sexta-feira, junho 28, 2024

Conselho de Estado

Tomaram por estes dias posse os cinco conselheiros de estado que cabe ao Parlamento eleger e que resultam das eleições do passado dia 10 de março.
Eleitos em lista única, resultante das indicações que cabe aos partidos fazer em função dos resultados eleitorais, coube desta vez a PSD e PS  indicarem dois conselheiros cada e ao Chega um.
O PS indicou naturalmente o secretário geral, Pedro Nuno Santos, e o presidente do partido, Carlos César, e com a mesma naturalidade o Chega indicou o seu líder André Ventura correspondendo assim à vontade de os dois maiores partidos da oposição terem os seus principais dirigentes no Conselho de Estado.
Perfeitamente compreensível.
Já as escolhas do PSD, Francisco Pinto Balsemão e Carlos Moedas,  me suscitam perplexidade.
O primeiro porque é indicado há vinte anos e não me parece que o cargo seja vitalício nem que os seus méritos no desempenho do mesmo (já para não falar de outras coisas como a forma como o seu grupo de comunicação social trata o PSD) justifiquem tão longa permanência e um renovar do mandato.
O segundo porque para lá dos inegáveis méritos pessoais e do bom trabalho que está a fazer em Lisboa me parece uma escolha prematura face a outras possibilidades mais abrangentes para a representação do partido. 
Exemplos?
Tendo o PSD nos seus quadros dois ex primeiros ministros, como o são José Manuel Durão Barroso e Pedro Passos Coelho, não estaria muito melhor representado por eles do que pelas personalidades escolhidas?
Não dariam ao Conselho de Estado um nível qualitativo superior face à experiência e ao percurso que ambos tem?
Creio que sim.
De resto acho absolutamente ridiculo que um homem que presidiu durante dez anos à Comissão Europeia, e que tem do mundo uma visão, uma experiência e uns conhecimentos absolutamente incomparáveis com qualquer outro político nacional, não tenha assento no Conselho de Estado do seu país.
Nem escolhido pelo seu partido nem no lote dos escolhidos pelo Presidente da República.
É a política portuguesa no seu pior.
Depois Falamos

Nota: Faço a ressalva de não saber se foram convidados (um deles ou ambos) e recusaram o convite.
Mas conhecendo os dois sinceramente não me parece que isso tenha acontecido.

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