sábado, julho 01, 2023

"Parologia"

Este livro, que bem podia chamar-se "Parologia" dado centrar-se no fenómeno da parolice, é bem demonstrativo do estado  em que nela vivem muitos portugueses e da forma como dela alguns gostam de beneficiar 
E não se pense que há qualquer má vontade da minha parte contra o treinador de futebol Roger Schmidt mas apenas a noção das realidades despidas de qualque fanatismo clubístico e muito menos por aquele clube de Lisboa.
Roger Schmidt chegou a Portugal sem curriculo com um mínimo de relevo.
Tinha ganho um campeonato e uma taça na Austria, que está longe de ser um país de primeira linha no futebol europeu, e uma taça na China.
De resto passara por dois bons clubes o Bayer Leverkusen onde não ganhou nada e o PSV onde ganhou uma taça da Holanda.
Em suma um treinador como tantos outros e ao qual nunca ninguém apontara uma inovação em termos tácticos, um conceito diferente em termos de estratégia de jogo, algo que o tirasse do comum.
Mas chegou a Portugal.
Onde há um velho e entranhado hábito de louvar tudo que vem de fora, quantas vezes independentemente do mérito de que se revistam, e onde há uma igualmente velha e bafienta tradição de bajulação e subserviência a determinadas instituições entre as quais o clube que o contratou.
E por isso quando Roger Schmidt ganha um campeonato com dois pontos de avanço, mas beneficiando de uns catorze ou quintos dados pelos amigos da APAF, e mostra o seu brilhantismo táctico e estratégico na Taça de Portugal eliminando o Caldas nos penaltis e o Varzim (ambos da Liga 3) graças a uma arbitragem vergonhosa aparece logo alguém com notável sentido de oportunismo a escrever uma obra de ficção que nada tem a ver com a realidade transformando um treinador comum num génio táctico ao nível de  Herbert Chapman, Helénio Herrera, Johan Cruyff ou Pep Guardiola para citar apenas quatro treinadores estrangeiro que de facto revolucionaram o futebol.
Sem prejuízo de considerar que fez um bom percurso na Liga dos Campeões mostrando mais aí que nas competições internas a sua qualidade que também a  tem e que é inegável.
Voltando ao livro e à louvaminhice ao treinador e mais do que ele ao clube.
Que como diz na capa " chegou, viu e conquistou a Luz" não tenho a mínima dúvida.
Senão este livro de ficção não existiria.
Mas quanto ao resto, nomeadamente às "ideias revolucionárias e ao suposto treinador de excepção, tenho muita pena mas ao contrário do que o autor pensará o país não é um imenso "Benfiquistão" onde se comem gelados com a testa , se acredita em todas as patranhas e se venera e bajula tudo que vem de fora  desde que o destino seja esse clube.
Depois Falamos.

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