Costuma dizer-se que os Jogos Olímpicos são o maior espectáculo desportivo do planeta e isso parece-me incontestável tantas as modalidades que deles constam e tantos os atletas que neles participam como motivações que vão desde a simples participação até à conquista de medalhas e recordes.
São muitos os nomes associados a gestas olímpicas lendárias, de Jesse Owens a Carl Lewis passando por Alberto Juantorena, Edwin Moses, Carlos Lopes, Nadia Comaneci, Mark Spitz, Michael Phelps, Paavo Nurmi, Ian Thorpe, Ludmila Turischeva, Bob Beamon, Usain Bolt, Larissa Latynina, Daley Thompson e tantos outros que a memória nos vai trazendo.
Portugal, à sua dimensão, também tem a sua história em termos de campeões olimpícos.
Para lá das medalhas de prata e de bronze tem as medalhas de ouro do atrás citado Carlos Lopes, de Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora que foram as medalhas do nosso maior contentamento e que fizeram soar o hino de Portugal em Los Angeles, Seoul, Atlanta e Pequim.
Para Tóquio Portugal levou 92 atletas de 17 modalidades diferentes.
Dezassseis deles são atletas oriundos de países como Cuba, Brasil, São Tomé e Princípe, Congo, Camarões, Costa do Marfim, Geórgia, Ucrânia, China e Cabo Verde que na esmagadora maioria dos casos se tornaram portugueses apenas e só pela "medalhite" de alguns dirigentes federativos que acham que naturalizar atletas é a melhor forma de apresentar resultados e ganhar medalhas escondendo a realidade da falta de trabalho de base e da inexistência de atletas nacionais capazes de competirem por medalhas nalgumas das modalidades em que o país se faz representar nos Jogos.
Caindo-se até no ridiculo de alguns dos atletas que vão competir agora por Portugal já terem representados os seus países de origem em anteriores Olímpiadas como é o caso, por exemplo, da velocista Lorene Bazolo que em Londres 2012 representou o Congo (seu país natal), tendo até sido a porta estandarte da delegação congolesa, e agora vai correr sob as cores da bandeira portuguesa!
E por isso perdoar-me-ão que contra a corrente, continue, tal como no futebol, a não me sentir representado por atletas que de portugueses tem apenas a "medalhite" de quem os naturalizou em busca de sucessos imediatos e sem qualquer respeito pelos atletas verdadeiramente nacionais.
Ainda penso que no Desporto não vale tudo para se ganhar de qualquer maneira.
Depois Falamos.
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