Num futebol altamente profissionalizado como o de hoje, em que todos os detalhes contam, tem de se levar a exigência e a especialização a tudo que o envolve mesmo aquilo que para alguns pareça pouco importante ou relevante.
Como é o caso dos apanha bolas e da influência que podem e devem ter num jogo.
Conto a propósito uma pequena história.
Trinta anos atrás, a convite de Lourenço Alves Pinto e José Eduardo Guimarães, colaborava no extinto jornal "Vitória" orgão oficial do clube.
Fui num determinado dia incumbido de fazer a crónica de um jogo do Vitória (já não me lembro com quem nem interessa para o caso) na qual expressei um apontamento critico face à ineficácia dos apanha bolas no nosso estádio e a forma como não ajudavam a equipa.
Quase caiu "o Carmo e a Trindade" na direcção do clube por ter sido publicada uma critica no jornal ao sector de organização de jogos e implicitamente ao critério de escolha dos apanha bolas.
Passados trinta anos nada mudou e nada melhorou nesse aspecto.
Continuam a escolher-se para apanha bolas crianças (algumas mal podem com a bola), sem a noção do que é o jogo a que dão assistência e sem defenderem os interesses da equipa do Vitória.
E o que é defender esses interesses?
Não é, certamente, replicar o que acontece noutros estádios deste país em que quando a equipa da casa está a ganhar os apanha bolas desaparecem de forma misteriosa.
Isso é aldrabice e falta de respeito pelos espectadores.
É algo bem diferente.
E que passa por duas ideias base.
Uma serem ensinados a entregarem a bola rapidamente para os lançamentos de linha lateral em vez de ficarem a olhar uns para os outros como ás vezes acontece.
A outra,fundamental, é assumirem um papel importante no combate ao anti jogo das equipas que nos visitam e que tem nos seus guarda redes uma expressão determinante.
Todos sabemos que a esmagadora maioria das equipas que vem a Guimarães, e quando o resultado lhes está de feição, praticam quanto anti jogo podem no sentido de ganharem tempo e enervarem a equipa da casa.
Nos pontapés de baliza então é um exagero.
Porem(se os apanha bolas forem devidamente ensinados) basta que quando a bola saia a linha de fundo,e a sinaléctica do árbitro indicar pontapé de baliza, atirem imediatamente uma bola para junto do guarda redes para os impedirem de darem os longos passeios de que tanto gostam para irem buscar a bola o mais longe possível.
Com a bola junto dele, mais a pressão que vem das bancadas, o guarda redes outro remédio não terá que ser mais célere na reposição em jogo sob pena de sanção disciplinar.
E com isso se ganham segundos (que no fim do jogo são minutos) para o Vitória poder dar a volta a resultados que não lhe agradem.
Tal como disse no inicio deste texto todos os detalhes contam num desporto em que a diferença entre bons e maus resultados depende,muitas vezes, de ...detalhes.
E quando esses detalhes dependem apenas de nós é uma pena continuarem a estar por resolver.
Depois Falamos
P.S. Poupando o trabalho a alguns comentadores direi o seguinte.
Quando estive na direcção do Vitória é verdade que esta situação não se modificou.
Mas há duas coisas que devem ser ditas:
Não me competia a mim a organização de jogos incluindo a escolha dos apanha bolas.
E quando percebi que nada estava a ser feito para melhorar esse detalhe decidi implementar medidas quanto ao mesmo que só não foram avante(em colaboração com os responsáveis do sector porque nunca fui daqueles que gosta de se meter em áreas que não lhe dizem respeito) dada a minha saída da direcção.
E que passavam por, com o apoio do futebol juvenil, passar a ter como apanha bolas atletas dos escalões de formação entre os 12 e os 14 anos que teriam a enorme vantagem de sendo jogadores conhecerem as regras do jogo e poderem interpretar muito melhor as instruções quanto ao que deviam fazer.
Grandes nomes do futebol, como Cruyff e Guardiola respectivamente no Ajax e no Barcelona, começaram como apanha bolas e não consta que isso lhes tenha prejudicados as carreiras como jogadores.
Como é o caso dos apanha bolas e da influência que podem e devem ter num jogo.
Conto a propósito uma pequena história.
Trinta anos atrás, a convite de Lourenço Alves Pinto e José Eduardo Guimarães, colaborava no extinto jornal "Vitória" orgão oficial do clube.
Fui num determinado dia incumbido de fazer a crónica de um jogo do Vitória (já não me lembro com quem nem interessa para o caso) na qual expressei um apontamento critico face à ineficácia dos apanha bolas no nosso estádio e a forma como não ajudavam a equipa.
Quase caiu "o Carmo e a Trindade" na direcção do clube por ter sido publicada uma critica no jornal ao sector de organização de jogos e implicitamente ao critério de escolha dos apanha bolas.
Passados trinta anos nada mudou e nada melhorou nesse aspecto.
Continuam a escolher-se para apanha bolas crianças (algumas mal podem com a bola), sem a noção do que é o jogo a que dão assistência e sem defenderem os interesses da equipa do Vitória.
E o que é defender esses interesses?
Não é, certamente, replicar o que acontece noutros estádios deste país em que quando a equipa da casa está a ganhar os apanha bolas desaparecem de forma misteriosa.
Isso é aldrabice e falta de respeito pelos espectadores.
É algo bem diferente.
E que passa por duas ideias base.
Uma serem ensinados a entregarem a bola rapidamente para os lançamentos de linha lateral em vez de ficarem a olhar uns para os outros como ás vezes acontece.
A outra,fundamental, é assumirem um papel importante no combate ao anti jogo das equipas que nos visitam e que tem nos seus guarda redes uma expressão determinante.
Todos sabemos que a esmagadora maioria das equipas que vem a Guimarães, e quando o resultado lhes está de feição, praticam quanto anti jogo podem no sentido de ganharem tempo e enervarem a equipa da casa.
Nos pontapés de baliza então é um exagero.
Porem(se os apanha bolas forem devidamente ensinados) basta que quando a bola saia a linha de fundo,e a sinaléctica do árbitro indicar pontapé de baliza, atirem imediatamente uma bola para junto do guarda redes para os impedirem de darem os longos passeios de que tanto gostam para irem buscar a bola o mais longe possível.
Com a bola junto dele, mais a pressão que vem das bancadas, o guarda redes outro remédio não terá que ser mais célere na reposição em jogo sob pena de sanção disciplinar.
E com isso se ganham segundos (que no fim do jogo são minutos) para o Vitória poder dar a volta a resultados que não lhe agradem.
Tal como disse no inicio deste texto todos os detalhes contam num desporto em que a diferença entre bons e maus resultados depende,muitas vezes, de ...detalhes.
E quando esses detalhes dependem apenas de nós é uma pena continuarem a estar por resolver.
Depois Falamos
P.S. Poupando o trabalho a alguns comentadores direi o seguinte.
Quando estive na direcção do Vitória é verdade que esta situação não se modificou.
Mas há duas coisas que devem ser ditas:
Não me competia a mim a organização de jogos incluindo a escolha dos apanha bolas.
E quando percebi que nada estava a ser feito para melhorar esse detalhe decidi implementar medidas quanto ao mesmo que só não foram avante(em colaboração com os responsáveis do sector porque nunca fui daqueles que gosta de se meter em áreas que não lhe dizem respeito) dada a minha saída da direcção.
E que passavam por, com o apoio do futebol juvenil, passar a ter como apanha bolas atletas dos escalões de formação entre os 12 e os 14 anos que teriam a enorme vantagem de sendo jogadores conhecerem as regras do jogo e poderem interpretar muito melhor as instruções quanto ao que deviam fazer.
Grandes nomes do futebol, como Cruyff e Guardiola respectivamente no Ajax e no Barcelona, começaram como apanha bolas e não consta que isso lhes tenha prejudicados as carreiras como jogadores.
10 comentários:
É assim mesmo, Sr. Luís Cirilo.
Quando mandam crianças fazer trabalho de adultos, resulta nesta ineficácia dos apanha bolas.
Nenhum apanha bolas deveria ter menos de 18 anos e todos deveriam apresentar boas condições físicas e comprovada sanidade mental.
A não ser possível estas exigências, dever-se-ia colocar máquinas a despejar bolas assim que a mesma saísse da linha de jogo, controlada automaticamente por dois diretores de campo, ambos de cada equipa.
Ou era assim, ou podemos carregar o árbitro com duas bolas nas costas em sacos de velcro e assim que a bola saísse das quatro linhas, encarregar-se-ia de repor a bola em jogo. Afinal não é assim tanto peso!
Há tantas soluções que até podemos colocar dispositivos aéreos com duas ou 3 bolas a cada 5 metros em volta do campo para os jogadores terem a bola o mais rápido possível.
O futebol tem de evoluir para se tornar perfeito e o apanha bolas nunca evoluiu o suficiente para merecer o respeito dos adeptos contrários. Nas circunstâncias atuais, é perfeitamente dispensável.
Um Bom Ano Novo!
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
Comprovo que o seu bom humor está de boa saúde e pronto para o novo ano.
Os apanha bolas são indispensáveis mas isso devia obrigar os clubes a serem mais exigentes na sua escolha e não a fazerem-na sem qualquer critério e intencionalidade. Acho que no nosso caso(que é o que me preocupa) devemos usar todos os factores que ajudem a equipa. E combater o anti jogo é um desses factores que pode ser importante
Claro Sr. Cirilo, a cupla é dos apanha bolas... Está solucionada a lacuna do panta de lança.
Caro Anónimo:
Acho que o que está escrito é suficientemente claro!
Tem toda a razão Sr Luís Cirilo. Isto só no futebol... quem acompanha o ténis, poe exemplo, nem sequer pensa neste assunto. Um bom serviço de apanha bolas já faz parte do jogo. No futebol deveriam ter o mesmo cuidado com a sua organização. Sempre pensei que fossem miúdos da formação, que compreendem o que se passa dentro do campo. Mas parece que não. Cheguei a ver jogos em que o miúdo que estava atrás da baliza junto à bancada norte passou o tempo todo a olhar para a bancada. O guarda-redes teve de saltar o placar de publicidade várias vezes para tirar-lhe a bola da mão... No entanto há outros que fazem bom serviço e compreendem o que se está a passar no campo.
Quanto aos drones para distribuir bolas, que Quim Rolhas propõe, não me parece boa solução; ía demorar mais tempo, mesmo sem contar com a distração que é ter o objeto ali a pairar sempre a fazer aquele barulho irritante, e aos previsíveis problemas técnicos de estar dependente de demasiada tecnologia.
Caro Anónimo:
Tudo passa por uma escolha adequada dos apanha bolas. Em máquinas não acredito nem me parece que se conseguissem adequar.
Qual tecnologia, qual quê! Nunca referi a drones para substituírem os apanha bolas.
Eu refiro-me à cinta publicitária em volta do recinto de jogo que tem superfície suficiente na parte superior para serem acoplados fixadores que suportem bolas ao longo de toda a estrutura e que permitam a sua rápida e fácil reposição em jogo.
Entendo que é o jogador que tem de ir buscar a bola e não ficar à mercê da vontade de um elemento estranho ao jogo.
Além disso, o atual preço das bolas, deste que são fabricadas na Ásia, já justificava um investimento destes num estádio modelo, eliminando a figura desnecessária do apanha bolas.
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
Nisso estamos em desacordo. Porque ficarmos dependentes da veleocidade com que os adversários vão buscar as bolas é alinhar no anti jogo. Os apanha bolas tem é de ser ensinados a contrariarem essas atitudes
Boas tardes caros amigos o que eu gostava mesmo de dizer porque culpam tantas vezes os apanha bolas e não os jogadores que quando se encontram a (ganhar) e as bolas ficam a poucos metros deles não as vão buscar chamo a isto (puro anti-jogo) e ninguem diz nada.
obg
Caro m.cordeiro:
Também tem razão.
Mas cada um deve cumprir as suas tarefas.
Uns não o fazerem não desculpa que os outros não o façam
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