Fruto de mais uma "pequena" genialidade de Quaresma ,complementada pela oportunidade de Veloso, a selecção portuguesa conseguiu vencer um dos jogos mais empatados que me lembro de ver nos últimos anos.
Talvez fruto do resultado da Dinamarca, talvez consequência de um receio mútuo (ao que chegamos...), talvez porque ambas as equipas apostarem no erro do adversário a verdade é que se assistiu a um jogo de mútua falta de inspiração e se uma vez mais a expirar o tempo não tivesse aparecido a qualidade individual a fazer a diferença teria terminado com o nulo que começou.
Faz alguma pena, e causa natural frustração, ver uma equipa portuguesa com bons valores individuais ( e um génio do futebol embora em fase menos boa) valer tão pouco como equipa e praticar um futebol sem dimensão nem agressividade no bom sentido do termo.
Parece que a preocupação maior está em defender bem e depois esperar que Ronaldo faça o resto.
Como nem sempre isso acontece, pese embora ontem ter terminado um notável ciclo de dez jogos fora da selecção sempre a marcar, resta a Portugal esperar que um golpe de sorte, um erro do adversário ou a habitual arma secreta (Ricardo Quaresma) resolvam num lance o jogo.
Digamos que sendo um estilo e uma forma de posicionamento perante os adversários que parece estar a fazer escola é muito pouco face aquilo que a valia de Portugal podia oferecer aos seus adeptos se treinado por alguém com outra visão do que é o futebol.
Dirão alguns que é um estilo que está a resultar e Portugal está praticamente apurado.
E verdade.
Como é igualmente verdade que modelos de jogo assentes na sorte e na inspiração individual ao invés de o serem em estratégias de jogo bem consolidadas e com uma lógica competitiva sólida dificilmente obterão sucesso quando os níveis de dificuldade aumentam.
E por isso dando como praticamente certa a presença de Portugal no Europeu de França estou muito longe de alinhar no coro dos que acham que somos candidatos a vencer a competição.
Faltam jogadores de qualidade nalguns lugares (o ponta de lança é o que dá mais nas vistas mas Deco e Rui Costa ainda não tiveram sucessor), falta um seleccionador/treinador com outra visão do que é o futebol e que não receie apostar em jogadores sem "padrinhos", falta qualidade em suma.
Mas para já ,em termos de apuramento, temos uma situação de Portugal à Frente depois do triunfo de ontem.
E para muitos isso é o que importa.
Pensar o médio prazo é uma chatice e dá trabalho.
Depois Falamos
Sem comentários:
Enviar um comentário