Marcelo Rebelo de Sousa completa hoje quatro anos sob a sua eleição como Presidente da República no corolário de uma campanha diferente do habitual (sem outdoors por exemplo) e em que foi eleito à primeira volta com 52% dos votos.
Sucedendo a um presidente-Aníbal Cavaco Silva- de perfil completamente diferente e com um entendimento da função presidencial que nada a ter a ver com a do actual detentor do cargo, Marcelo imprimiu desde o primeiro dia um estilo ora popular, ora populista, com presença diária na comunicação social falando acerca de tudo (e bastas vezes acerca de ...nada)e entrando pela casa dos telespectadores com a regularidade de um apresentador de telejornal, de um metereologista a dar o tempo para o dia seguinte ou do gordinho do "Preço Certo".
A par de ter tornado extremamente populares as selfies com o Presidente embora a troco de uma banalização inaceitável da função, e da autoridade, presidencial.
Passaram quatro anos.
Em que a esquerda se regozijou continuamente com a sorte que teve com este presidente de direita e a direita continua a não aceitar a proximidade do "seu" presidente de direita ao governo de esquerda acusando-o de ser um ajudante de campo de António Costa.
Indiferente ao regozijo de uns e ao enfado de outros o povo dá-lhe uma taxa de aprovação estratosférica que a um ano das eleições presidenciais aponta para uma reeleição fácil e por números esmagadores apareça quem aparecer a tentar fazer-lhe frente.
A seu tempo se verá se assim vai ser.
Para já esta forma de exercer o mandato à base de beijos e abraços, de selfies e bullying comunicacional, de obrigar a esquerda a elogiá-lo (Deus sabe a sinceridade...) e a direita a um sorriso amarelo para não perder o comboio tem sido de imenso agrado popular fazendo do presidente quase um Rei eleito acima das querelas políticas.
Eventualmente o segundo mandato já não será bem assim e pode ser ( pode...mas não há garantias) que a esquerda sorria menos e a direita reencontre finalmente o "seu" presidente perdido no dia da eleição.
Seja como for este mandato e esta forma de exercer a presidência confirmam a convicção de muitos , entre os quais me incluo, de que em futura revisão constitucional se altere a lei e os presidentes possam exercer apenas um mandato de sete anos.
Em nome do equilíbrio do mandato e do prestigio da função.
Depois Falamos
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