fim de transferências milionárias, por uma aposta redobrada na formação e por uma necessidade de captação de receitas fora dos mercados tradicionais.
E, é claro, por uma conscencialização de que as receitas televisivas já não serão o “abono de família” dos respectivos orçamentos.
Tempos difíceis aí vem e para os quais é necessário os clubes portugueses irem-se preparando de forma prudente, organizada e profundamente realista.
No que terão de ser acompanhados por FPF e LPFP (  e pela UEFA em termos europeus) na exigência de orçamentos realistas, na fiscalização do seu cumprimento, num rigoroso “fair play” financeiro para as provas nacionais e pela detecção atempada das movimentações de dinheiros suspeitos.
Então a nível de UEFA há que olhar com grande  rigor os dinheiros vindos dos xeques arabes e dos oligarcas russos que se não forem devidamente controlados matarão a competitividade das competições.
No caso português a crise financeira terá ainda outra vertente desportiva.
Se o futebol, modalidade raínha, será severamente afectado que dizer então das restanres modalidades?
Modalidades onde com base num ecletismo pouco comum noutros países (Espanha será o mais parecido connosco) os principais clubes portugueses que tem no futebol a primeira vertente desportiva estão igualmente presentes no andebol, no basquetebol, no voleibol, no futsal , no pólo aquático e no hóquei em patins que serão as principais modalidades de equipa a seguir ao desporto rei.
Não estão todos em todas mas estão todos em parte significativa delas e nalguns casos com orçamentos absolutamente irrealistas pagando a praticantes dessas modalidades salários que muito clubes da primeira liga de futebol não pagam aos seus futebolistas.
Também aí a vida terá de ser outra.
Adequando os orçamentos às receitas (que são quase nenhumas) e percebendo que se calhar terão de deixar de ter tantas modalidades,que em boa verdade são sustentadas em grande parte pelo tal futebol que também terá de apertar o cinto, para passarem a ter apenas aquelas que de facto for viável terem.
Não faltam, neste tempo tão estranho sem competições desportivas, assuntos para uma reflexão tão séria quanto profunda por parte dos dirigentes desportivos dos clubes, das Ligas profissionais e das Federações.
Enquanto é tempo.
Porque a própria pandemia já se encarregou de demonstrar que não reagir a tempo apenas complica, e muito, o problema.

Tubarão


Faroa Ilha Griffiths, Austrália


Castelo de Tata, Hungria


Horror

Já nem me vou alongar sobre o horror que é ter à frente dos destinos de algumas das maiores potências mundiais três idiotas perigosos e irresponsáveis como o são Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro.
Tão pouco sobre o discernimento de eleitorados que os elegem.
Apenas desejo que o covid-19 sirva, ao menos isso, para que em próximas eleições os três sejam varridos do mapa. 
A Humanidade agradece.

sexta-feira, março 20, 2020

Júlio Verne

Devo à minha Mãe, em primeiríssimo lugar, a Enyd Blyton e a Júlio Verne grande parte do gosto pela leitura que me acompanha desde a infância e que teve nela a pessoa que sempre me incentivou a ler e nos autores referidos aqueles que me ajudaram a tornar num autêntico viciado dos livros.
Primeiro a escritora inglesa essencialmente com os "Famosos Cinco" mas também com o "Clube dos Sete" e vários outros livros e colecções que li e reli quase desde que aprendi a ler e ainda hoje guardo como um quase tesouro.
Depois o escritor francês, já eu andava pela adolescência, que me fez positivamente "devorar" com enorme interesse algumas das suas obras primas como ""20.000 Léguas Submarinas", "A Volta ao Mundo em 80 dias", "A Ilha Misteriosa", "Cinco Semanas em Balão", "Viagem ao Centro da Terra", "Da Terra à Lua", "Em Redor da Lua", "Miguel Strogoff" e alguns outros (talvez umas vinte obras no total) mas não todos os seus livros.
Isto entre os doze e os dezoito/dezanove anos de idade e a par , naturalmente, de outras leituras.
Depois "abandonei" quase totalmente Júlio Verne, embora de quando em vez folheasse um ou outro dos livros (também eles religiosamente guardados), porque apareceram outros interesses em termos de leituras e não li mais nada do autor.
Passados quarenta anos, e porque ficara sempre com a ideia de que o meu conhecimento das obras de Júlio Verne era menor do que gostaria e a curiosidade sobre o que não lera bastante, decidi voltar ao autor.
Aproveitando um lançamento das suas obras naquela modalidade de entrega de um livro por semana, num total de 67 volumes, pedi a um familiar dono de uma papelaria para me ir guardando os livros e eu de vez em quando ia lá buscar um saco deles com o que consegui ficar com a colecção completa das obras de Júlio Verne.
Nelas reencontrei "velhos amigos", já atrás citados, mas também "novos amigos" que venho conhecendo nestes ultimos anos intervalando a sua leitura com a de outros livros a um ritmo regular e que mais dia menos dia me permitirá dizer que li toda a obra de Júlio Verne.
Nestes "novos amigos" tenho encontrado alguns de especial interesse: 
"O Soberbo Orenoco", "Os Filhos do Capitão Grant (um clássico que por qualquer razão não lera na juventude) , "César Cascabel", " O Farol do Cabo do Mundo", "As Indias Negras", "A Escola dos Robinsons" entre outros que tem constituído uma agradável descoberta.
Há quem pense, erradamente, que Júlio Verne é um autor de literatura para adolescentes e nada mais cingindo a essa faixa etária os leitores potencais da sua obra.
Nada mais errado.
Verne foi um visionário que previu factos e engenhos que só veriam a luz no século seguinte, situou os seus livros nos cinco continentes demonstrando uma cultura e erudição absolutamente invulgares para o seu tempo (e para qualquer tempo em boa verdade) e legou à posteridade uma colecção de livros absolutamente intemporais que fizeram, fazem e farão as delícias de milhões de leitores.
Seguramente um dos maiores da História da Literatura.
Depois Falamos

Hanói, Vietname