Quiseram os franceses que a Frente Nacional vencesse na primeira volta em seis das treze regiões e não quiseram os franceses, na segunda volta, que esse partido ficasse no governo de qualquer uma dessas regiões.
Há tanta legitimidade na primeira como na segunda das decisões como igualmente haveria legitimidade se a decisão popular fosse no sentido de dar à Frente Nacional o governos das regiões que ele,voto popular, muito bem entendesse.
Em democracia não há votos de primeira nem votos de segunda.
Há votos e todos eles são legítimos!
Este volte face entre primeira e segunda volta foi possível porque o PSF de Hollande e "Os Republicanos" de Sarkozy (as voltas que o mundo dá...) fizeram os respectivos candidatos desistirem a favor uns dos outros consoante aquele que estivesse melhor posicionado para impedir o triunfo dos candidatos da frente nacional.
E por isso, ao contrário do que alguns socialistas de "má consciência" se apressaram a afirmar, não há semelhança possível com o que se passou em Portugal depois de 4 de Outubro.
Porque o sistema eleitoral francês é a duas voltas e os franceses ao votarem hoje já sabiam do entendimento entre PSF e Os Republicanos, das desistências mutuas, e por isso votaram sabendo claramente no que estavam a votar.
Não se pode,sequer, falar de maiorias negativas porque os franceses tiveram a possibilidade de se o desejassem (não desejaram mas podiam tê-lo feito) votarem maioritariamente na FN e derrotarem as alianças entre os derrotados da primeira volta.
Cá não.
Formou-se uma maioria negativa no Parlamento, numa verdadeira aliança de derrotados, que tomaram o poder com base numa soma de votos que nunca tinham dito a ninguém que podiam ser somados e sem darem ao povo a possibilidade de se pronunciar sobre o governo que lhe foi impingido.
É a diferença que faz toda a diferença.
Depois Falamos
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