quarta-feira, abril 12, 2006

Quotas ? Não Obrigado !


A questão de fomentar a participação das mulheres na politica através do sistema da imposição de quotas nunca me agradou.
Desde logo por entender que as mulheres não necessitam de sistemas artificiais para poderem participar seja na politica,seja na vida empresarial,seja onde for ao mesmo nivel,com a mesma competência e capacidade de qualquer homem.
E nalguns casos bem superior.
Agora é verdade,e bem verdade infelizmente,que as mulheres em Portugal e um pouco por todo o mundo tem é falta de oportunidades de poderem mostrar o que valem.
Iso tem muito a ver com questões culturais e de entendimento do papel que homens e mulheres tem, e devem ter ,na sociedade.
Não tenho,nunca tive,dúvidas que uma mulher para se afirmar no dificil mundo da politica portuguesa (é disso que vou falar essencialmente) para além da qualidade que deve ser exigida a qualquer agente politico,tem de ter uma persistência,uma coragem e uma frieza ao que a rodeia muito acima do que é exigido a qualquer homem.
No mundo politico português,esmagadoramente masculino e também por isso tão fraco,o sucesso feminino tem que ser sempre estribado em permissas tão claras e evidentes que não deixem duvidas a ninguém.
Caso contrário,vão-se procurar sempre explicações para esse sucesso a questões não politicas,não verdadeiras e muito injustas.
Para não dizer pior !
Sempre defendi,por palavras e acçoes,a participaçao das mulheres na politica e o fomento de oportunidades para demonstrarem o seu valor.
Em 1996,quando quase ninguém (falo dos figurões) queria dar a cara por Cavaco Silva nas presidenciais em que defrontou Jorge Sampaio,fui director de campanha em Guimarães.
Na equipa, que então constitui, eramos nove pessoas,sendo 5 mulheres e 4 homens.
Perdemos as eleições em Guimaraes (e no País) mas recordo com saudade o trabalho fantástico que fizemos .
E "elas" sempre na primeira linha !
É um pequeno e insignificante exemplo,mas que comprova que o cerne da questão está nas oportunidades,na evolução cultural e não nas quotas.
Conheço mulheres que estão na politica,do Parlamento ás distritais e concelhias partidárias,que tem potencial,ideias,visão politica,capacidade de intervenção oral e escrita e que podem ser excelentes agentes politicos num futuro próximo.
Mas,sejamos rigorosos,também não é só uma questão de oportunidades;é preciso acreditarem em si próprias,libertarem-se de inibiçoes e condicionalismos,e virem a jogo disputarem o seu espaço acreditando que são capazes.
A politica,portuguesa e mundial,precisa de gestos simbolicos nessa matéria,mas também precisa de incentivos reais e visiveis.
Espero,tendo pena de nela não poder votar,que Hillary Clinton seja a próxima (e primeira) presidente dos Estados Unidos da América.
Depois Falamos

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