Parece que 2014 só tem inverno e umas espreitadelas da Primavera de quando em vez.
Mas o Verão vem aí.
E muitos portugueses de norte a sul vão ter a desagradável surpresa de constatarem que as praias que costumavam frequentar ou já nem existem ou estão consideravelmente degradadas em função da areia que o mar lhes foi retirando deixando no seu lugar milhões de seixos rolados.
Fenómeno que nos últimos anos se vem repetindo, causando até justificadas preocupações nalgumas autarquias pelo risco que tal acarreta para algumas construções, mas que parece imparável e promete continuar.
Curiosamente não é à subida do nível das águas que se podem imputar as principais responsabilidades no desaparecimento da areia nas praias e a erosão de vários sistemas dunares.
O responsável maior é o homem!
Que irresponsavelmente permitiu durante décadas que se construísse em cima de dunas, quase dentro de água nalguns casos, o que arruinou todo o equilíbrio que esses sistemas proporcionavam e agora fruto da acção do mar colocam as próprias habitações em risco.
Mas o principal problema está nos rios.
Especialmente no Douro.
Cujo transporte de areia para o mar e consequente redistribuição pelas praias, se assim quisermos chamar-lhe, tem sido consideravelmente prejudicado pela construção de barragens que se tornam um impedimento a esse transporte e que o fez decair actualmente para valores na ordem dos 15% em relação a 50 anos atrás.
Qualquer coisa como uma redução no caudal sólido de areias de 2 milhões de metros cúbicos por ano para apenas 300 mil metros cúbicos.
E isto apenas no rio Douro.
Se a esta redução somarmos (ou será melhor dizer subtrairmos?) as dragagens nos estuários dos rios para fins industriais está traçado o retrato do porquê as praias estarem paulatinamente a desaparecer.
Porque o mar se vê "obrigado" a ir buscar areia onde ela existe privado que está do seu fluxo normal.
Por isso no Verão quando muitos constatarem que muitas praias já não são o que eram não vale a pena culparem o mar.
A culpa é mesmo do Homem.
Depois Falamos.
2 comentários:
Electricidade de 'graça' tem contrapartidas. No Egipto, os aluviões deixaram de fertilizar os campos e foi necessário importar adubos químicos. Resultado: salinação dos terrenos.
cara il:
Ora nem mais
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