Na semana passada estive no casamento de um familiar em Sines.
Com convidados maioritariamente do Minho, de onde os noivos são naturais, mas também do Baixo Alentejo onde trabalham.
O copo de água realizou-se num típico monte alentejano e é lá que se passa a pequena história que vou contar.
Tendo sido dos primeiros convidados a chegar ao monte reparei num miúdo de seis ou sete anos , filho de outros convidados, que andava por lá a jogar a bola sozinho porque da idade dele ainda não tinha chegado mais ninguém.
Perguntei-lhe , enquanto dava uns toques com ele, de que clube era.
A resposta não podia ser melhor. Era do Vitória e jogava nos Afonsinhos! Jogador preferido? Jota Silva é claro.
E fez logo o gesto característico de Jota a festejar os golos.
Passados uns minutos abeirou-se outro miúdo e deixei-os a jogarem um com o outro.
Mas ainda vi o jovem vitoriano a interrogar o novo amigo sobre de que terra era e qual o clube dele. O outro miúdo respondeu que era e vivia em Santiago do Cacém e era de um clube de Lisboa.
E devolveu as perguntas ao que o primeiro respondeu que era de Guimarães e adepto do Vitória.
O miúdo de Santiago de Cacém quando ouviu o termo Vitória que fez?
Isso mesmo, o gesto de Jota a festejar golos ou seja fez uma identificação automática entre clube e o seu jogador mais carismático.
Um miúdo também ele de seis ou sete anos residente no Alentejo e que nunca vira o Vitória ao vivo.
E isso fez-me reflectir sobre a forma como em apenas dois anos um jogador chamado Jota Silva conseguiu uma identificação tão grande entre a sua imagem e a imagem do clube para lá de uma empatia brutal com os adeptos do Vitória e não só.
Tenho consciência clara que hoje um clube como o Vitória não tem condições para segurar um talento como Jota para lá de um primeiro contrato.
Como também tenho a certeza que um jogador que se identifica desta forma com o clube e que potência de tal maneira a sua imagem tem de sair pelo seu justo valor , leia-se cláusula de rescisão (que no caso nem era nada de especial), sem descontos nem ilusórios possíveis benefícios futuros que tentem disfarçar o que não passa de uma deprimente venda em saldo.
Assunto a que voltarei.
Depois Falamos.
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