quinta-feira, dezembro 17, 2020

O Nosso 16

Foto: zerozero.pt
O jogo era de elevada dificuldade, já se sabia, não só pelo valor do adversário mas também porque este jogava em casa e reunia o favoritismo face aos valores em confronto entre uma equipa que custa muitos milhões e outra que não tem essas veleidades financeiras.
Mas já Johan Cruyff dizia, e com muita razão, que sacos de dinheiro não ganham jogos e por isso quantas vezes acontece a equipa menos apetrechada sair vencedora porque num determinado jogo consegue ser mais eficaz que o seu adversário.
Quase foi o caso deste Benfica-Vitória e só não o foi mesmo porque o árbitro não deixou algo muito comum naqueles estádio e nos jogos do clube dele proprietário como é sabido!
Porque em termos estratégicos João Henriques montou a equipa muito bem e ela soube interpretar na perfeição a estratégia definida para este jogo.
Individualmente:
Trmal: Terá sido a aposta mais arriscada de João Henriques ao lançá-lo neste jogo. Mereceu a confiança porque não tendo muito que fazer o que fez fez bem feito. A baliza vitorana é um oásis de tranquilidade.
Sacko: Deixando de lado uma ou outra atrapalhação fez um bom jogo a defender e ainda se incorporou no ataque.
Jorge Fernandes: Mais uma exibição plena de segurança de um central que se afirma de jogo para jogo. Não fosse o problema de Fernando Santos em relação ao Vitória (" e quem tiro?") e poder-se -ia pensar que está às portas da selecção agora que os centrais mais veteranos estão a acabar.
Mumin: Que grande jogo fez. Aparecia em todo o lado a dobrar colegas, a antecipar-se a adversários a varrer a zona. A sua melhor exibição com a camisola vitoriana.
Sílvio: Uma exibição segura, com qualidade, defendendo  bem e ajudando o ataque. Um dos principais responsáveis pela segurança defensiva do Vitória.
Pepelu: Uma exibição bem conseguida marcando os adversários que lhe apareciam, ajudando a defesa e proporcionando um boa circulação de bola. 
Janvier: Tacticamente fez um jogo quase perfeito contribuindo para neutralizar as tentativas de organização de jogo do adversário e organizando boas saída para o contra ataque através de passes de ruptura. Uma excelente exibição.
Miguel Luís: Tal como Janvier trabalhou muito na linha média e no apoio à defesa mas também se incorporou no ataque a propósito tendo oportunidade para um excelente remate que Helton parou com dificuldade.
Rochinha: Uma boa primeira parte causando problemas à defesa do Benfica com as suas jogadas junto á linha e apoiando Sílvio quando era necessário. Na segunda parte perdeu brilho mas não negou empenho.
Estupinan: Fez o que se espera que um bom ponta de lança do Vitória faça num jogo na Luz. Teve uma oportunidade e marcou, perturbou claramente os centrais do Benfica obrigando-os até a cometer erros como no lance que acabou com o remate de Miguel Luís, segurou a bola quando era caso disso e desceu muitas vezes a terrenos mais recuados afim de perturbar a primeira fase de construção do adversário.
Para primeiro jogo na equipa A esta época  não se podia pedir mais. Pode é perguntar-se porque razão foi o primeiro jogo. Mas aí havendo muito a explicar não se pode assacar responsabilidade ao treinador.
Edwards: O seu talento andou à solta na Luz e as suas arrancadas serpenteando entre adversários, como no golo, arrasaram a defesa adversária. Foi o Edwards da época passada e melhor não se pode dizer.
Foram suplentes utilizados:
André Almeida: Entrou muito bem no jogo com duas ou três arrancadas com bola a levarem a equipa para a frente e a criarem lances de pressão sobre a defesa adversária. Integrou-se bem na organização táctica e cumpriu o que lhe foi pedido.
Quaresma: Esperava-se do seu talento e experiência que ajudasse a segurar a bola e criasse lances de perigo face a um oponente que dava muitos espaços. E fê-lo bem nomeadamente num cruzamento que por pouco daria o segundo golo. No início do lance do penalti há falta sobre ele que o árbitro não quis marcar para não incomodar o lance de ataque do Benfica.
Foster: Substituiu um Estupiñan desgastado pelo muito que correu no seu primeiro jogo e deu-se pela diferença. É um jovem que precisa de ganhar experiência porque está "verde" para este patamar.
Poha: Um jogo que não lhe correu bem embora tenha jogado apenas 14 minutos. Esteve no lance do penalti e depois nos penaltis falhou o que lhe competia converter. Há dias assim.
Maddox: As substituições não foram o melhor da exibição vitoriana. Porque enquanto André Almeida e Quaresma se integraram plenamente no que a equipa vinha fazendo, e tem a qualidade que se sabe, já as entradas de Foster, Poha e Maddox desceram o nível qualitativo da equipa.  Maddox procurou fazer de Rochinha mas continuo a achar que os flancos não são a sua "praia".
Não foram utilizados:
Jhonatan, Suliman, Mensah e Holm.
O plantel do Vitória não tem a riqueza e diversidade de soluções do adversário de ontem e por isso João Henriques teve de se valer do que tem e não do que gostaria de ter para mexer na equipa ao longo do jogo. E tendo indisponíveis André André e Bruno Duarte para lá dos lesionados de longa duração Wakaso e Joseph é evidente que as opções se restringem.
Mesmo assim a equipa fez uma exibição muito bem conseguida e podia perfeitamente ter passado a eliminatória porque o adversário dominou mas o Vitória controlou sempre o jogo com uma excelente organização táctica e sem qualquer ponta de anti jogo como às vezes lhe acontece com equipas que vão a Guimarães pôr autocarros à frente da baliza e queimar tempo quanto podem.
Aliás neste jogo bastará constatar que as equipas médicas não tiveram de entrar em campo para se perceber que o anti jogo esteve dele arredio.
Depois Falamos

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