sexta-feira, maio 06, 2022

Questões

Já anterirmente escrevi sobre o relativo interesse com que tenho acompanhado as directas no PSD que lá par ao dia 28 de Maio (curiosa data...) vão escolher o sucessor de Rui Rio na liderança do partido depois de quatro anos e meia de pura perda de tempo.
Tive também oportunidade de dizer que sendo amigo dos dois candidatos e conhecendo-os bem estou certo que qualquer um deles tem as qualidades necessárias a vir a ser um bom líder ( se o serão ou não apenas o futuro o dirá porque nessa matéria só passava um cheque em branco a Pedro Passos Coelho) e a recolocar o PSD na posição que sempre foi a dele e de que os inúmeros erros da actual liderança o afastaram de forma significativa.
Mas das suas campanhas globalmente analisadas, dos seus discursos , das suas ideias ficam-me algumas dúvidas que não sei se serão devidamente esclarecidas até às eleições o que também não tem qualquer importância porque não sou eleitor nestas directas.
E que sintetizo em dois questões teóricas. Uma a Jorge Moreira da Silva e outra a Luís Montenegro.
Ao Jorge perguntaria o seguinte: Face ao discurso radicalmente anti Chega, fechando todas as portas, que fará ele se amanhã ganhar eleições nacionais e precisar do Chega para construir uma maioria para governar? Dá o dito por não dito ou prefere que seja o PS a continuar na governação?
Ao Luís perguntaria se a regeneração do PSD, que tão necessária é, pode ser feita com ele rodeado de "viúvas" e viúvos" de Rui Rio que ainda à dois anos diziam dele, Luís, cobras e lagartos e agora já se acotovelam na habitual busca de lugares? Pode a regeneração ser feita sem ética, sem pudor, sem vergonha, e sustentada por aqueles que tanto ajudaram Rio a desgraçar o partido?
Como português, eleitor e contribuinte desejo um PSD forte que lidere uma alternativa ao PS e derrote os socialistas nas legislativas de 2026.
Mas aos 62 anos já não tenho idade para acreditar em quimeras, em ideologias que soam bem mas não resolvem nada, em projectos de longo prazo.
Porque esse, o longo prazo, deixo-o para filhos e neto, sobrinhas e sobrinhos e para o sobrinho neto que está a chegar.
Para mim o que conta é o curto prazo e, vá lá, com algum optimismo o médio prazo.
E para isso, para ver Portugal recuperar o tempo perdido nestes sete anos de governos socialistas,  espero pragmatismo, realismo, percepção do que o país é e do que o país precisa por parte de quem vier a liderar o PSD.
E é nessa forma de ver o futuro que poderia estar a diferença que me levaria a votar, caso o pudesse fazer, em Jorge Moreira da Silva ou em Luís Montenegro.
Como não posso espero que os militantes do PSD decidam bem. Já é tempo.
Porque das três últimas vezes decidiram muito mal!
Depois Falamos.

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