É, devo dizê-lo desde já, um livro extremamente interessante.
E há que salientar a coragem das suas autoras que ousaram escrever História em cima da...História sem deixarem decorrer um prazo temporal razoável para poderem fazê-lo não só com o necessário distanciamento em relação aos factos como também com o tempo necessário para uma pesquisa mais prolongada e minuciosa.
Mas ainda bem que o fizeram.
Porque escreveram um excelente livro de investigação, registando depoimentos e testemunhos de todas as partes envolvidas (embora nem sempre pela boca dos directos protagonistas) através de muitas dezenas de conversas e entrevistas.
É um livro que narra o dia a dia, desde a véspera das eleições legislativas até à tomada de posse do governo da geringonça, os avanços e recuos das negociações à esquerda, a simulação das negociações entre PS e PAF, as posições do Presidente da República e os estados de alma dos principais protagonistas políticos dos tempos que correm.
Nele se percebem um PSD e um CDS desenganados desde muito cedo, um PS dividido e hesitante, um PCP coerente nas suas posições e um BE com uma tremenda ânsia de poder a qualquer preço e talvez aquele que à esquerda mais tenha abdicado de posições de principio em prol de se chegar ao...poder.
É um livro indispensável a perceber como se chegou a este governo e que será também um bom guia para perceber os tempos futuros do acordo de umas esquerdas que nem à mesma mesa se conseguem sentar todas juntas.
Uma nota final sobre António Costa.
Não sei o papel que a História lhe reservará como político e primeiro-ministro nem ao governo que liderou. Só o futuro o dirá.
Mas este livro confirma aquilo que já sabia de António Costa como pessoa.
Não presta!
Depois Falamos.
2 comentários:
Uma parte do BE não está tão entusiasmado como isso (chchchch foi o Memuneh, que disse). Há uma tendência que quer manter a revolução em curso. Os activistas (sic) estão a fazer moç~es e outro dia pensaram em fazer uma dissenção, mas ficaram pela palavra.
Interessante: embora até eu saiba isto, nada vi nos jornais. Pois lá se ia a pacatez da geringonça.
Cara il:
Admito que para os ortodoxos do BE isto deve ser engolir sapos todos os dias.
Mas a pequena lider quer lá saber.
Só quer é saber da carreira dela e do poder sentar-se à mesa do poder
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