O Nosso 14

Era um jogo de "mata mata" e por isso apenas se entenderia que o Vitória entrasse com a melhor equipa, na máxima força, para dar um passo decisivo para vencer um troféu que ainda não tem.

Estranhamente a opção foi bem diferente, o treinador procedeu a seis rotações (apenas menos duas que o Benfica cujo plantel é bem superior) , e o resultado acabou por ser muito em função das opções feitas.

Individualmente:

João Miguel Silva: Escrevi no início da época que quando um guarda redes faz uma excelente temporada e a termina em bom plano só se justifica a ida para o banco no início da temporada seguinte se entretanto for contratado alguém bem melhor. Não foi o caso. E João Miguel provou ontem, com excelente exibição, que Pedro Martins foi injusto com ele. Não fora a sua actuação e o Vitória seria goleado.

Bruno Gaspar: Jogo de intenso trabalho face aos vários extremos que lhe foram aparecendo. Mas cumpriu a defender e ainda foi dos melhores a atacar.

Prince: Sem grande ritmo de jogo teve enormes dificuldades face à mobilidade dos avançados benfiquistas. Uma exibição muito insuficiente.

Pedro Henrique: Central de marcação nunca conseguiu habituar-se à falta de um ponta de lança fixo e foi várias vezes ultrapassado pelos adversários.

Ruben Ferreira: Mais uma exibição muito aquém do exígivel num jogador que tarda a encontrar-se. Tem como atenuante a pouca ajuda que recebeu de Rafinha mas é inegável que no flanco esquerdo há um problema para resolver no imediato

Zungu: Como muitos africanos que vem para a Europa já seniores tem claros problemas de falta de "escola". Qualidades físicas e técnicas inegáveis mas uma enorme falta de cultura táctica que se tornou um "petisco" para o adversário porque nunca acertou nas marcações. Precisa de uma "escolaridade" à pressão e de quem lhe explique que uns dribles muito vistosos podem dar muito maus resultado se face a adversários mais empenhados. Mas é jogador em que me parece valer a pena ir apostando.

João Pedro: Com dois colegas de sector que em nada o ajudaram em tarefas defensivas teve de acorrer a apagar muitos "fogos. O que foi fazendo e ainda conseguindo ser o mais esclarecido na construção de jogo. Mas é claro que não chegou para todas as "encomendas" e disso muito beneficiou Pizzi que voltou a ter o espaço que quis para organizar o jogo ofensivo do Benfica.

Bernard: Muito claramente "este" Bernard nunca teria sido contratado pelo Atlético de Madrid! Porque futebol não é só ter a bola no pé e fazer uns passes bem feitos. É correr atrás dela, é desmarcar-se , é obstaculizar os adversários. E Bernard não fez nada disso.

Alexandre Silva: Tem talento, tem 19 anos, tem de jogar, não tem lugar na equipa A e por isso não se percebe porque não joga pela B. Uma aposta totalmente falhada neste jogo.

Soares: Muito se esforçou, muito correu atrás da bola e dos adversários, mas não teve oportunidades de golo. Sentiu, e muito, a ausência de Marega.

Rafinha: Uma exibição muito mas muito discreta. Grandes correrias geralmente culminadas com a perda de bola, falta de apoio defensivo a Rúben Ferreira e pouco acção realmente produtiva.

Foram suplentes utilizados:

Hernâni: Com ele a equipa melhorou porque é um jogador de outro gabarito. Mas rapidamente evidenciou problemas físicos e teve de sair

Hurtado: Também a sua entrada trouxe alguma melhoria. Mas foi insuficiente.

Texeira: Rendeu Hernâni mas não sei se chegou a tocar na bola

Não foram utilizados:

Douglas, Moreno, João Aurélio e Tozé

Melhor em campo: João Miguel Silva

Foi um jogo estranho em que o Vitória iniciou o jogo com opções altamente discutíveis, teve duas oportunidades de golo nos primeiros minutos mas depois mais nenhuma, e a estranheza pode até estender-se a ter Pedro Henriques como capitão de equipa (na ausência de Josué e com Moreno no banco)quando João Miguel Silva e João Pedro tem muito mais anos de clube e fariam muito mais jus à braçadeira.

Enfim, uma noite de infelicidades várias que se espera que tenham servido de lição e essencialmente que não se repitam.

Depois Falamos.