sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Porquê?

Quando Pedro Passos Coelho anunciou que não seria o conselheiro de estado indicado pelo PSD, por razões que são do seu direito ter, fiquei convencido que o nome a indicar pelo partido seria o de José Manuel Durão Barroso.
Por razões tão óbvias que me dispenso de as explicar.
Saliento apenas que nenhum português tem um currículo político equiparável ao seu, uma rede de conhecimentos e contactos internacionais como a dele, uma mais valia de conhecimento e experiência que valorizariam o Conselho de Estado.
Mas não.
Por razões que não entendo nem entenderei nunca o PSD resolveu apostar mais uma vez no nome de Francisco Pinto Balsemão, militante número 3 do partido (até me rio quando ouço dizer que é o militante número 1...) e que desde 1982 nunca mais quis saber do partido para nada que não fosse aparecer uma vez por outra, na pose de "prima dona" de que tanto gosta,  debitando umas banalidades que alguns transformam em sapiência fruto do tal estatuto de que goza desde 4 de Dezembro de 1980.
Nestes trinta e quatro anos não ajudou o PSD a ganhar uma eleição, não apoiou claramente nenhuma liderança, não deu nenhum contributo que valha minimamente a pena lembrar.
Mas foi o escolhido e quem o escolheu lá saberá porquê.
Fiquei então na expectativa de que fizesse parte do grupo de conselheiros escolhidos pelo presidente eleito.
Pelas mesmíssimas razões que deviam ter levado o PSD a indicar o seu nome.
Mas também não.
No lote de Marcelo, do qual faz parte e bem Guterres ( o único que tem um currículo aproximado do de Durão Barroso pelas funções internas e internacionais que desempenhou), também não houve lugar para o ex presidente da comissão europeia.
Mas houve para Marques Mendes vá lá saber-se porquê.
Talvez pela "tradição" de haver um comentador televisivo em "prime time" como conselheiro de estado (Marcelo,ele próprio, foi conselheiro de estado escolhido por Cavaco Silva e também tinha o espaço de comentador),talvez porque dê jeito ao Presidente ter um conselheiro com o qual tem de há muito uma enorme afinidade/cumplicidade e que é um fiel interprete do seu pensamento, talvez por outras razões a verdade é que Marcelo convidou Mendes e não convidou Barroso.
É estranho.
É estranho que quem foi secretário de estado, ministro e  primeiro ministro de Portugal e que foi o único português a ocupar (durante dez anos!) a presidência da comissão europeia não tenha assento no Conselho de Estado do seu país.
E de uma coisa tenho a certeza:
Quem fica a perder não é Durão Barroso.
Depois Falamos.

P.S. Faço uma ressalva: Se Durão Barroso foi convidado , por Passos Coelho ou por Marcelo, e não aceitou o que está atrás escrito perde todo o sentido como é evidente.
Excepto no que respeita a Francisco Balsemão.

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